O drama Steve, lançado na Netflix, marca o retorno de Cillian Murphy a papéis intensos e introspectivos. Dirigido por Tim Mielants e roteirizado por Max Porter – baseado em sua própria novela Shy de 2023 –, o filme dura 1h33min e explora temas como saúde mental, trauma adolescente e o colapso de instituições sociais. Com um elenco que inclui Jay Lycurgo, Emily Watson e Tracey Ullman, Steve se passa em uma escola de reabilitação fictícia no Reino Unido dos anos 1990. Disponível exclusivamente na Netflix, o longa já desperta debates sobre seu final ambíguo e emocional. Neste artigo, desvendamos o enredo, o desfecho e os significados por trás das cenas finais.
VEJA TAMBÉM:
- Steve: Elenco, Onde Assistir e Tudo Sobre
- Crítica de Steve | Vale a Pena Assistir o Filme?
- Steve: História Real Por Trás do Filme
Resumo da Trama de Steve: Um Dia de Crise em Stanton Wood
Steve acompanha um único dia caótico na Stanton Wood Manor, uma escola residencial progressiva para jovens problemáticos, financiada pelo governo britânico, mas à beira do fechamento. O protagonista, Steve (Cillian Murphy), é o diretor dedicado que luta para manter o local aberto. Ele enfrenta burocracia implacável, uma visita política cínica e uma equipe exausta, enquanto lida com seu vício em analgésicos e o peso de um acidente de carro do passado.
Paralelamente, acompanhamos Shy (Jay Lycurgo), um aluno de 15 anos atormentado por raiva violenta e abandono familiar. Shy, apelido que reflete sua vulnerabilidade interna, carrega traumas de abuso e rejeição. Sua obsessão por uma foto do Durdle Door – um arco natural na costa jurássica da Inglaterra – simboliza um escape idealizado para a solidão. Outros personagens chave incluem Shola (Simbi Ajikawo), uma professora compassiva; Amanda (Tracey Ullman), a vice-diretora pragmática; e a terapeuta escolar (Emily Watson), que tenta mediar as tensões.
O dia começa com uma equipe de documentário filmando o local, questionando se escolas como Stanton Wood merecem verba pública. Alarmes de incêndio falsos, brigas entre alunos e a confirmação do fechamento em seis meses escalam o caos. Steve, consumido pela culpa e pelo desespero, ingere oxicodona misturada com álcool para aguentar. Shy, por sua vez, recebe uma ligação devastadora de sua mãe, que corta laços com ele e o padrasto, empurrando-o para o abismo emocional. O filme constrói uma tensão palpável, misturando raiva adolescente com o esgotamento dos adultos que os apoiam.
O Clímax Intenso: A Noite de Decisões Fatais
À medida que a noite cai, Shy foge da escola com uma mochila cheia de pedras, dirigindo-se ao lago nos fundos do terreno. Sua intenção é clara: afogar-se, transformando a dor interna em um ato definitivo de autodestruição. Essa cena ecoa o simbolismo do Durdle Door, representando um portal para o fim – ou, talvez, para uma paz inalcançável.
Steve, alertado por instintos e pistas sutis deixadas por Shy durante o dia, sai em busca dele. Intoxicado e instável, ele tropeça pelos portões da escola, caindo em uma vala enquanto persegue o aluno. Apesar de sua condição precária, Steve alcança Shy à beira do lago. Em um confronto cru e sem filtros, Steve não oferece sermões vazios. Ele compartilha sua própria vulnerabilidade: “Você não está sozinho”. Essas palavras, ecoando lições que Steve pregou aos alunos ao longo do filme, ressoam com Shy. O garoto hesita, e em vez de se afogar, vira sua fúria para fora – jogando as pedras na água, um gesto catártico que sinaliza a escolha pela vida, mesmo que frágil.
Steve, exausto e aliviado, ajuda Shy a retornar. Mas o diretor mal consegue se mover, seu corpo e mente no limite. A cena final os mostra de volta à escola, onde Shy encontra apoio na comunidade – professores e alunos que, apesar das falhas, formam uma rede de empatia. Steve, no entanto, sobe para o sótão vazio da mansão, um espaço isolado que reflete seu colapso interno. A tela escurece, deixando o espectador com uma pergunta: Steve sobreviveu à noite, ou seu resgate de Shy foi seu último ato?
Final Explicado: Esperança Ambígua e o Preço da Empatia
O desfecho de Steve é intencionalmente aberto, evitando resoluções fáceis para espelhar a realidade da depressão e do burnout. Shy sobrevive, não por um milagre, mas porque alguém acreditou nele o suficiente para intervir. Seu ato de jogar as pedras simboliza a externalização da dor – um primeiro passo para processá-la, em vez de internalizá-la até a morte. O Durdle Door, que permeia as visões de Shy, evolui de um símbolo de isolamento para um lembrete de paisagens vastas e possibilidades infinitas. Como explica o diretor Tim Mielants em entrevistas, “o arco representa o que há além da escuridão: ondas que lambem a praia, um ciclo contínuo de maré alta e baixa”. Shy escolhe a luz sobre a escuridão, influenciado pelas ações de Steve ao longo do dia.
Já o destino de Steve permanece incerto, um golpe mestre de ambiguidade. Murphy, em conversa com a ScreenRant, descreve o final como “um espelho para o público: interprete o que faz sentido para você”. Alguns veem o sótão como um prenúncio de suicídio – Steve, que salvou tantos, não se salva. Outros interpretam como um momento de pausa, onde ele finalmente confronta sua dor. O filme sublinha o custo do cuidado: educadores como Steve dedicam vidas a “indesejados” pela sociedade, mas o sistema os abandona, levando ao esgotamento. Jenna, a terapeuta, avisa Steve sobre sobrecarga, mas ele persiste, pagando o preço.
Essa dualidade reforça o tema central: salvação é coletiva. Shy vive porque uma rede – falha, mas real – o sustenta. Steve, por outro lado, ilustra o risco de carregar outros sem apoio. O filme não romantiza o heroísmo; ele o humaniza, mostrando que empatia exige reciprocidade. Em um mundo de cortes orçamentários e estigma mental, Steve questiona: quem salva os salvadores?
Temas e Impacto: Por Que Steve Ressoa em 2025?
Steve não é apenas um drama; é um soco no estômago para debates atuais sobre saúde mental juvenil e falhas institucionais. Baseado na novela de Porter, o filme captura a essência dos anos 1990 – era de Thatcherismo residual e cortes sociais – mas fala diretamente a 2025, com crises de suicídio entre jovens em alta. Murphy brilha como Steve, transmitindo camadas de dor com olhares sutis, enquanto Lycurgo dá a Shy uma intensidade crua que evita clichês.
Críticos elogiam a direção de Mielants por equilibrar intimidade e caos, com cenas no sótão e no lago filmadas em takes longos para imersão. O impacto cultural? Steve já inspira discussões em fóruns sobre reforma de escolas e suporte a professores.
Se você assistiu, o que achou do final? Compartilhe nos comentários. Steve está na Netflix – assista e reflita.
Siga o Séries Por Elas no Google News e veja todas as nossas notícias!




