Ambiente sombrio com figura misteriosa.

Crítica de O Jogo da Invocação: Vale a pena assistir ao filme?

O Jogo da Invocação (2023), dirigido por Ari Costa e Eren Celeboğlu, é um thriller de terror que transforma brincadeiras infantis em pesadelos sangrentos. Com 96 minutos de duração, o filme segue um grupo de adolescentes que, ao jogar uma versão sombria de “Verdade ou Desafio”, invoca uma entidade demoníaca implacável. Estrelado por Asa Butterfield, Natalia Dyer e Benjamin Evan Ainsworth, o longa chega à HBO Max e plataformas de aluguel como Apple TV e Amazon Prime Video. Lançado em 30 de novembro de 2023, ele promete sustos rápidos e gore abundante. Mas entrega inovação ou cai em fórmulas gastas? Nesta análise, dissecamos os acertos e falhas para guiar sua escolha.

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Premissa que intriga, mas não sustenta

A trama gira em torno de Ben (Asa Butterfield), um garoto introspectivo lidando com o divórcio dos pais, e seus amigos desajustados. Durante uma festa de Halloween, eles descobrem um jogo antigo chamado “All Fun and Games”. Regras simples: responda à verdade ou encare um desafio. Falhe, e uma força sobrenatural pune com morte criativa. O que começa como diversão vira carnificina quando o demônio, um ser de olhos flamejantes e garras afiadas, materializa as penalidades.

A ideia é fresca o suficiente para evocar Ouija ou It Follows, mas com um twist lúdico que critica a inocência perdida da infância. O filme usa o jogo para explorar temas como bullying e pressão social, com mortes que punem fraquezas emocionais. No entanto, o roteiro de Costa e Celeboğlu tropeça na execução. As regras do jogo mudam arbitrariamente, e explicações sobre a entidade chegam tarde demais. Críticos como os do Collider notam que o terror vira comédia involuntária, com kills previsíveis que diluem o medo. Em 96 minutos, o ritmo acelera no ato final, mas o setup inicial arrasta, desperdiçando potencial.

Elenco jovem com potencial desperdiçado

Asa Butterfield, de Sex Education, carrega o peso como Ben, transmitindo angústia adolescente com olhares sutis. Sua jornada de covardia para coragem é o coração emocional, ancorada em flashbacks familiares tocantes. Natalia Dyer, conhecida por Stranger Things, interpreta a líder sarcástica do grupo com energia, roubando cenas em diálogos afiados. Benjamin Evan Ainsworth, como o palhaço da turma, injeta humor negro que alivia a tensão, enquanto o resto do elenco – incluindo Zión Moreno e Lil Rel Howery – oferece suporte sólido, mas genérico.

As performances elevam o material mediano. Butterfield e Dyer criam química crível, ecoando amizades frágeis da juventude. Ainda assim, os personagens são estereótipos: o nerd, a garota durona, o valentão. Falta profundidade, como apontado no IGN, onde detalhes sobre motivações ficam inexplicados. Howery, em um papel adulto, adiciona leveza cômica, mas seu arco de mentor relutante resolve-se de forma abrupta. O elenco brilha em cenas de pânico coletivo, mas o roteiro os reduz a peões no jogo demoníaco.

Direção técnica eficiente, mas sem alma

Ari Costa e Eren Celeboğlu, em sua estreia no terror, priorizam eficiência visual. A fotografia noturna, com sombras dançantes e iluminação vermelha, cria uma atmosfera opressiva em locações suburbanas americanas. Efeitos práticos para as mortes – decapitações e esfaqueamentos criativos – impressionam pela crueza, evitando o CGI excessivo de blockbusters. A trilha sonora, com batidas eletrônicas pulsantes, sincroniza bem com os desafios do jogo, elevando o suspense em sequências curtas.

Porém, a direção falha em construir terror psicológico. Cenas de jumpscares são barulhentas, mas vazias, e o pacing irregular – lento no meio, caótico no fim – frustra, conforme resenhas no Rotten Tomatoes. O demônio, com design inspirado em folclore, é visualmente marcante, mas sua onipresença remove stakes reais. Celeboğlu, com experiência em curtas, injeta toques de found footage, mas eles parecem forçados. No geral, é uma produção enxuta, ideal para streaming, mas sem a ousadia de mestres como Ari Aster.

Comparação com o terror contemporâneo

O Jogo da Invocação ecoa Jogos Mortais em sua mecânica de punições, mas sem a crueldade sádica de Jigsaw. Diferente de A Babysitter, que satiriza rituais teen com humor gore, aqui o tom é sério demais para rir e leve demais para aterrorizar. Comparado a Sorria (2022), que usa maldições virais para horror existencial, o filme fica aquém na inovação conceitual.

No panteão do terror de 2023, como M3GAN ou Evil Dead Rise, ele se destaca pela brevidade – 96 minutos sem filler – e gore abundante, elogiado pelo Common Sense Media por personagens fortes. No entanto, Letterboxd critica a edição tosca e regras inconsistentes, tornando-o menos coeso que Barbarian. Para fãs de slasher lúdico, é uma distração; para puristas, uma oportunidade perdida em um gênero saturado.

Vale a pena assistir?

  • Nota geral: 6/10. Uma brincadeira sangrenta que entretém, mas não assombra. Se você busca sustos rápidos, assista. Caso prefira medos duradouros, busque em outra produção.

O Jogo da Invocação diverte em rajadas de sangue e sustos, perfeito para uma sessão noturna rápida na HBO Max. Com atuações competentes de Butterfield e Dyer, e kills criativos, ele cumpre o básico de um terror teen. A duração curta evita tédio, e o tema de jogos perigosos ressoa em era de TikTok challenges. Críticos dividem-se: Dread Central elogia o “spooky time” demoníaco, enquanto Collider o chama de “clunky”.

Se você curte gore leve sem pretensões, como Truth or Dare, vale o aluguel na Amazon Prime. Para narrativas profundas, pule – o final twistado, embora surpreendente, não recompensa o investimento emocional.

Disponível na HBO Max, é uma adição inofensiva ao streaming.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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