Os Rejeitados, dirigido por Alexander Payne, é uma comédia dramática que evoca os anos 1970 com maestria. Estrelado por Paul Giamatti, Da’Vine Joy Randolph e Dominic Sessa, o filme explora laços improváveis durante as férias de Natal em um internato de elite. Disponível na Netflix ou para aluguel na Apple TV, Amazon Prime Video e Google Play, a produção marca o retorno de Payne a formas clássicas de storytelling. Mas será que captura o coração do público? Nesta crítica, destaco os acertos e tropeços para guiar sua escolha.
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Premissa nostálgica e humana
A história se passa no Barton Academy, um internato nos subúrbios de Massachusetts, no inverno de 1970. Paul Hunham (Paul Giamatti), um professor de história clássico e rabugento, é forçado a supervisionar os alunos que ficam no campus durante as férias de Natal. Seus “rejeitados” incluem Angus Tully (Dominic Sessa), um adolescente brilhante mas problemático, e Mary Lamb (Da’Vine Joy Randolph), a cozinheira da escola que lida com o luto recente. O que começa como uma obrigação vira uma jornada de descobertas pessoais, cheia de confissões e confrontos.
Payne e o roteirista David Hemingson constroem uma narrativa simples, mas rica em camadas emocionais. Inspirado em filmes como Ferris Bueller’s Day Off, o enredo evita reviravoltas artificiais, priorizando diálogos afiados e silêncios carregados. A ambientação nevada reforça o isolamento, tornando o trio uma família improvisada. No entanto, o ritmo inicial pode parecer lento para quem busca ação rápida, embora isso sirva ao tom reflexivo.
Elenco impecável e química natural
Paul Giamatti revive sua parceria com Payne após Sideways (2004), entregando um desempenho nuançado como o professor Hunham. Seu personagem é cínico e isolado, mas Giamatti revela vulnerabilidades com olhares sutis e humor seco, ganhando indicação ao Oscar de Melhor Ator. Da’Vine Joy Randolph, como Mary, rouba cenas com uma mistura de força e fragilidade, conquistando o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por retratar o racismo velado da época.
Dominic Sessa, em sua estreia, impressiona como Angus, um jovem lidando com abandono familiar. Sua rebeldia adolescente é autêntica, sem cair em estereótipos. A química entre o trio é o coração do filme: conversas à mesa de jantar ou caminhadas na neve fluem com naturalidade, criando momentos de ternura genuína. O elenco secundário, como o diretor da escola (Darren Le Gallo), adiciona toques de sátira social, mas sem roubar o foco.
Direção clássica com toques modernos
Alexander Payne filma como nos anos 1970, usando 16mm para uma textura granulada e quente. A direção evoca mestres como Hal Ashby, com longos planos que capturam a rotina monótona do internato. A trilha sonora, com faixas de Cat Stevens e The Beach Boys, amplifica a nostalgia sem ser invasiva. Hemingson, em seu primeiro roteiro para cinema, equilibra comédia e drama, com piadas que surgem do desconforto humano.
Visualmente, o filme brilha na fotografia de Eigil Bryld, que transforma a neve em símbolo de purificação. Payne critica sutilmente o privilégio de elite, mostrando como o internato perpetua desigualdades. Ainda assim, alguns espectadores notam que o tom melancólico pode conter a emoção, mantendo-a “à distância”, como observou a NPR. Isso evita o sentimentalismo excessivo, mas pode frustrar quem prefere catarse imediata.
Pontos fortes e limitações sutis
Os acertos incluem atuações premiadas e um roteiro que humaniza os “rejeitados” da sociedade. A sátira ao sistema educacional é afiada, sem ser panfletária. A duração de 2h14min permite desenvolvimento orgânico, e a mensagem sobre perdão ressoa universalmente.
Limitações surgem no ritmo: o segundo ato se arrasta em subtramas escolares, e o final, embora tocante, resolve conflitos de forma abrupta. O foco em personagens brancos pode limitar a diversidade, apesar do papel forte de Randolph. Ainda assim, esses tropeços não ofuscam o encanto geral.
Vale a pena assistir a Os Rejeitados?
Sim, Os Rejeitados merece seu tempo, especialmente na Netflix. É ideal para quem busca uma história acolhedora com humor inteligente e lágrimas discretas. Giamatti e Randolph elevam o material, tornando-o uma opção perfeita para as festas de fim de ano. Se você curte dramas como Manchester by the Sea, vai se conectar; para fãs de comédia leve, o equilíbrio agrada. Alugue na Apple TV se preferir alta qualidade, mas a plataforma de streaming facilita o acesso. Uma sessão reflexiva que fica na memória.
Os Rejeitados é uma joia subestimada de Alexander Payne, com atuações brilhantes e uma nostalgia que aquece o coração. Apesar de um ritmo pausado, sua essência humana e crítica sutil o tornam essencial. Em um mundo acelerado, ele lembra o valor das conexões improváveis. Assista e sinta o espírito natalino – sem clichês, só verdade.
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