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Crítica de O Quarto 404: Vale a Pena Assistir o Filme?

O Quarto 404, lançado na Netflix em 4 de outubro de 2025, é uma produção tailandesa que mistura comédia e terror em 1h40min de duração. Dirigido por Pichaya Jarusboonpracha em sua estreia no cinema, o filme segue a tradição do cinema tailandês de unir gêneros improváveis. Com Chantavit Dhanasevi, Kanyawee Songmuang e Paweenut Pangnakorn no elenco, a trama explora assombrações com toques de humor slapstick. Mas será que o equilíbrio entre risos e sustos funciona? Nesta crítica, analisamos os elementos chave para ajudar você a decidir.

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Premissa inovadora com toques sociais

Nakrob, um corretor de imóveis trapaceiro interpretado por Chantavit Dhanasevi, vê oportunidade em um hotel abandonado à beira-mar no sul da Tailândia. Ele planeja demolir o local para construir um condomínio de luxo. No entanto, o quarto 404 abriga o espírito de Lalita, a antiga dona do hotel, que morreu ali e resiste à transformação. O confronto entre o ambicioso Nakrob e o fantasma de Lalita vira o eixo da história, misturando sustos sobrenaturais com cenas cômicas.

A narrativa evita fórmulas comuns de terror. Em vez de jumpscares excessivos, o filme usa o humor para aliviar a tensão, criando um contraste refrescante. Revelações sobre o passado de Lalita adicionam camadas emocionais, transformando o hotel em metáfora para perda e apego. O longa ainda critica o mercado imobiliário e a corrupção em projetos de construção, temas relevantes no Sudeste Asiático.

Elenco carismático e química natural

Chantavit Dhanasevi brilha como Nakrob, capturando o cinismo e o pânico do personagem com timing perfeito para o humor. Sua transição de trapaceiro confiante para homem atormentado é convincente. Kanyawee Songmuang, como o espírito de Lalita, rouba a cena com uma presença etérea e vulnerável. Ela equilibra raiva fantasmagórica e melancolia, tornando o fantasma mais humano que assustador.

Paweenut Pangnakorn completa o trio como assistente de Nakrob, adicionando leveza cômica. A química entre os atores sustenta o tom leve, especialmente em diálogos rápidos e situações absurdas. O elenco emergente tailandês prova seu talento, elevando um roteiro que poderia ser genérico. Performances sólidas fazem o público torcer pelos personagens, mesmo nos momentos mais caóticos.

Direção estreante com equilíbrio de gêneros

Pichaya Jarusboonpracha estreia com mão firme, alternando entre suspense e comédia sem forçar transições. A direção captura a atmosfera úmida e isolada do sul tailandês, usando locações reais para imersão. A fotografia destaca sombras no hotel decadente, enquanto a edição ágil mantém o ritmo em 1h40min.

O diretor integra elementos culturais tailandeses, como crenças em espíritos e rituais, de forma orgânica. O humor slapstick, típico do gênero, surge em cenas de perseguição fantasmagórica, mas nunca domina o terror. A trilha sonora mistura sons ambientes assustadores com melodias leves, reforçando o dualismo. Apesar de alguns tropeços em reviravoltas previsíveis, a visão fresca revitaliza o horror-comédia asiático.

Pontos fortes e limitações da narrativa

Os trunfos incluem o equilíbrio de tons e a profundidade temática. O humor alivia o terror sem diluí-lo, e as críticas ao desenvolvimento urbano ressoam. A duração concisa evita enrolação, culminando em um clímax satisfatório que une comédia e resolução emocional.

Limitações surgem em subtramas secundárias, como o passado de Nakrob, que parecem apressadas. Alguns sustos caem no clichê, e o final, embora catártico, poderia explorar mais o impacto social. Ainda assim, esses deslizes não comprometem o conjunto.

Vale a pena assistir a O Quarto 404?

Sim, para quem busca terror leve com inteligência. O filme diverte e provoca reflexões em uma sessão rápida. Ideal para noites de streaming casual, ele cativa fãs de comédia asiática e críticas sutis. Se prefere sustos puros, pode frustrar. No geral, é uma adição divertida ao catálogo da Netflix.

O Quarto 404 prova que o terror tailandês continua inovando. Com direção promissora, elenco afiado e mistura equilibrada de gêneros, o filme entretiene sem pretensões excessivas. Apesar de falhas menores, sua frescura e relevância o tornam recomendável. Assista na Netflix e descubra por que o quarto assombrado vale a visita.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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