O cinema de terror sul-coreano continua a dominar o gênero com produções que misturam suspense psicológico e elementos sobrenaturais. Ruídos, dirigido por Soo-jin Kim em sua estreia em longas, chega aos cinemas em 9 de outubro de 2025. Com 1h34min de duração, o filme explora o medo do desconhecido através de sons perturbadores em um apartamento comum. Estrelado por Lee Sun-bin, Kim Min-seok e Kyung-soo Ryu, Ruídos promete arrepios e tensão, mas entrega uma experiência mista. Abaixo, analiso aqui a trama, o elenco e os aspectos técnicos para ajudar você a decidir se vale a pena assistir.
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Premissa que Prende, mas Não Surpreende
A história gira em torno de Ju-young (Lee Sun-bin), uma jovem com deficiência auditiva que se muda para um novo apartamento com a irmã, Joo-hee (Kyung-soo Ryu). O que começa como uma rotina simples vira pesadelo quando ruídos inexplicáveis ecoam pelas paredes. Ruídos que parecem vir de vizinhos invisíveis, mas que escondem algo mais sombrio. Quando Joo-hee desaparece misteriosamente, Ju-young mergulha em uma investigação pessoal, confrontando luto, culpa e forças paranormais.
O roteiro de Lee Je-hui constrói tensão inicial de forma eficaz, usando o silêncio como arma. A premissa de “vizinhos barulhentos” evolui para um thriller investigativo com toques de The Ring e Hush. No entanto, a narrativa se perde em reviravoltas excessivas no terceiro ato. Novos personagens surgem do nada, e o final, com uma torção subpar, deixa pontas soltas em vez de resolução. É um filme que acelera o pulso nos primeiros 40 minutos, mas desacelera ao tentar abraçar mistérios demais.
Elenco Forte em Momentos de Vulnerabilidade
Lee Sun-bin é o coração do filme como Ju-young. Sua interpretação raw captura o isolamento da surdez em um mundo de sons aterrorizantes, tornando cenas de pânico autênticas e emocionalmente carregadas. Kim Min-seok, como um vizinho enigmático, adiciona camadas de ambiguidade, enquanto Kyung-soo Ryu brilha nos flashbacks da irmã desaparecida, transmitindo luto com sutileza.
O elenco secundário, incluindo figuras como um detetive cético, apoia bem a trama principal. As performances elevam o material, especialmente em sequências de confronto onde o medo é palpável. No entanto, alguns atores sofrem com diálogos expositivos, forçados a explicar mistérios em vez de mostrá-los. Apesar disso, o compromisso emocional do trio principal faz o filme ressoar, mesmo em seus tropeços.
Direção e Som: Os Verdadeiros Protagonistas
Soo-jin Kim, em sua estreia, demonstra habilidade em criar dread através de elementos sensoriais. A direção foca em close-ups claustrofóbicos e movimentos de câmera que simulam desorientação auditiva. O design de som é o destaque: camadas de ruídos – rangidos, sussurros, batidas – constroem tensão sem exageros. Jump scares, quando chegam, pegam de surpresa, como uma entidade aterrorizante que surge do silêncio.
A cinematografia é estilosa e gritty, com tons frios que reforçam o isolamento do apartamento. Filmado em locações reais em Seul, o filme imerge o espectador no horror cotidiano. Ainda assim, o pacing inicial é lento, e o terceiro ato sobrecarrega com ideias, diluindo o impacto. Kim acerta na atmosfera, mas poderia podar subtramas para um fluxo mais coeso.
Influências e Comentário Social
Ruídos bebe de clássicos como A Quiet Place e The Grudge, mas adiciona um viés social sul-coreano. O filme toca em temas de gentrificação urbana e o estresse de apartamentos lotados em Seul, onde vizinhos anônimos viram fontes de paranoia. A deficiência auditiva de Ju-young não é mero artifício; ela amplifica o terror, invertendo o tropo do som como ameaça.
Comparado a Wall to Wall ou Gonjiam: Haunted Asylum, Ruídos é mais contido, priorizando suspense sobre gore. O comentário sobre luto e culpa familiar adiciona profundidade humana, mas fica subdesenvolvido. É um horror que usa o sobrenatural para espelhar ansiedades reais, como o isolamento pós-pandemia.
Pontos Altos e Baixos na Execução
Os pontos altos incluem o sound design inovador e as atuações convincentes, que mantêm o engajamento apesar de uma trama padrão. Sequências de investigação, com Ju-young decifrando pistas através de vibrações, são criativas e tensas. O filme brilha em criar dread psicológico, provando que silêncio pode ser mais assustador que gritos.
Entre os baixos, o final anticlimático e o overload de plotlines frustram. O ritmo desigual – lento no início, caótico no fim – impede uma imersão total. Com 93 minutos, poderia ser mais enxuto, evitando fillers que diluem o horror central. É um debut promissor para Kim, mas não inova o suficiente para se destacar no catálogo de terror asiático.
Vale a Pena no Cinema?
Ruídos é uma sessão sólida para fãs de horror atmosférico, especialmente com seu som imersivo que ganha vida em salas de cinema. Se você curte thrillers como The Wailing ou Train to Busan, o filme oferece arrepios e reflexões sem exageros. No entanto, o final fraco pode deixar um gosto amargo, tornando-o menos rewatchable.
Assista se busca um terror coreano acessível e emocional. Evite se prefere resoluções limpas ou gore pesado. Com estreia em 9 de outubro de 2025, é uma opção rápida para o Halloween, mas não um must-see imperdível.
Ruídos captura o essencial do horror moderno: tensão sensorial e dilemas humanos. Soo-jin Kim e Lee Sun-bin entregam um pacote envolvente, apesar de tropeços no roteiro. É um filme que assusta mais pela sugestão que pela exibição, ideal para quem valoriza atmosfera sobre sustos baratos. Em um ano de blockbusters, ele se destaca pela intimidade. Vale o ingresso para uma experiência de 90 minutos que ecoa na mente – literalmente.
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