as-agentes-355-critica

Crítica de As Agentes 355: Vale a pena assistir ao filme?

As Agentes 355 (2022), dirigido por Simon Kinberg, tenta reviver o glamour dos thrillers de espionagem com um elenco estelar feminino. Jessica Chastain lidera um time internacional de agentes em uma caçada global contra um dispositivo que ameaça o mundo. Com 2h03min de ação, suspense e diálogos afiados, o filme está disponível na HBO Max ou para aluguel na Apple TV, Google Play e YouTube. Mas em um gênero saturado por Missão: Impossível, ele inova ou repete? Nesta análise, dissecamos a trama, atuações e execução para decidir se vale o play.

VEJA TAMBÉM:

Premissa global, mas formulaica

A história abre com Mace (Jessica Chastain), uma agente da CIA durona, falhando em uma missão no México. Ela resgata um drive com planos de uma arma cibernética letal, mas logo percebe que precisa de ajuda. Recruta Marie (Penélope Cruz), uma psicóloga francesa com laços criminosos; Khadijah (Lupita Nyong’o), uma hacker britânica; Xia (Bingbing Fan), uma mestre em disfarces chinesa; e Lin Mi (Diane Kruger), uma agente alemã com agenda própria.

O enredo segue um roteiro clássico: perseguições em Paris, tiroteios em Marrakech e reviravoltas em Nova York. A ideia de mulheres unidas contra o patriarcado do mundo da espionagem é empoderadora. Elas formam “The 355”, referência a uma rede de espiãs da Revolução Americana. No entanto, a narrativa tropeça em clichês. Vilões genéricos, como o traficante de armas Graham (Édgar Ramírez), e plot twists previsíveis diluem o suspense. O filme avança rápido, mas sem surpresas reais, como notado pelo Roger Ebert.

Elenco estelar desperdiçado em estereótipos

Jessica Chastain carrega o peso como Mace, misturando vulnerabilidade e força em cenas de ação convincentes. Sua química com Penélope Cruz, como a relutante Marie, gera faíscas autênticas. Cruz traz humor seco, aliviando a seriedade. Lupita Nyong’o impressiona como Khadijah, com carisma que rouba cenas de hacking. Bingbing Fan e Diane Kruger completam o time, mas sofrem com papéis rasos: Xia é a “exótica” e Lin Mi, a traidora óbvia.

O elenco masculino, com Sebastian Stan como o parceiro de Mace e Rami Malek em um cameo, parece coadjuvante. As atrizes entregam o máximo, elogiadas no Variety por energia coletiva. Ainda assim, o roteiro as reduz a arquétipos: a líder americana, a europeia elegante, a africana esperta. Falta profundidade emocional, tornando o empoderamento superficial, conforme crítica no The Guardian.

Direção energética, mas sem alma

Simon Kinberg, de X-Men: Fênix Negra, dirige com pulso firme. Sequências de ação são fluidas, como a perseguição de moto em Paris, filmada com coreografia precisa. A trilha sonora eletrônica acelera o ritmo, e locações globais adicionam exotismo. O visual é polido, com figurinos que destacam o glamour feminino.

Porém, Kinberg não escapa da fórmula. Diálogos expositivos explicam tramas em vez de mostrá-las, e o pacing vacila no segundo ato. Theresa Rebeck e Kinberg no roteiro priorizam espetáculo sobre substância, resultando em um thriller genérico. Como dito no Flixist, quer ser épico, mas fica no mediano. Problemas de edição, com cortes abruptos, quebram a imersão.

Pontos fortes e falhas evidentes

Os acertos incluem ação empolgante e elenco afiado. Cenas de luta corpo a corpo, especialmente Chastain vs. Kruger, são highlights. A mensagem de sororidade ressoa, mostrando mulheres salvando o dia sem romance forçado. Produção de alto nível, com orçamento de US$ 40 milhões, garante espetáculo visual.

Falhas dominam: trama previsível, vilões caricatos e reviravoltas que não surpreendem. O final, com sacrifício heroico, soa forçado. Duração de 2h03min estica cenas desnecessárias, como flashbacks expositivos. Rotten Tomatoes dá 24% de críticos, mas 72% de público, revelando divisão: fãs de ação veem diversão, puristas, tédio.

Vale a pena assistir a As Agentes 355?

  • Nota: 2/5 Estrelas. Vale? Para fãs casuais, sim. Para cinéfilos, talvez não.

Para uma noite casual no HBO Max, sim – é entretenimento leve com estrelas. Fãs de Chastain ou Cruz encontrarão motivos para curtir. Aluguel na Apple TV (R$ 14,90) vale se busca ação feminina. Mas se prefere inovação, como John Wick, pule. No MovieWeb de 2025, chamam de “ruim como esperado”, mas inofensivo.

Ideal para maratonas de espionagem, mas não redefine o gênero. Assista se quer ver mulheres chutando bundas globalmente. Caso contrário, opte por clássicos. As Agentes 355 promete revolução, mas entrega convenção. Com Chastain à frente de um time talentoso, o filme diverte em doses, mas decepciona pela falta de ousadia. Kinberg acerta no espetáculo, erra na alma.

Siga o Séries Por Elas no Twitter e no Google News, e acompanhe todas as nossas notícias!

Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
Artigos: 1557

2 comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Siga-nos no Google News