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Crítica de Jungle Cruise: Vale a pena assistir ao filme?

Jungle Cruise, lançado em 2021 e disponível no Disney+, é uma aventura familiar inspirada na atração clássica dos parques da Disney. Dirigido por Jaume Collet-Serra e estrelado por Dwayne Johnson e Emily Blunt, o filme mistura humor, ação e elementos sobrenaturais em uma jornada pela Amazônia. Com duração de 2h08min, ele promete diversão leve, mas entrega uma experiência mista. Nesta crítica, analisamos se o longa vale seu tempo na plataforma de streaming.

Premissa cheia de aventura, mas previsível

A trama segue o capitão Frank Wolff (Dwayne Johnson), um barqueiro carismático na Amazônia dos anos 1910, que guia a cientista Lily Houghton (Emily Blunt) e seu irmão MacGregor (Jack Whitehall) em busca da Lótus Petal, uma flor mítica com poderes de cura. Perseguidos pelo vilão Príncipe Joachim (Jesse Plemons), eles enfrentam perigos da selva, maldições e aliados inesperados, como o conquistador Aguirre (Édgar Ramírez).

Baseado na atração de Disney, o filme incorpora piadas de “puns” e referências ao passeio fluvial, como crocodilos falantes e armadilhas. A narrativa evoca clássicos como Jumanji e Piratas do Caribe, com toques de Indiana Jones. No entanto, o enredo segue fórmulas previsíveis, com reviravoltas óbvias e um ritmo que arrasta no meio. Os efeitos visuais são impressionantes nas cenas de ação, mas o sobrenatural, como árvores amaldiçoadas, parece forçado.

Elenco carismático que salva o dia

Dwayne Johnson, como Frank, traz sua energia habitual, misturando comédia física e heroísmo. Sua química com Emily Blunt é o coração do filme, criando momentos divertidos de brigas e flertes. Blunt, como Lily, é uma protagonista forte e independente, desafiando estereótipos de gênero com inteligência e bravura. Jack Whitehall adiciona humor excêntrico como o irmão efeminado, enquanto Jesse Plemons rouba cenas como o antagonista alemão exagerado.

O elenco secundário, incluindo Paul Giamatti em um cameo e Édgar Ramírez como o fantasma amaldiçoado, enriquece a trama. As atuações são competentes, especialmente para um público familiar, mas faltam profundidade emocional. Os personagens são arquétipos clássicos, sem grandes surpresas, o que torna o filme acessível, mas esquecível.

Direção dinâmica em meio a excessos

Jaume Collet-Serra, conhecido por Órbita 9 e Não Respires 2, dirige com um estilo visual vibrante. A cinematografia captura a exuberância da selva brasileira, filmada em locações reais e estúdios na Geórgia. As sequências de ação, como perseguições em cachoeiras e batalhas contra onças, são empolgantes e bem coreografadas. O roteiro de John Requa e Glenn Ficarra, duo de Eu, Eu Mesmo e Irene, injeta humor autoconsciente, com piadas sobre o gênero de aventura.

Porém, a duração excessiva de mais de duas horas torna o filme inchado. Cenas de diálogo estendem desnecessariamente, e o terceiro ato repete fórmulas de redenção. A trilha sonora de James Newton Howard reforça o tom épico, mas não inova. No geral, a direção é sólida para entretenimento leve, mas não eleva o material além do esperado.

Comparação com clássicos da Disney e além

Jungle Cruise ecoa atrações como Piratas do Caribe, transformando um passeio temático em blockbuster. Comparado ao filme de 2003, ele tem menos pirataria, mas mais comédia romântica. Diferente de Jumanji: Bem-Vindo à Selva, que revitalizou o original com humor moderno, este longa fica preso a tropos antigos, sem a mesma frescura. A Lenda do Tesouro Perdido oferece mistério similar, mas com mais carisma histórico.

Em 2021, ano de retornos como Viúva Negra, Jungle Cruise se posiciona como diversão familiar pós-pandemia. Ele evita violência gráfica, tornando-se adequado para todas as idades, mas perde em originalidade para Encanto, que brilhou com cultura latina autêntica. Fãs de Johnson encontrarão familiaridade, mas o filme não redefine o gênero de aventura.

Pontos fortes e limitações evidentes

Os destaques incluem a interação entre Johnson e Blunt, que gera risadas genuínas, e as cenas de ação criativas, como o barco voador. A representação positiva de diversidade, com heróis não brancos e femininos fortes, é um acerto moderno. Os efeitos CGI, apesar de alguns inconsistentes, criam um mundo mágico envolvente.

Limitações pesam: o humor nem sempre acerta, com piadas de puns repetitivas, e o vilão de Plemons é caricatural demais. A trama carece de stakes emocionais reais, e o final feliz é formulaico. Para um orçamento de US$ 200 milhões, o retorno foi modesto, refletindo críticas mistas no Rotten Tomatoes (36% dos críticos, 86% do público).

Vale a pena assistir a Jungle Cruise?

Jungle Cruise é uma opção descompromissada para noites em família no Disney+. Se você busca aventura leve sem sustos, o carisma do elenco compensa as falhas. É perfeito para fãs de Dwayne Johnson ou quem quer reviver a magia das atrações Disney. No entanto, para narrativas mais inovadoras, opte por Mufasa: O Rei Leão. Uma sessão única basta; não é rewatchable.

Jungle Cruise captura o espírito lúdico da atração original, com ação divertida e química estelar. Dirigido por Collet-Serra, ele entretém, mas não surpreende em um gênero saturado. Com Blunt e Johnson no auge, o filme é um cruzeiro agradável pela selva do cinema familiar. Disponível no Disney+, vale para quem prioriza diversão sobre profundidade.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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