Convenção das Bruxas, lançado em 19 de novembro de 2020, é o remake dirigido por Robert Zemeckis do clássico de Roald Dahl. Com 1h45min de duração, o filme mistura comédia, família e fantasia. Anne Hathaway interpreta a Grande Bruxa Má, ao lado de Octavia Spencer e Stanley Tucci. Disponível para alugar na Apple TV, Amazon Prime Video, Google Play e YouTube, a produção tenta reviver o terror infantil dos anos 80. Mas captura o encanto original? Nesta análise, examinamos acertos e falhas para decidir se vale o play.
VEJA TAMBÉM:
- Convenção das Bruxas: Anne Hathaway e a Polêmica no Filme
- Convenção das Bruxas (2020): Elenco, Onde Assistir e Tudo Sobre
Premissa atualizada, mas sem ousadia
A história segue Charlie, um órfão de sete anos interpretado por Jahzir Bruno. Após perder os pais em um acidente de carro nos anos 60, ele se muda para Atlanta com a avó, vivida por Octavia Spencer. Lá, descobre a existência de bruxas que odeiam crianças e planejam transformá-las em ratos com um elixir escondido no chocolate.
Zemeckis transporta a trama para os EUA segregacionistas da época, adicionando um viés social sutil. A avó, uma figura sábia e protetora, leva Charlie a um hotel de luxo para escapar das bruxas. No local, disfarçadas de damas da sociedade em uma convenção de caridade, as vilãs se reúnem sob o comando da Grande Bruxa Má. A narrativa adere ao livro de Dahl, com toques de Guillermo del Toro e Kenya Barris no roteiro.
Essa ambientação solar esconde ameaças sombrias, ligando-se à mitologia das bruxas como perigo à comunidade afro-americana. No entanto, o filme perde chances de aprofundar críticas ao racismo ou à infância vulnerável. O terror vira comédia frenética, sem o equilíbrio sombrio do original.
Elenco forte, mas interpretações desiguais
Octavia Spencer salva o filme com seu carisma natural. Como a avó experiente em bruxas, ela traz calor e humor, ancorando a emoção familiar. Sua química com Bruno é genuína, evocando conselhos sábios e aventuras leves. Stanley Tucci, como o gerente oleoso do hotel, adiciona um toque cômico refinado, roubando cenas com sua pompa.
Anne Hathaway, porém, decepciona como a Grande Bruxa. Seu sotaque escandinavo forçado e cicatrizes à la Coringa parecem caricatos. A transformação CGI em bruxa revela garras e careca, mas falta ameaça real. Codie-Lei Eastick, como o amigo Bruno, traz inocência roly-poly, mas o elenco infantil sofre com diálogos expositivos.
Críticos como Peter Bradshaw notam o contraste: Spencer é serena, enquanto Hathaway soa tensa. O grupo de bruxas, com Josette Simon em destaque, promete caos, mas vira caricatura. No fim, os atores lutam contra um roteiro que prioriza gags sobre profundidade emocional.
Direção visual ambiciosa, mas técnica falha
Zemeckis, mestre de efeitos em De Volta para o Futuro, aposta em CGI para as transformações. As bruxas revelam faces deformadas em uma convenção secreta, com ratos correndo pelo hotel em sequências caóticas. A fotografia captura o glamour dos anos 60, com hotéis opulentos e ruas ensolaradas de Alabama.
Porém, os efeitos envelhecem mal. As mutações em ratos parecem datadas, como em animações antigas de Tom e Jerry. O humor slapstick, com perseguições frenéticas, soa forçado. Zemeckis tenta ecoar o absurdo de Dahl, mas o tom oscila entre sombrio e infantil, sem o impacto libertador da imaginação.
A trilha sonora reforça o clima fantástico, mas o ritmo apressa resoluções. Diálogos sobre cinto de segurança soam didáticos, e o niilismo latente – adultos inúteis ou malignos – deixa um resíduo azedo. Críticas apontam o desequilíbrio: falta sagacidade para inovar.
Vale a pena assistir?
- Nota 2/5 estrelas
Para crianças pequenas, Convenção das Bruxas diverte com ratos falantes e bruxas caricatas. Pais buscam uma fábula leve? Funciona como distração de 1h45min. Octavia Spencer e o visual anos 60 cativam, e o streaming facilita o acesso.
Adultos ou fãs de Dahl? Evite. O humor forçado e CGI fraco frustram. Com nota 5.4 no IMDb, é medíocre. Prefira o de 1990 para terror autêntico ou releituras ousadas como Anderson. Em tempos de remakes, este reforça lições: nem Zemeckis escapa de fórmulas gastas. Assista se curte nostalgia diluída; caso contrário, pule para originais mais mágicos.
Convenção das Bruxas tenta reviver Dahl com elenco estelar e toques sociais, mas cai em clichês frenéticos. Spencer brilha, mas Hathaway e os efeitos decepcionam. Zemeckis entrega fantasia acessível, sem o terror ou humor afiado do original. Em 2025, serve como lição sobre adaptações: o feitiço nem sempre funciona. Para famílias casuais, vale o aluguel rápido. Para cinéfilos, o clássico de Roeg basta. Uma releitura inofensiva, mas sem encanto eterno.
Siga o Séries Por Elas no Twitter e no Google News, e acompanhe todas as nossas notícias!




