O lançamento de “Homem com H“, cinebiografia do icônico Ney Matogrosso, despertou grande curiosidade entre os espectadores, com uma dúvida recorrente: Jesuíta Barbosa canta no filme? A atuação do protagonista tem sido amplamente elogiada, mas poucos sabem os bastidores que envolveram o processo de preparação do ator para dar vida a um dos maiores artistas da música brasileira.
No papel de Ney Matogrosso, Jesuíta Barbosa não apenas encarna trejeitos, expressões e a fisicalidade característica do cantor, mas também surpreende ao utilizar sua própria voz em algumas canções do filme. Porém, há mais detalhes que fazem dessa performance um marco no cinema brasileiro. Vamos explorar as curiosidades e a verdade por trás desta pergunta tão debatida.
Jesuíta Barbosa Canta no Filme?
Sim, Jesuíta Barbosa, que interpreta Ney Matogrosso no longa “Homem com H”, usa sua própria voz em algumas performances do filme. Um exemplo marcante ocorre na cena onde o ator canta “Rosa de Hiroshima”, uma das músicas mais emblemáticas dos Secos & Molhados.
Para essa sequência, a produção optou por ajustar a voz de Jesuíta digitalmente, a fim de torná-la semelhante ao timbre característico de Ney. A técnica é semelhante à docuficção musical “Maria”, estrelada por Angelina Jolie, onde a voz da atriz foi ajustada para lembrar a da cantora Maria Callas. Enquanto o ator entrega uma performance emocional e intensa, a escolha não exclui o uso das gravações originais de Ney em outras partes do filme, especialmente nos momentos em que o legendário intérprete se apresenta no auge de sua carreira.
A Preparação de Jesuíta Barbosa
Interpretar alguém com tamanha presença e personalidade como Ney Matogrosso é uma tarefa monumental. Jesuíta Barbosa dedicou meses à preparação para o papel, que exigia não apenas uma transformação física, mas também um mergulho profundo nos tiques, trejeitos e na impressionante energia de Ney nos palcos.
Entre os desafios enfrentados, destaca-se a reprodução da intensidade das performances ao vivo de Ney, que sempre se destacou pela combinação única de talento vocal, expressividade corporal e inovação estética. Jesuíta buscou capturar essa presença cênica e traduzi-la em suas próprias interpretações:
- Estudos de expressão corporal: Para simular os movimentos marcantes de Ney, Jesuíta recorreu a técnicas de dança e treinamento de palco.
- Aulas de canto: Embora muitas cenas utilizem as gravações originais, o ator precisou aprender a manusear a própria voz de forma próxima ao estilo inigualável de Ney Matogrosso, famoso por sua entonação andrógina e alcance vocal impressionante.
- Interação com Ney: O próprio Ney Matogrosso participou de parte da produção, dando conselhos e opinando sobre o desenvolvimento das cenas e da performance de Jesuíta.
O Porquê do Uso da Voz Original de Ney
Apesar do esforço de Jesuíta Barbosa para cantar em algumas cenas, o diretor Esmir Filho e a equipe de produção decidiram manter grande parte das músicas na voz inimitável de Ney Matogrosso. Essa decisão não foi apenas uma questão técnica, mas também estética e simbólica – afinal, a voz de Ney é tão singular que qualquer tentativa de reprodução completa poderia comprometer a autenticidade do filme.
Marcelo Janot, crítico do jornal O Globo, destacou:
“A decisão de manter a voz original de Ney foi acertada. Sua voz icônica carrega décadas de história e energia artística, algo que não pode ser replicado. Jesuíta preenche todo o resto: a presença, os movimentos e até o espírito do artista.”
Cena Marcante: Jesuíta Barbosa em “Rosa de Hiroshima”
Um momento especial no filme que surpreende os espectadores é ver Jesuíta cantando “Rosa de Hiroshima”, música que se tornaria um marco da trajetória do Secos & Molhados e de Ney Matogrosso.
Neste ponto da narrativa, o longa retrata o impacto cultural dessa canção, que não apenas destacou o grupo na época, mas também marcou Ney como um símbolo da música de resistência. O uso da voz de Jesuíta, adaptada por tecnologia, permite ao público mergulhar ainda mais no processo de transformação do personagem, reforçando a conexão emocional com essa fase inicial da carreira do artista.
Jesuíta Barbosa Conquistou a Crítica
A performance de Jesuíta Barbosa foi uma das mais celebradas pela crítica especializada. Além de capturar com maestria a essência de Ney Matogrosso, sua entrega vocal nos momentos selecionados foi destaque entre os críticos.
Curiosidades dos Bastidores
Para os fãs de Ney Matogrosso e do cinema brasileiro, algumas curiosidades tornam “Homem com H” ainda mais fascinante:
- Homenagem à Voz: Durante as gravações, Ney Matogrosso aprovou a ideia de o ator cantar algumas músicas no filme, mas fez questão de manter títulos icônicos com sua voz original, como “O Vira” e “Sangue Latino”.
- A Escolha do Título Original: O nome “Homem com H” foi inspirado na música homônima de Gonzaguinha, que Ney transformou em um manifesto contra o machismo.
- Emoção nos Ensaios: Na cena em que Ney recebe o teste de HIV negativo, Jesuíta foi além do roteiro, entregando uma performance tão visceral que emocionou a equipe presente no set. Ney, que acompanhava a produção, também se emocionou profundamente.
- Cena de Transição: O filme termina com um momento inesquecível: Jesuíta Barbosa gradualmente se transforma no Ney Matogrosso real em uma performance apoteótica recente, destacando a longevidade e o impacto contínuo do artista.
Vale a Pena Assistir?
Com certeza! “Homem com H” não é apenas um tributo a Ney Matogrosso, mas também um marco no cinema brasileiro. O trabalho de Jesuíta Barbosa, aliado à abordagem criativa de Esmir Filho, oferece uma experiência cinematográfica poderosa e inesquecível.
Se você está se perguntando se Jesuíta Barbosa canta no filme, a resposta é um entusiasmado “sim” – mas com ajustes técnicos e um contexto que complementa a narrativa brilhante do longa. Prepare-se para se emocionar com uma história que pulsa arte, resistência e verdade.
Disponível agora na Netflix, “Homem com H” é uma celebração imperdível da vida e obra de um dos maiores ícones da música brasileira.