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Crítica de A Substância: Vale a pena assistir ao filme?

A Substância, dirigido por Coralie Fargeat, estreou nos cinemas em 19 de setembro de 2024. Com 2h20min de duração, o filme mescla drama e terror em uma sátira afiada sobre padrões de beleza e envelhecimento. Estrelado por Demi Moore, Margaret Qualley e Dennis Quaid, ele explora os extremos da vaidade feminina em Hollywood. Disponível no Amazon Prime Video e HBO Max, ou para aluguel na Apple TV, o longa ganhou o Prêmio de Melhor Roteiro em Cannes 2024. Mas entrega impacto real? Nesta análise, destaco forças e fraquezas para guiar sua escolha.

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Premissa ousada e provocativa

Elisabeth Sparkle, uma estrela de aeróbica dos anos 80, enfrenta o etarismo aos 50 anos. Deixada de lado por um produtor sexista, ela descobre uma droga misteriosa. Essa substância promete uma versão jovem e perfeita de si mesma. O pacto exige alternância semanal entre as duas existências. O que parece solução vira pesadelo de horror corporal.

A trama satiriza Hollywood e a ditadura da beleza. Fargeat usa ficção científica para exagerar pressões reais sobre mulheres. A narrativa avança rápido, sem pausas. Isso cria urgência, mas pode sobrecarregar. Sem spoilers, o filme eleva o body horror a níveis extremos. É uma reflexão sobre auto-ódio moldado por expectativas sociais.

Atuações marcantes e transformadoras

Demi Moore revive sua carreira como Elisabeth: Vulnerável e crua, ela expõe inseguranças reais. Sua performance é corajosa, talvez o melhor papel em décadas. Margaret Qualley, como a versão jovem Sue, traz ferocidade inocente. O contraste entre as duas é genial, com entrega física total. Dennis Quaid, como o chefe Harvey, representa o patriarcado sem caricatura. Ele adiciona camadas a um vilão sutil.

As atrizes dividem opiniões por cenas explícitas. Moore se desprende do glamour, o que liberta sua interpretação. Qualley equilibra megalomania e fragilidade. O elenco secundário apoia bem, mas o foco duplo em Moore e Qualley domina. Elas carregam o peso emocional e grotesco da história.

Direção visual e implacável

Coralie Fargeat, após Revenge, afirma seu estilo. Ela mistura sátira, gore e drama com precisão. A fotografia usa cores saturadas e closes intensos. Cenários claustrofóbicos reforçam a artificialidade. A trilha sonora de Raffertie enerva, enquanto efeitos de maquiagem chocam. O filme é visualmente imersivo, ideal para tela grande.

Fargeat não poupa o grotesco. Sangue e deformações elevam o horror corporal. Isso incomoda, mas serve à mensagem. A direção é audaciosa, com ritmo acelerado em 2h20min. No entanto, a segunda metade pode parecer delirante demais. O exagero, embora intencional, divide quem prefere sutileza.

Temas sociais e controvérsias

A Substância ataca etarismo, sexismo e padrões de beleza. Não é só sobre envelhecimento, mas o direito feminino de existir. Explora como projeções sociais criam auto-ódio. Hollywood vira espelho de opressões reais. A indústria farmacêutica e midiática são satirizadas com ironia.

O filme gerou polêmica em Cannes. Alguns saíram das salas pelo gore explícito. Críticos elogiam a ousadia, mas outros veem superficialidade. É hilário, comovente e grotesco. Provoca debates sobre representação feminina. Fargeat garante que reflete projeções sobre mulheres desde cedo.

Vale a pena assistir a A Substância?

Sim, para quem tolera gore e busca sátira afiada. Demi Moore brilha em um retorno triunfal. Fargeat entrega um filme inesquecível, perturbador e eufórico. Assista no cinema pela imersão. No streaming, perde impacto visual. Se odeia body horror, evite. Pode causar náusea ou desconforto. Para fãs de terror social, é essencial. Uma paulada que ecoa dias após os créditos.

A Substância é ousado, grotesco e brilhante. Fargeat critica opressões com maestria. Moore e Qualley elevam o material. Apesar de divisivo, marca 2024 como um dos melhores terrores. Vale o risco para reflexões profundas. Uma ode à existência feminina, sem filtros.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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