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Ginny & Georgia: A violência simbólica por trás do tijolo arremessado

A terceira temporada de Ginny e Georgia trouxe um momento marcante: um tijolo com a palavra “MURDERER” (assassina) é jogado pela janela da casa de Georgia. Esse ato de vandalismo é mais do que um suspense de roteiro — é um símbolo claro da violência simbólica que muitas mulheres enfrentam ao tentar reconstruir suas vidas após experiências traumáticas.

Georgia, que carrega um passado de abuso físico e sexual cometido pelo padrasto com a omissão da mãe, finalmente conquista alguma estabilidade e respeito como prefeita de Wellsbury. No entanto, bastou um escândalo para que a comunidade se voltasse contra ela, revelando o quanto o passado de uma mulher pode ser usado como arma.

Uma teoria que aponta para a família abusiva

No episódio final da temporada, somos levados a crer que a mãe e o padrasto de Georgia encontraram sua casa e voltaram a observá-la. Isso reforça a teoria de que eles podem estar por trás do ataque com o tijolo. Não seria apenas uma agressão física, mas também um aviso: um lembrete de que, por mais que ela tente se afastar, ainda está sendo vigiada.

O passado que Georgia tanto lutou para enterrar retorna não apenas como ameaça, mas como tentativa de retomar o controle sobre sua vida — uma violência contínua, camuflada de chantagem e ressentimento.

Um retrato feminista da culpabilização da vítima

Imagem: Netflix

Ginny e Georgia aborda com sensibilidade e crueza o estigma que recai sobre mulheres que não se conformam com o papel de vítimas. A personagem principal, mesmo sendo uma sobrevivente de múltiplas violências, é julgada publicamente como “assassina”, enquanto os homens que a violentaram seguem impunes.

Esse retrato é um espelho da realidade: em muitas sociedades, o passado de uma mulher pode ser sua maior condenação. A série expõe a hipocrisia de uma cultura que marginaliza sobreviventes e transforma seus traumas em espetáculo.

O que esperar da 4ª temporada

Com o retorno dos pais abusivos, a quarta temporada de Ginny e Georgia promete aprofundar esse embate entre passado e presente. Georgia, agora grávida e tentando ser uma mãe melhor para Ginny e Austin, terá que enfrentar seus piores fantasmas.

Se for confirmado que o tijolo foi lançado por sua mãe e padrasto, a série terá seus vilões mais perigosos até agora — não apenas por serem violentos, mas por conhecerem cada fraqueza da protagonista. E, ao fazer isso, a série também se firma como um retrato corajoso da luta de tantas mulheres que, como Georgia, só querem viver em paz.

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