Possessor (2020), dirigido por Brandon Cronenberg, mergulha no universo da ficção científica com toques de suspense e terror corporal. Com possessões mentais em um futuro distópico, o filme tem Andrea Riseborough e Christopher Abbott no elenco, ao lado de Jennifer Jason Leigh e Sean Bean. Disponível na HBO Max e Amazon Prime Video, a produção chega como uma obra ousada. Filho de David Cronenberg, o diretor herda o legado de body horror, mas adiciona camadas psicológicas únicas. Nesta crítica, avaliamos se o filme justifica o hype. Analisamos trama, atuações e temas para decidir se vale o seu tempo.
VEJA TAMBÉM:
- Possessor: Elenco, Onde Assistir e Tudo Sobre o Thriller de Horror Psicológico
- Possessor, Final Explicado: O que Acontece com Tasya?
Uma premissa inovadora sobre possessão mental
A história gira em torno de Tasya Vos, assassina de elite que usa implantes cerebrais para invadir mentes alheias. Em um mundo corporativo sombrio, ela controla corpos de hosts para eliminar alvos ricos. O enredo começa com uma missão brutal e evolui para um mergulho na psique fragmentada de Tasya. Quando ela possui Colin Tate, um homem comum, as barreiras entre controlador e controlado se dissolvem.
Brandon Cronenberg constrói um sci-fi cerebral. A tecnologia de possessão dura 48 horas, criando urgência constante. Sem spoilers, o filme evita clichês de invasões alienígenas. Em vez disso, foca na mecânica fria: agulhas no crânio, sincronia neural e “artefatos” mentais. Essa abordagem gera tensão palpável.
O público sente o desconforto da invasão, como se assistisse a um pesadelo tecnológico. A narrativa acelera no segundo ato, com reviravoltas que questionam a identidade. É um thriller que prioriza o psicológico sobre explosões. Para fãs de sci-fi, a originalidade brilha. No entanto, a violência gráfica pode afastar espectadores sensíveis.
Elenco impactante e performances memoráveis
Andrea Riseborough domina como Tasya. Sua interpretação captura a frieza profissional misturada a rachaduras emocionais. Ela transita de assassina calculista para mulher atormentada com maestria. Riseborough usa olhares e pausas para transmitir o esgotamento mental. Christopher Abbott, como Colin, complementa perfeitamente. Ele incorpora a possessão com sutileza: gestos familiares de Tasya surgem em seu corpo, criando um efeito perturbador. Abbott evolui de drone corporativo para força rebelde, adicionando camadas à luta interna.
Jennifer Jason Leigh, como a supervisora Girder, traz autoridade gélida. Suas cenas de debriefing revelam o custo humano do ofício. Sean Bean e Tuppence Middleton, em papéis menores, entregam o esperado: Bean como alvo vulnerável, Middleton como peça no jogo corporativo. O elenco secundário, incluindo Rossif Sutherland como ex de Tasya, enriquece o drama familiar. As performances elevam o material. Sem elas, o filme perderia intensidade. Riseborough e Abbott merecem elogios por navegarem o caos identitário. É um trabalho que exige vulnerabilidade total.
Direção visceral de Brandon Cronenberg
Brandon Cronenberg dirige com precisão cirúrgica. Filho de David, ele honra o pai com body horror explícito: cenas de fusão corporal, derretimento reverso e máscaras distorcidas. A cinematografia de Karim Hussain cria um mundo frio, em tons de cinza e azul. Locais como apartamentos estéreis e salas de controle evocam opressão tecnológica. A edição de Matthew Hannam usa cortes rápidos para simular desorientação mental.
A trilha sonora de Jim Williams amplifica o desconforto, com sons metálicos e pulsantes. Cronenberg equilibra o grotesco com o poético. Uma sequência de sexo, por exemplo, vira metáfora de invasão de gênero. O filme é técnico e ousado, com efeitos práticos que superam CGI. No entanto, o ritmo inicial é deliberado, construindo dread devagar. O clímax explode em caos visual. É direção que desafia o espectador. Para quem busca cinema provocativo, é um triunfo. Outros podem achar excessivo.
Temas profundos e sátira corporativa
Possessor vai além do horror. É uma alegoria afiada sobre vigilância e poder corporativo. A tecnologia de possessão satiriza o data mining: hosts viram avatares descartáveis, como trabalhadores explorados. Tasya representa o burnout moderno, onde o eu se dissolve no trabalho. O filme critica o capitalismo: assassinatos por lucro, com alvos como barões da tech.
Há camadas sobre identidade e performance. Assassinos ensaiam papéis humanos, perdendo a si mesmos. É uma metáfora queer de invasão de corpos, com Tasya, mulher, possuindo homens. A paranoia permeia: quem controla quem? Influências de The Conversation e Inception aparecem, mas Cronenberg adiciona niilismo. A violência não é gratuita; reflete o horror da desconexão. Temas ressoam em 2025, com IA e privacidade em debate. O filme provoca reflexão sem pregação. Sua profundidade recompensa visões múltiplas.
Vale a pena assistir a Possessor?
Possessor não é para todos. Sua violência gráfica e ambiguidade podem frustrar. Mas para amantes de body horror, é essencial. Riseborough e Abbott brilham, e a direção de Cronenberg inova. Com 1h44min, é conciso, mas denso. Assista se curte Hereditary ou The VVitch. Evite se prefere leveza.
Possessor consolida Brandon Cronenberg como força no horror sci-fi. Com trama engenhosa, atuações hipnóticas e temas cortantes, o filme transcende o gore. É brutal, belo e perturbador. Riseborough lidera uma jornada de perda de si. Para quem busca ousadia, vale cada frame. Um marco moderno no gênero.
Siga o Séries Por Elas no Twitter e no Google News, e acompanhe todas as nossas notícias!





[…] Crítica de Possessor: Vale a pena assistir ao filme? […]
[…] Crítica de Possessor: Vale a pena assistir ao filme […]