Crítica do Filme Desaparecida: Vale a pena assistir?

Desaparecida (2023), sequência de Buscando… (2018), inova no gênero screenlife ao contar uma história inteira por telas de dispositivos. Dirigido por Will Merrick e Nicholas D. Johnson, o filme de 1h51min mistura drama e suspense. Storm Reid interpreta June Allen, uma adolescente que usa a internet para encontrar sua mãe desaparecida em Colômbia. Com Nia Long e Megan Suri no elenco, a produção chegou aos cinemas em 23 de fevereiro de 2023 e agora está na Netflix. Ou alugue na Apple TV, Amazon Prime Video e Google Play. Mas entrega tensão ou cai em clichês? Analisamos aqui.

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Premissa que prende pela tela

June, 18 anos, acorda sozinha em Los Angeles. Sua mãe, Grace (Nia Long), viajou para a Colômbia com o namorado e sumiu. Sem respostas da polícia, June mergulha em e-mails, redes sociais e câmeras de segurança. O que parece uma busca simples vira labirinto digital, com twists que questionam a confiança online.

A narrativa, contada via laptops e celulares, ecoa o primeiro filme. Desta vez, foca na geração Z, mestre em multitarefas digitais. June hackeia contas, usa IA e enfrenta golpistas virtuais. A premissa explora isolamento moderno: a web conecta, mas isola. No entanto, alguns plot points forçam a barra, como coincidências improváveis em buscas. Ainda assim, o suspense inicial cativa, mantendo o espectador grudado na tela.

Atuação estelar de Storm Reid

Storm Reid carrega o filme nas costas. Como June, ela transita de raiva adolescente a detetive desesperada com maestria. Seus monólogos para a câmera – relatos para a polícia – revelam camadas emocionais. Reid, de Euphoria, entrega uma performance carreira-defining, segundo críticos como Roger Ebert. Ela domina a tela, mesmo confinada a close-ups digitais.

Nia Long, como Grace, aparece em flashbacks e vídeos, transmitindo força maternal. Megan Suri, amiga de June, adiciona leveza cômica, mas poderia ter mais espaço. O elenco secundário, incluindo Joaquim de Almeida como o namorado, serve bem aos twists. Reid eleva o material, tornando June relatable e humana em meio ao caos virtual.

Direção inovadora no screenlife

Merrick e Johnson, roteiristas de Buscando…, repetem a fórmula com sucesso parcial. A direção usa splitscreens criativos para mostrar multitarefas: June pesquisa enquanto recebe mensagens. Efeitos como deepfakes e chatbots adicionam relevância atual. A edição rápida simula pânico digital, com notificações piscando como batimentos cardíacos.

Visualmente, o filme brilha em sua economia. Sem cenas tradicionais, cada pixel conta. A trilha sonora eletrônica amplifica a urgência. Críticas da Variety elogiam o realismo online, mas apontam sentimentalismo excessivo no final. Os diretores acertam no ritmo inicial, mas tropeçam em reviravoltas que beiram o absurdo, diluindo a tensão.

Temas profundos e falhas narrativas

Desaparecida vai além do suspense: discute privacidade digital e laços familiares frágeis. June confronta o passado da mãe, revelando segredos que espelham sua própria rebeldia. O filme critica a dependência de apps, mostrando como algoritmos manipulam verdades. Em 2025, com IA onipresente, esses temas ressoam forte.

Porém, falhas surgem. O plot avança por conveniências: June resolve enigmas complexos sozinha, sem expertise real. O final, embora surpreendente, cai em melodrama, com resoluções emocionais forçadas. NPR nota twists gripping, mas The Guardian critica o far-fetched. A duração de 111 minutos parece esticada em partes, com repetições de buscas online.

Vale a pena assistir?

  • Nota 7/10: emocionante, mas não perfeito.

Desaparecida diverte e assusta pela tela, ideal para binge-watchers digitais. Storm Reid brilha, e o suspense inicial compensa tropeços finais. Com twists surpreendentes e temas atuais, é uma sessão tensa de 111 minutos.

Fãs de thrillers como Gone Girl ou Searching vão adorar. Para quem evita screenlife, pode cansar. Disponível na Netflix, é acessível e replayable. Assista se busca emoção virtual; pule se prefere ação física. Uma vitória modesta no gênero.

Desaparecida prova que telas podem contar histórias cativantes. Com Reid no centro, direção criativa e suspense afiado, o filme entretiene apesar de sentimentalismos. Em um mundo hiperconectado, ele alerta: a web salva e engana. Vale o play na Netflix para uma jornada digital inesquecível. Uma sequência digna, mas com espaço para crescer.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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