O catálogo da Netflix ganha mais um título tailandês com O Mesmo Dia com Você, lançado em 18 de setembro de 2025. Dirigido por Rangsima Akarawiwat e Yanyong Kuruangkura, o filme de 1h58min mistura drama, romance e elementos de ficção científica em uma narrativa de loop temporal. Com Jarinporn Joonkiat no papel principal, a produção explora as ruínas de uma vida aparentemente perfeita. Mas será que o resultado convence? Nesta crítica, analisamos os acertos e tropeços para ajudar você a decidir se vale o play.
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Premissa que mistura repetição e autodescoberta
Mesa Worathepanant, curadora de um museu em Bangkok, realiza um sonho de infância: transformar a mansão da família em um espaço cultural. Ela deseja à Deusa da Fita Vermelha não só sucesso profissional, mas também um amor verdadeiro. No dia da inauguração, em 8 de agosto de 2025, tudo desaba. Um artefato nacional chinlino é destruído por um turista desastrado. Seu noivo termina o relacionamento. Problemas familiares emergem. Pior: o dia se repete indefinidamente.
Presa no loop, Mesa deve desvendar a lição por trás da maldição. A Deusa, narradora da história, sussurra que nem todos têm um “dia ruim” – alguns sofrem mais. O filme usa o dispositivo para questionar egoísmo e isolamento. Mesa, obcecada por perfeição, ignora amigos e família. Cada repetição força-a a confrontar falhas internas. A trama avança com humor slapstick tailandês, como perseguições caóticas e diálogos afiados. No entanto, o conceito não inova. Clássicos como Feitiço do Tempo ou Antes do Amanhecer lidam melhor com o tempo cíclico.
Elenco carismático liderado por Jarinporn Joonkiat
Jarinporn Joonkiat brilha como Mesa. Sua energia alterna entre frustração histérica e vulnerabilidade tocante. Na infância, ela sonha grande; adulta, esconde inseguranças sob uma fachada impecável. Joonkiat captura essa dualidade, tornando a jornada de autodescoberta crível. Trisanu Soranun interpreta Ben, um colega nerd que entra no loop na metade do filme. Seu charme desajeitado contrasta com a sofisticação de Mesa, criando faíscas românticas. As cenas de “diversão infinita” – como danças improvisadas ou fugas absurdas – ganham vida pela química deles.
Charlette Wasita Hermenau surge como uma amiga leal, subutilizada mas essencial para o arco emocional. O noivo de Mesa, interpretado por um ator coadjuvante, representa o fracasso superficial da protagonista. O elenco de apoio, incluindo familiares e o turista culpado, adiciona camadas cômicas. Apesar do talento, alguns papéis secundários carecem de profundidade. Ben, por exemplo, serve mais como catalisador romântico do que personagem completo. Ainda assim, as atuações elevam o material, especialmente em momentos de intimidade.
Direção que equilibra humor e reflexão
Rangsima Akarawiwat e Yanyong Kuruangkura dividem a direção com eficiência. Akarawiwat, roteirista, inspira-se em lutos reais para reimaginar as cinco etapas do grief como loops temporais. O filme evita o cinismo de produções ocidentais, optando por um tom reconfortante. Cenas no museu, com artefatos simbólicos, misturam realismo tailandês e toques mágicos. A Deusa da Fita Vermelha, uma figura folclórica, narra com sabedoria poética, ligando o pessoal ao universal.
Visualmente, o filme encanta. Salões iluminados, vestidos elegantes e templos serenos criam um ar polido. A cinematografia capta o caos de Bangkok sem exageros. O humor slapstick – quedas, mal-entendidos – alivia a repetição inerente ao gênero. No entanto, a direção falha no equilíbrio. O segundo ato, com Ben, acelera o ritmo, mas o terceiro arrasta a resolução. A mensagem sobre “ver os outros” chega tarde, como uma lição forçada. Kuruangkura, conhecido por comédias leves, injeta wit tailandês, mas poderia ousar mais na estrutura não linear.
Exploração de temas além do romance
Além do romance, O Mesmo Dia com Você toca em solidão urbana e pressão familiar. Mesa, de elite, ignora o sofrimento alheio – amigos em crise, uma família endividada por laços com Chinlin. O loop força empatia: ela deve “olhar para dentro” para “ver ao redor”. Temas como egoísmo e autoamor ressoam em uma era de redes sociais, onde perfeição é ilusão.
A crítica social é sutil. O museu simboliza herança cultural tailandesa, ameaçada por turismo e ganância. O noivo representa relacionamentos superficiais. A Deusa critica o individualismo: “Você não é a única com um dia ruim”. Esses elementos adicionam profundidade, mas o filme prioriza o feel-good. Comparado a Palm Springs, que usa loops para sátira existencial, este é mais reconfortante, menos provocativo. Para o público tailandês, o folclore da Deusa enriquece a tapeçaria cultural.
Pontos fortes e limitações da narrativa
Os acertos incluem o carisma do elenco e a mensagem reconfortante. As cenas de “diversão no loop” – Mesa e Ben experimentando vidas alternativas – são delícias leves. A trilha sonora, com toques folclóricos, amplifica o encanto mágico. Visualmente polido, o filme vende o romance sem forçar. O final, feliz e reflexivo, reforça que erros não definem o todo.
As limitações pesam. O pacing é irregular: loops iniciais frustrantes, sem empatia imediata por Mesa. Repetições excessivas cansam, sem texturas novas. A reviravolta com Ben melhora o segundo ato, mas o terceiro resolve rápido demais. Diálogos cômicos nem sempre aterram, e temas profundos – como luto – ficam subexplorados. Para um filme de 1h58min, sobra gordura narrativa.
Vale a pena assistir O Mesmo Dia com Você?
Sim, para quem busca conforto emocional. O filme diverte com humor tailandês e aquece com romance genuíno. Jarinporn Joonkiat carrega a trama, e o loop serve de espelho para falhas cotidianas. No top 10 global da Netflix logo após o lançamento, atrai fãs de rom-coms leves. Nota média de 4.8 no IMDb reflete aprovação mista, mas positiva para o público casual.
Não espere inovação. Se prefere loops intensos como Edge of Tomorrow, decepcione-se. Ideal para uma tarde chuvosa, com pipoca e reflexões leves. Assista se ama histórias de segundas chances – o filme lembra que um dia ruim não é o fim.
O Mesmo Dia com Você é uma dramedy tailandesa charmosa, mas imperfeita. Com direção dupla eficiente e elenco cativante, explora loops temporais para falar de empatia e autoamor. Destaques vão para Jarinporn Joonkiat e cenas românticas leves. Pacing lento e repetições excessivas freiam o ímpeto, mas o coração genuíno compensa. No vasto catálogo Netflix, é uma opção reconfortante para fãs de romance asiático. Vale o tempo? Para um boost emocional, sim. Para mestres do gênero, pule. Uma fita vermelha para quem precisa de um abraço cinematográfico.
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