Riv4lidades, spin-off italiano de Di4ri lançado na Netflix em 2025, mergulha no mundo das rivalidades adolescentes em uma escola de Pisa. Criada por Simona Ercolani e dirigida por Alessandro Celli, a série de 14 episódios de 35 minutos cada foca em Terry (Kartika Malavasi), uma garota de Roma forçada a se mudar. Com Samuele Carrino como o antagonista carismático Claudio, a produção repete a fórmula de seu predecessor, mas ganha em clareza temática. Abaixo, analiso aqui os acertos e tropeços dessa série teen, otimizada para buscas sobre produções italianas na Netflix.
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Premissa familiar com toques de frescor
A trama gira em torno de Terry, que chega à última série do ensino médio em Pisa após o traslado dos pais. Na nova escola, ela se depara com uma divisão clássica: os “insiders”, grupo popular liderado por Claudio, um garoto rico e arrogante, e os “outsiders”, os nerds e introvertidos. Inicialmente atraída pelo glamour dos populares, Terry opta pelos excluídos, descobrindo que as linhas entre bem e mal são borradas.
Ercolani não reinventa a roda. A estrutura ecoa Di4ri, com foco em bullying, amores iniciais e identidade. No entanto, a ambientação em Pisa, com suas torres inclinadas e canais, adiciona um charme visual ausente na Capri de Di4ri. A série avança ao explorar escolhas diárias éticas, como o muro literal erguido pela diretora para separar as turmas, simbolizando barreiras sociais. Essa metáfora física impulsiona o enredo, forçando confrontos que revelam vulnerabilidades.
Elenco jovem que brilha com química
Kartika Malavasi, de Baby, encarna Terry com autenticidade. Sua transição de romana confiante para adolescente deslocada é convincente, capturando o desconforto da adaptação. Samuele Carrino, vindo de O Menino de Calças Cor-de-Rosa, inverte o papel como Claudio, o bully solitário. Ele humaniza o vilão, mostrando camadas de insegurança por trás da pose de líder.
O elenco de apoio fortalece o todo. Edoardo Miulli como Paolo, um outsider resiliente, e Duccio Orlando como o amigo leal de Terry, trazem leveza. As meninas, como Melissa Di Pasca, adicionam diversidade emocional. A química entre Malavasi e Carrino é o motor romântico, com faíscas que vão além do clichê. Adultos, porém, soam forçados, com diálogos didáticos que enfraquecem a imersão.
Direção que equilibra leveza e mensagem
Alessandro Celli dirige com eficiência, mantendo o ritmo ágil dos 35 minutos por episódio. A quebra constante da quarta parede – personagens confidenciando-se diretamente à câmera – cria intimidade, mas vira gimmick após repetições. É um traço herdado de Di4ri, que confere sensação de diário pessoal, ideal para o público pré-adolescente.
Visualmente, a série acerta na paleta de tons quentes de Pisa, contrastando com a frieza das rivalidades. Cenas de futebol substituem o basquete de Di4ri, injetando energia atlética. Ercolani aprofunda temas como a solidão dos bullies, ecoando ideias de que comportamentos abusivos nascem de carências afetivas. É uma lição simples, mas acessível, sem moralismos pesados.
Rivalidades que vão além do superficial
Diferente de Di4ri, onde facções eram nuançadas, Riv4lidades clarifica insiders versus outsiders. Claudio e seu grupo, com o playboy Dario, representam o privilégio que exclui. A série critica como o sucesso esportivo e social mascara inseguranças, culminando em redenções que questionam o ciclo de vinganças.
Um arco forte é o de Claudio, revelando sua solidão familiar. Isso humaniza o antagonista, sugerindo que bullies são vítimas de ausências emocionais. A gita a Veneza, com interações cômicas, alivia a tensão, mas expõe falhas, como sotaques falsos que quebram a verossimilhança. Ainda assim, a narrativa avança ao mostrar que barreiras – físicas ou sociais – só perpetuam divisões.
Fórmula repetida e seus tropeços
Riv4lidades segue a receita de Di4ri: episódios curtos, cliffhangers leves e foco em dilemas cotidianos. Pietro, de Di4ri, aparece em cameo, ligando os universos. Mas os defeitos persistem. A recitação adulta é escolar, com entonações artificiais. A ausência de sotaques pisanos ou toscanos soa como um equívoco geográfico, similar a italianos caricatos em produções americanas.
O humor slapstick ocasional desalinha com o tom sério de temas como exclusão. Para um público de 10-14 anos, isso funciona como conforto previsível. No entanto, a superficialidade em tramas secundárias, como as “falsas” espanholas em Veneza, gera constrangimento. Ercolani prioriza acessibilidade sobre profundidade, limitando o apelo a além do target.
Temas sociais com potencial subaproveitado
A série toca em inclusão e empatia, usando o muro da escola como alegoria para preconceitos. Outsiders ganham voz, mostrando que “ser legal” exige esforço diário. A crítica ao bullying vai além do óbvio, explorando origens emocionais, alinhada a reflexões de experts como Benedict Cumberbatch sobre traumas infantis.
Contudo, a abordagem leve peca pela simplificação. Redenções rápidas e lições diretas via monólogos à câmera evitam complexidade. Para famílias, é educativa; para teens mais velhos, pode parecer ingênua. Comparada a Elite ou Sex Education, Riv4lidades fica no básico, mas cumpre seu nicho sem ofensas.
Vale a pena assistir a Riv4lidades?
- Nota: 3,5/5
Riv4lidades diverte quem amou Di4ri, com sua fórmula reconfortante de rivalidades e crescimento. Malavasi e Carrino elevam o elenco jovem, e Pisa adiciona encanto visual. É perfeita para pré-adolescentes buscando representação em amores e amizades. No entanto, repetições e falhas técnicas – como sotaques errados – cansam adultos.
Riv4lidades consolida o universo de Ercolani com clareza temática e carisma juvenil. Apesar de fórmula gasta e tropeços em verossimilhança, humaniza rivalidades e promove empatia. Kartika Malavasi e Samuele Carrino brilham, tornando a série cativante para seu público. Na Netflix, é uma adição sólida para famílias, convidando reflexões leves sobre inclusão. Assista se busca conforto teen; pule se prefere profundidade.
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