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Crítica de G.I. Joe Origens: Snake Eyes | Vale a pena assistir ao filme?

Lançado em 19 de agosto de 2021, G.I. Joe Origens: Snake Eyes marcou o reboot do universo G.I. Joe no cinema. O filme mistura artes marciais, aventura, ação e suspense. Dirigido por Robert Schwentke, o roteiro de Evan Spiliotopoulos e Anna Waterhouse foca na origem do icônico ninja Snake Eyes. Henry Golding interpreta o protagonista, ao lado de Andrew Koji como Storm Shadow e Úrsula Corberó como Baroness. Disponível para aluguel na Amazon Prime Video, Apple TV e Google Play Filmes e TV, o longa tenta revitalizar a franquia. Mas entrega empolgação ou decepção? Nesta análise, destaco acertos e falhas para ajudar na decisão.

Uma premissa cheia de clichês

A história segue Snake Eyes, um órfão em busca de vingança após a morte do pai. Ele se alia a um clã ninja japonês, o Arashikage, para treinar e provar seu valor. Tommy Arashikage, herdeiro do clã, vira seu parceiro. Juntos, enfrentam testes mortais, como lutas contra serpentes gigantes e um artefato místico.

A ideia de origem para um personagem silencioso e misterioso parece promissora. No entanto, o enredo cai em armadilhas previsíveis. Diálogos bombásticos ecoam desenhos animados dos anos 80. Temas de lealdade e traição surgem, mas sem profundidade. Roger Ebert critica o “checklist de clichês convolutos”, com cenas que respondem perguntas que ninguém fez. O resultado é uma narrativa genérica, mais setup para sequências do que uma história autônoma.

Elenco promissor, mas subutilizado

Henry Golding (Podem Ser Estrelas) traz carisma ao Snake Eyes falante. Sua presença física convence nas lutas, mas falta intensidade emocional. Andrew Koji (Warrior) rouba a cena como Tommy. Seu carisma sombrio e impaciência fazem dele o herói relutante, invertendo expectativas. Úrsula Corberó (La Casa de Papel) surge como Baroness, mas com tempo de tela curto. Samara Weaving, como Scarlett, e Iko Uwais, como Hard Master, adicionam brilho em cenas isoladas.

A química entre Golding e Koji é fraca, com pouco tempo compartilhado. Vulture elogia o “charme inquietante” de Koji, mas nota que Golding fica “desarmantemente bonito” sem profundidade. Personagens secundários, como mestres do clã, viram estereótipos. O elenco esforça-se, mas o roteiro os limita a arquétipos vazios.

Ação empolgante em meio ao caos

As sequências de luta em G.I. Joe Origens: Snake Eyes são o ponto alto. Uma perseguição no porto, com caminhões crivados de katanas, diverte pelo absurdo. O confronto chuvoso em ruas neon de Tóquio impressiona com takes longos e movimentos fluidos. Iko Uwais, mestre em The Raid, eleva o nível em duelos corpo a corpo.

Punch Drunk Critics chama as ações de “afiadas e empolgantes”, com influência cultural japonesa. No entanto, a edição rápida e câmera tremida frustram. Ebert lamenta a “fotografia de mão que causa dor de cabeça”, especialmente em IMAX. Elementos como serpentes telepáticas misturam artes marciais com fantasia bizarra, diluindo a coesão. A ação entretém, mas não inova.

Direção e produção: Potencial desperdiçado

Robert Schwentke opta por visual polido. A produção design encanta com o complexo do clã Arashikage, cheio de cerejeiras e arquitetura tradicional. Locais exóticos, de becos de Shinjuku a templos antigos, criam imersão. A trilha sonora reforça o tom épico.

Porém, a direção peca no ritmo. Os testes ninja arrastam-se, com diálogos expositivos interrompendo o fluxo. Vulture critica o “corte e cola de outros filmes”, sem criatividade ou graça. O orçamento alto resulta em cenas limpas demais, mas sem alma. É um espetáculo visual que esquece a essência divertida da franquia original.

Comparação com o universo G.I. Joe

A franquia G.I. Joe, nascida de brinquedos nos anos 80, sempre misturou ação over-the-top com heróis estereotipados. O filme de 2009 era “diversão burra”, enquanto Retaliação (2013) era cínico. Origens: Snake Eyes busca seriedade, mas vira joyless, como diz Vulture. Desvia do lore: Snake Eyes fala, o que choca fãs. Reddit discute a infidelidade, mas elogia a não superlotação de personagens.

Comparado a John Wick, perde em coreografia elegante. Contra Mortal Kombat (2021), falta brutalidade. É um passo para um universo expandido, introduzindo Cobra e Joes, mas sem o carisma dos cartoons. Fãs hardcore podem apreciar o fan service, mas novatos acham genérico.

Vale a pena assistir?

G.I. Joe Origens: Snake Eyes divide opiniões. A ação e o visual agradam quem busca entretenimento leve. Golding e Koji salvam momentos, e o absurdo diverte em sessões casuais. No Rotten Tomatoes, 36% dos críticos aprovam, contra 76% do público. Ebert dá 2/4 estrelas: “Mais tedioso que bobo”.

Se você ama artes marciais e ignora furos no enredo, alugue na Amazon ou Apple TV. Para narrativas coesas, pule. É pipoca de verão sem tempero forte. Uma visão basta; não marca como os melhores reboots.

G.I. Joe Origens: Snake Eyes tem flashes de brilho na ação e elenco, mas afunda em clichês e ritmo irregular. Schwentke acerta no visual, mas falha na alma. Para fãs da franquia, é um capítulo curioso. Para o resto, uma curiosidade passageira. Em 2025, com opções como John Wick 4, ele envelhece mal. Assista se quiser nostalgia ninja; caso contrário, busque ação mais afiada.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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