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Crítica de Somos Todos Iguais: Vale a Pena Assistir o Filme?

Somos Todos Iguais (2017), dirigido e roteirizado por Michael Carney, é uma adaptação do best-seller homônimo de Ron Hall e Denver Moore. O filme explora temas de redenção, amizade improvável e desigualdades sociais através da história real de um casal rico e um homem sem-teto. Com Greg Kinnear, Renée Zellweger e Djimon Hounsou no elenco, a produção busca emocionar com uma narrativa inspiradora. Mas será que cumpre sua promessa? Descubra a seguir.

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Uma trama baseada em fatos reais

O filme acompanha Ron Hall (Greg Kinnear), um bem-sucedido negociante de arte em Fort Worth, Texas. Sua vida idílica com a esposa Deborah (Renée Zellweger) desmorona após ele confessar uma traição. Para salvar o casamento, Deborah o convence a se voluntariar em um abrigo para sem-teto. Lá, eles encontram Denver Moore (Djimon Hounsou), um homem endurecido pela vida nas ruas, com um passado marcado por racismo e prisão.

A narrativa alterna entre o presente e flashbacks que revelam o trauma de Denver, como um episódio brutal de racismo no sul dos EUA. Deborah atua como catalisadora, unindo os três em uma jornada de autodescoberta. O enredo é simples e linear, focando na transformação de Ron e na sabedoria de Denver. No entanto, a estrutura prioriza a perspectiva de Ron, o que pode fazer a história parecer mais sobre o “salvador branco” do que sobre a conexão genuína entre os personagens.

Elenco forte em papéis desafiadores

Greg Kinnear interpreta Ron com uma mistura de arrogância inicial e vulnerabilidade crescente. Sua performance captura bem o arco de um homem egoísta que aprende empatia, embora alguns diálogos soem forçados. Renée Zellweger, em seu retorno às telas após um hiato, brilha como Deborah. Ela transmite uma bondade genuína e uma fé inabalável, tornando a personagem o coração emocional do filme.

Djimon Hounsou rouba a cena como Denver. Sua presença imponente e sotaque marcante evocam uma profundidade dolorosa, especialmente nos monólogos sobre injustiça racial. Hounsou eleva o material, transformando um papel potencialmente estereotipado em algo memorável. O elenco secundário, incluindo atores locais, adiciona autenticidade, mas sofre com tempo de tela limitado.

Direção e estilo visual

Michael Carney, em sua estreia na direção de longas, opta por um estilo contido e realista. A cinematografia de Don Burgess usa tons quentes para contrastar a opulência da vida de Ron com a crueza das ruas. Cenas no abrigo são filmadas com longos planos estáticos, permitindo que os atores preencham o silêncio com emoção.

O ritmo é deliberado, priorizando diálogos sobre ação. Isso funciona em momentos de confronto emocional, como a confissão de Ron, visualizada em uma sequência alternada de gritos e silêncios. Contudo, outros takes se estendem demais, criando um ar de lentidão. A trilha sonora, com hinos gospel suaves, reforça o tom espiritual sem ser invasiva.

Temas de redenção e crítica social

Somos Todos Iguais aborda questões profundas, como o racismo sistêmico e a desigualdade de classes. A história de Denver destaca como o preconceito e a pobreza perpetuam ciclos de marginalização. O filme critica sutilmente o privilégio branco, mostrando como Ron beneficia-se de oportunidades negadas a outros.

A fé é um pilar central, com referências bíblicas que guiam as ações dos personagens. Deborah vê Deus atuando de formas misteriosas, o que impulsiona atos de bondade. No entanto, o filme evita pregações diretas, focando em ações práticas como voluntariado. Essa abordagem o diferencia de dramas cristãos mais didáticos, tornando-o acessível a um público amplo.

Recepção e controvérsias

Lançado em 2017, o filme recebeu críticas mistas. No Rotten Tomatoes, detém 40% de aprovação da crítica, com elogios à sinceridade mas críticas ao sentimentalismo excessivo. Roger Ebert deu 2/4 estrelas, chamando-o de “autocomplacente” por enfatizar o salvadorismo branco. O Hollywood Reporter o descreveu como um “caos não afetante”, apesar das lágrimas honestas.

Entre o público, a recepção é mais positiva, com 78% no Rotten Tomatoes e avaliações altas no IMDb (6.6/10). Muitos espectadores o veem como motivador, inspirando atos de empatia. Controvérsias surgiram com o trailer inicial, acusado de condescendência racial pelo The Guardian. Ainda assim, o filme encontrou nicho em circuitos cristãos e festivais independentes.

Pontos fortes e limitações

Os pontos fortes incluem atuações convincentes, especialmente de Hounsou e Zellweger, e uma mensagem otimista sobre humanidade. A base real adiciona credibilidade, e cenas como o discurso final de Denver evocam lágrimas genuínas. A produção é modesta, mas eficaz, com locações autênticas no Texas.

Limitações são evidentes no roteiro, que cai em clichês como o “homem branco salvador”. O ritmo lento pode testar a paciência, e o final, embora tocante, resolve conflitos de forma previsível. Além disso, o tratamento racial, embora bem-intencionado, às vezes soa superficial, ignorando complexidades históricas.

Vale a pena assistir a Somos Todos Iguais?

Para quem busca inspiração e reflexão, sim. O filme motiva ações altruístas, como voluntariado, e destaca a importância de ouvir o outro. É ideal para famílias ou grupos de estudo bíblico, com duração de 119 minutos que passa rápido em momentos emocionais. No entanto, se você prefere narrativas complexas ou críticas afiadas, pode achar piegas.

Em 2025, com debates sobre desigualdade em alta, o longa permanece relevante. Assista se quiser um lembrete de bondade em tempos divisivos. Disponível em plataformas de streaming, é uma opção acessível para uma sessão reflexiva.

Somos Todos Iguais é um drama sincero que une corações através de uma amizade improvável. Com direção contida e elenco talentoso, ele emociona apesar de tropeços no roteiro. Djimon Hounsou e Renée Zellweger elevam o material, tornando-o uma lição sobre empatia e redenção. Não é perfeito, mas sua mensagem de que todos somos iguais ressoa. Se você valoriza histórias reais de transformação, assista. Para entretenimento leve, pode ser o filme certo para restaurar a fé na humanidade.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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