Se Não Fosse Você, adaptação do romance de Colleen Hoover dirigida por Josh Boone, estreou nos cinemas em 23 de outubro de 2025. Com Allison Williams como Morgan Grant, uma viúva lidando com luto e desejo proibido, o filme mergulha em um drama romântico de segundas chances. Ao lado de Dave Franco como Jonah Sullivan, o cunhado de sua irmã falecida, a trama explora traições passadas e amores inesperados. Duração de 1h57min, o longa promete lágrimas e suspiros, mas entrega uma mistura de melodrama e clichês. Nesta crítica, analisamos se o filme justifica o hype de Hoover ou se é só mais uma novela para a tela grande.
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Trama de luto e romance proibido
Morgan Grant vive uma vida estável até a morte repentina de seu marido, Chris (Scott Eastwood, em flashbacks). Acidente de carro revela traições: Chris tinha um caso com Jenny, irmã mais nova de Morgan, casada com Jonah. A tragédia une Morgan e Jonah na criação de Clara (Mckenna Grace), filha de Jenny e Jonah, enquanto Miller (Mason Thames), filho de Morgan, navega pela adolescência.
O roteiro de Susan McMartin foca no ano seguinte, com Morgan equilibrando maternidade, trabalho em uma cafeteria e uma atração crescente por Jonah. Segredos familiares emergem, como o passado de Jenny e as mentiras de Chris. A narrativa alterna entre cenas emotivas de luto e momentos românticos, culminando em um beijo sob chuva que ecoa Nicholas Sparks. No entanto, o enredo é previsível: reviravoltas como a revelação de uma gravidez são sinalizadas cedo, e o ritmo sofre com pausas longas para monólogos internos.
A essência de Hoover brilha na exploração do perdão. Morgan questiona se pode amar o homem ligado à sua dor. Mas o filme estica o sofrimento, com cenas repetidas de olhares carregados e conversas evasivas. Para fãs do livro, a adaptação captura o coração partido da protagonista, mas perde a sutileza literária em diálogos expositivos.
Elenco carismático salva o melodrama
Allison Williams entrega o melhor de si como Morgan. Conhecida por Get Out, ela transita de humor seco para vulnerabilidade crua, especialmente nas cenas com Clara. Seu arco de viúva relutante em amar de novo é convincente, ancorando o filme em emoção real. Dave Franco, como Jonah, traz charme contido, misturando culpa e ternura. Sua química com Williams é palpável, transformando olhares em faíscas genuínas.
Mckenna Grace rouba cenas como Clara, a pré-adolescente lidando com perda dupla. Sua performance madura, vista em Ghostbusters: Afterlife, adiciona inocência ao caos adulto. Mason Thames, de O Telefone Preto, interpreta Miller com rebeldia adolescente, injetando humor em diálogos afiados sobre paixonites e brigas familiares. Willa Fitzgerald, em flashbacks como Jenny, evoca simpatia apesar do papel breve.
O elenco secundário, com Clancy Brown como o avô rabugento de Miller e Sam Morelos como a amiga Lexie, enriquece o mundo suburbano. Ethan Costanilla, como Efrén, traz leveza em subtramas teen. Apesar de personagens estereotipados – a viúva forte, o viúvo atormentado –, os atores elevam o material, tornando o filme assistível mesmo nos momentos mais piegas.
Direção de Josh Boone equilibra emoção e excesso
Josh Boone, de A Culpa É Das Estrelas, dirige com sensibilidade visual. A fotografia de Jo Willems capta o outono texano em tons quentes, contrastando com a frieza do luto. Cenas de chuva e pores do sol simbolizam catarse, enquanto close-ups em rostos molhados de lágrimas intensificam a intimidade. A trilha de Danny Elfman, com violinos suaves, reforça o tom romântico sem cair no excesso.
No entanto, Boone luta com o pacing. Aos 117 minutos, o filme se arrasta em atos intermediários, com montagens de rotina diária que diluem a tensão. O roteiro de McMartin adapta fielmente o livro, mas ignora cortes necessários, resultando em diálogos didáticos como “O luto não é linear”. Elementos sensuais, como cenas de sexo sugeridas, adicionam maturidade, mas parecem forçados em um enredo YA.
Comparado a It Ends with Us, outra adaptação de Hoover, Se Não Fosse Você é menos impactante. Enquanto o anterior aborda abuso com seriedade, este foca em romance reconfortante, mas sem a ousadia. Boone acerta na empatia, mas o filme soa formulaico, ecoando The Notebook em sua teia de relacionamentos entrelaçados.
Temas de perdão em um mundo de clichês
O filme aborda perdão familiar com nuance. Morgan confronta não só a traição de Chris, mas sua própria raiva por Jenny, morta jovem. Jonah lida com culpa por amar a irmã errada. Essas camadas exploram como o luto distorce laços, e o arco de Clara humaniza o drama adulto. Subtramas como o namoro de Miller com Lexie tocam em consentimento e pressão teen, adicionando relevância para plateias jovens.
Críticas apontam o tom sudsy: cenas de choro excessivo e resoluções felizes beiram o irreal. O Guardian chama de “bumpy”, com momentum quebrado por lutos abruptos. Vulture o rotula “psychotic” pelo exagero emocional. Ainda assim, Roger Ebert elogia as emoções amplificadas, ideais para um “popcorn movie” reconfortante. Em 2025, com adaptações de Hoover em alta, o filme atende fãs sedentos por catarse, mas decepciona quem busca inovação.
Vale a pena assistir?
- Nota 6/10: bom para corações partidos, mas não essencial.
Se Não Fosse Você é uma escolha sólida para noites românticas ou fãs de Hoover. Allison Williams e Dave Franco brilham, e as cenas emotivas garantem lágrimas. Disponível nos cinemas, é perfeito para quem quer escapismo sem compromisso. No entanto, o pacing lento e previsibilidade frustram, como notado na Variety.
Se prefere dramas profundos como A Culpa É Das Estrelas, vai apreciar Boone. Para algo leve, é diversão garantida. Assista se busca romance feel-good; pule se cansou de fórmulas YA.
Se Não Fosse Você captura o encanto agridoce de Hoover: corações partidos que se refazem em abraços inesperados. Com atuações cativantes e direção sensível, o filme entretém apesar de tropeços. Em um ano de blockbusters, ele oferece conforto emocional, lembrando que o amor, mesmo complicado, vale o risco. Uma visita ao cinema que aquece a alma, mas não revoluciona o gênero.
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