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Crítica de Doze é Demais: Vale a pena assistir ao filme?

Doze é Demais, remake de 2022 disponível no Disney+, atualiza a clássica comédia familiar de 1997 com um elenco diversificado e temas contemporâneos. Dirigido por Gail Lerner e roteirizado por Kenya Barris, o filme de 1h48min segue Paul e Zoey Baker, interpretados por Zach Braff e Gabrielle Union, enquanto lidam com os caos de criar 12 filhos em uma família mista. Lançado diretamente no streaming em 18 de março de 2022, o longa tenta equilibrar humor leve e reflexões sociais. Mas, três anos depois, ele resiste ao tempo? Nesta análise, destaco acertos e falhas para ajudar você a decidir se vale uma sessão familiar.

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Premissa familiar com toques modernos

A trama gira em torno dos Bakers, uma família multirracial que gerencia uma pizzaria enquanto enfrenta as demandas de 12 crianças. Paul, um ex-jogador de futebol, sonha em expandir o negócio. Zoey, terapeuta, equilibra carreira e maternidade. O enredo explora rotinas caóticas, como festas surpresa e viagens desastrosas, com pitadas de drama, como divórcios passados e pressões financeiras.

Diferente do original com Steve Martin, esta versão incorpora elementos atuais, como adoções e dinâmicas inter-raciais. O ritmo inicia animado, com cenas de bagunça que evocam nostalgia. No entanto, o filme tenta abarcar muitos conflitos em pouco tempo, resultando em uma narrativa apressada. O que poderia ser uma comédia descompromissada vira uma salada de temas, sem profundidade em nenhum.

Elenco carismático, mas subaproveitado

Gabrielle Union brilha como Zoey, trazendo autenticidade a uma mãe forte e vulnerável. Sua química com Zach Braff, como Paul, é natural e divertida, especialmente em diálogos afiados sobre casamento. O elenco infantil, com destaques como Journey Wells e Christian Cote, injeta energia fresca, capturando o caos adolescente com credibilidade.

Braff, conhecido por Scrubs, oferece um pai atrapalhado charmoso, mas previsível. Erika Christensen, como a ex de Paul, adiciona tensão sutil. Ainda assim, o grupo de 12 filhos parece genérico, com personalidades estereotipadas que servem mais ao humor do que à trama. O talento do elenco salva momentos fracos, mas o roteiro não explora suas nuances, deixando atuações superficiais.

Direção leve e produção caprichada

Gail Lerner, em sua estreia em longas, opta por uma direção fluida e acessível. A fotografia colorida de Jess Hall destaca a casa dos Bakers como um personagem vivo, cheio de bagunça adorável. Filmado em Los Angeles, o visual evoca subúrbios americanos reais, com cenas de cozinha lotada que remetem a sitcoms clássicas.

O roteiro de Kenya Barris, criador de Black-ish, busca inclusão, mas tropeça na execução. Diálogos engraçados pontuam o filme, como piadas sobre multitarefas parentais. A trilha sonora pop reforça o tom otimista. Contudo, a edição é irregular, com transições abruptas que diluem o humor. O que promete ser uma comédia familiar acaba como uma colagem de sketches, sem coesão.

Temas sociais ambiciosos, mas rasos

O remake aborda racismo, relacionamentos mistos e equilíbrio trabalho-família. Uma cena sobre microagressões raciais é tocante, destacando a perspectiva de Zoey como mulher negra. Outra discute divórcios e co-parentalidade, promovendo mensagens positivas sobre amor incondicional.

Esses elementos atualizam a história para 2022, refletindo debates atuais. No entanto, os temas são introduzidos superficialmente, resolvidos com monólogos rápidos. Críticos notam que o filme tenta ser “woke” sem compromisso, transformando questões sérias em alívios cômicos. Isso enfraquece o impacto, tornando o longa mais palatável que provocativo.

Comparação com o original de 1997

O clássico de 1997, com Steve Martin e Bonnie Hunt, capturava o absurdo de uma família grande com humor físico e coração. A versão de 2003 ampliava o caos, mas mantinha o encanto. Este remake de 2022 prioriza diversidade, trocando o caos branco suburbano por uma família multirracial, o que enriquece visualmente.

Ainda assim, falta a química icônica do original. Martin era um pai neurótico inesquecível; Braff é simpático, mas genérico. O novo filme é mais politicamente correto, mas menos memorável. Enquanto o de 1997 ria do caos sem julgar, este hesita entre comédia e lição de moral, perdendo o equilíbrio.

Humor familiar com falhas previsíveis

As cenas cômicas funcionam melhor em sequências domésticas, como uma ceia natalina que vira circo ou uma viagem de carro infernal. Piadas sobre redes sociais e paternidade moderna arrancam risos leves. O filme acerta ao mostrar filhos como indivíduos, não acessórios.

Porém, o humor é irregular. Gags repetitivos, como brigas por banheiro, cansam rápido. O drama familiar, como a luta de Zoey por espaço profissional, é tocante, mas resolvido de forma idealizada. Em 108 minutos, o pacing sofre, com atos iniciais lentos e um clímax apressado.

Vale a pena assistir a Doze é Demais?

Doze é Demais é uma opção inofensiva para famílias, com elenco carismático e mensagens inclusivas. Union e Braff sustentam o filme, tornando-o divertido para uma noite leve no Disney+. Em 2025, ele serve como nostalgia atualizada, ideal para pais com filhos pré-adolescentes.

No entanto, não inova nem emociona profundamente. Se você ama comédias feel-good como As Bem-Aventuradas, pode curtir. Para algo mais afiado, prefira o original. Assista se busca distração rápida, mas não espere um clássico eterno.

Doze é Demais atualiza um ícone familiar com diversidade e humor acessível, mas peca pela superficialidade. Gail Lerner dirige com leveza, e o elenco entrega carisma, mas o roteiro de Barris dispersa o foco. Três anos após o lançamento, permanece uma comédia mediana no vasto catálogo do Disney+. Para risos casuais e lições suaves, vale o play. Para profundidade, volte ao original. No fim, é mais “demais” em quantidade que em qualidade.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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