O documentário A Vizinha Perfeita, lançado na Netflix em 17 de outubro de 2025, tem gerado debates intensos sobre racismo, leis de autodefesa e falhas policiais. Dirigido pela premiada Geeta Gandbhir, o filme de 1h36min reconta o assassinato de Ajike “AJ” Owens, uma mãe negra de quatro filhos, baleada por sua vizinha em Ocala, Flórida. Mas será que A Vizinha Perfeita se inspira em uma história real? Sim, o longa se baseia em eventos verídicos de 2023, usando imagens de câmeras corporais da polícia para expor uma tragédia racial. Neste artigo, exploramos os fatos, o impacto e as lições, otimizado para buscas sobre documentários da Netflix e casos reais de violência.
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Origens do Documentário: Uma Produção Pessoal e Urgente
A Vizinha Perfeita é obra de Geeta Gandbhir, vencedora do Emmy por Katrina: Come Hell and High Water. A diretora, de Message Pictures, produziu o filme ao lado de Alisa Payne e Nikon Kwantu, com executivos como Soledad O’Brien. Estreou no Sundance Film Festival 2025, ganhando o prêmio de Direção em Documentário Americano, e passou por SXSW, CPH:DOX e outros festivais.
Gandbhir conecta-se pessoalmente ao caso: sua família era amiga de Owens. “É um projeto profundamente pessoal, para transformar luto em propósito e honrar o legado de Ajike”, disse ela à Netflix. O filme evita narração tradicional, confiando em horas de footage de body cams e gravações de 911 obtidas via Lei de Liberdade de Informação. Essa abordagem inovadora revela dinâmicas diárias de um bairro unido, do outono de 2022 até o tiroteio fatal.
A História Real: Quem Eram Ajike Owens e Susan Lorincz?

Ajike Owens, 35 anos, era gerente de McDonald’s e mãe devotada de Isaac, Israel (Izzy), Titus e Afrika. Morava em um bairro coeso de Ocala, onde crianças brincavam no quintal vazio ao lado, com permissão do dono. Owens protegia seus filhos de assédio constante de Susan Lorincz, 60 anos, inquilina branca solitária que se autodenominava “a vizinha perfeita”.
Lorincz, descrita como “temerosa” e isolada, ligava para a polícia meia dúzia de vezes, alegando invasão de propriedade pelas crianças. Gravava os garotos no celular, gritava xingamentos e usava termos racistas, como a palavra com “n” e “escravo negro”. Vizinhos relatavam que ela balançava guarda-chuva ou arma contra as crianças, jogava patins e ameaçava espancá-las. Policiais, céticos, sempre apoiavam as famílias, notando que Lorincz era a única reclamante.
O título do documentário vem de uma frase de Lorincz à polícia: “Sou como a vizinha perfeita”. Sua hostilidade enraizava-se em preconceito, transformando brincadeiras infantis em “ameaças à vida”.
Linha do Tempo dos Eventos: Da Harassão ao Tiro Fatal
Tudo escalou em 2 de junho de 2023. Izzy, 10 anos, deixou um iPad no quintal vazio. Lorincz pegou o aparelho, jogou-o no chão e gritou com o menino. Quando ele pediu de volta, ela o acusou de invasão e balançou um guarda-chuva. Izzy correu para casa e contou à mãe.
Owens, alarmada, foi à porta de Lorincz. “Se quer jogar algo, jogue em mim!”, gritou. Lorincz, dentro de casa, ligou para o 911 duas vezes: primeiro alegando invasão, depois dizendo que Owens ameaçava matá-la. A telefonista prometeu policiais em breve. Dois minutos após a ligação, Lorincz pegou sua pistola e atirou pela porta, acertando Owens no peito. O filho de Owens estava ao lado da mãe.
Uma criança chamou o 911. Owens foi levada ao hospital, mas morreu naquela noite. Horas depois, Lorincz saiu de casa, mostrou o dedo médio para as crianças e gritou: “Fiquem longe da minha casa, seus escravos negros”. Ela admitiu usar insultos racistas “por raiva” no passado.
O footage de body cams captura o caos: policiais chegam, encontram Owens agonizante, e questionam Lorincz, que alega medo: “Pensei que ela me mataria”. Detetives duvidaram: “Suas decisões não são razoáveis”. A prisão demorou quatro dias, enquanto investigavam a lei “Stand Your Ground” da Flórida.
Processo Legal: Culpa, Sentença e Falhas do Sistema
Em 6 de junho de 2023, Lorincz foi presa por homicídio culposo com arma de fogo, negligência grave, agressão e duas contagens de bateria. A lei “Stand Your Ground”, de 2005, permite força letal se houver “medo razoável” de morte, mesmo fora de casa. Adotada por metade dos estados americanos, é criticada por favorecer atiradores brancos em casos contra vítimas negras – homicídios assim são mais “justificáveis”.
Em agosto de 2024, um júri a condenou por homicídio culposo. Na fase de pena, Lorincz pediu desculpas: “Nunca quis matá-la, agi por medo”. A família de Owens pediu 30 anos. O juiz sentenciou 25 anos; ela cumpre pena na Homestead Correctional Institution até 2048.
O caso gerou fúria global. Rev. Al Sharpton discursou no funeral de Owens, elogiando sua coragem. A mãe de Owens, Pamela Dias, falou de luto: “Meu coração dói pela neta que ela nunca conhecerá”. O documentário destaca a demora na prisão e por que policiais não intervieram antes, apesar de chamadas não emergenciais e armas de Lorincz.
Temas Centrais: Racismo, Leis Armadas e Falhas Policiais
A Vizinha Perfeita vai além do crime, expondo como preconceito envenena comunidades. O filme questiona: por que polícia não mandou assistentes sociais ou mediadores para o conflito? “Polícia falha sem violência: basta ignorar assédio”, nota Gandbhir. Temas incluem raça, preconceito, policiamento e posse de armas – ecoando casos como Trayvon Martin.
O footage revela Lorincz como “outlier” em um bairro solidário, onde adultos vigiavam crianças de varandas. Gandbhir usa body cams – ferramenta para “proteger” policiais – para expor falhas: “Se não testemunharmos crimes assim, eles continuam nas sombras”. O longa transforma luto em ativismo, honrando Owens como mãe vibrante via fotos e depoimentos.
A Perspectiva da Diretora: Testemunho e Legado
Gandbhir, Payne e Kwantu criaram o filme para apoiar a família Owens, que pressionou por acusações de crime de ódio. “Desejo que não precisássemos fazer isso”, disse Payne. Dias encontrou alívio: “O filme alivia meu fardo, cumprindo o desejo de AJ de que o mundo soubesse seu nome”.
Sem cabeças falantes excessivas, o documentário sequencia footage cronologicamente, de interações rotineiras a alarmantes. Isso cria intimidade, mostrando como tensão escalou organicamente. Kwantu elogia: “O footage transita de rotina para chocante”.
Por Que A Vizinha Perfeita Impacta Tanto?
Baseado em fatos reais, o documentário choca pela crueza: body cams mostram Owens morrendo, Lorincz justificando-se. Evoca confusão e dor de uma comunidade desfeita. Comparado a Making a Murderer, usa arquivos imersivos; como 137 Shots, investiga violência racial.
A Vizinha Perfeita não é ficção: é testemunho cru de um assassinato racial em 2023, impulsionado por leis falhas e ódio velado. Com direção de Geeta Gandbhir, expõe como vizinhos “perfeitos” destroem laços comunitários. Disponível na Netflix desde 17 de outubro de 2025, é essencial para entender violência armada e racismo nos EUA. Assista e reflita: quantas Ajike Owens mais?
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