Amor Bandido (2025), dirigido por Jonathan Eusebio, marca a estreia solo de um coordenador de dublês renomado. Com Ke Huy Quan e Ariana DeBose no centro da ação, o filme mistura romance, comédia e tiroteios em uma trama de redenção criminal. Produzido pela 87North, conhecida por Ninguém e Violent Night, o longa chega aos cinemas em 7 de fevereiro pela Universal Pictures. Após o Oscar de Quan, as expectativas eram altas. Mas o resultado final decepciona. Nesta análise, dissecamos a narrativa, o elenco e a execução técnica para avaliar se Amor Bandido justifica o hype.
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Premissa de Redenção Criminal com Toque Romântico
Marvin Gable, vivido por Ke Huy Quan, é um corretor de imóveis em Milwaukee. Ele leva uma vida suburbana monótona, mas bem-sucedida. Ganha prêmios no trabalho e evita qualquer complicação. Tudo muda com um cartão de Dia dos Namorados anônimo. Ele vem de Rose, sua ex-parceira de crimes, interpretada por Ariana DeBose. Anos antes, Marvin a abandonou para morrer durante um golpe que deu errado. Agora, ela retorna sedenta por vingança.
A trama se complica com o irmão de Marvin, Knuckles, um chefe do crime interpretado por Daniel Wu. Ele cobra dívidas antigas e envia assassinos atrás do protagonista. Marvin precisa reviver suas habilidades de luta para sobreviver. O roteiro, assinado por Luke Passmore e Josh Stoddard, tenta equilibrar o caos com humor valentiniano. No entanto, a narrativa avança de forma previsível. Flashbacks explicam o passado, mas voice-overs excessivos ditam emoções em vez de mostrá-las. O filme dura apenas 87 minutos, o que acelera o ritmo, mas sacrifica o desenvolvimento de personagens secundários.
A ideia de um ex-criminoso forçado a voltar ao jogo é clássica. Aqui, ela ganha um filtro romântico forçado. O Dia dos Namorados serve de pano de fundo, mas não integra bem à ação. Subtramas, como o romance entre uma funcionária de Marvin e um assassino, parecem desconexas. O resultado é uma história que promete faíscas, mas entrega faíscas frouxas.
Elenco Estelar Preso em Papéis Fracos
Ke Huy Quan carrega o filme nas costas. Após o Oscar por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, ele prova versatilidade como Marvin. O ator transita de corretor afável para lutador ágil com carisma natural. Sua graça balética em cenas de combate surpreende, ecoando seu background em dublês. Um reencontro com Sean Astin, de Os Goonies, adiciona nostalgia. Astin, como o chefe de Marvin, tem uma cena memorável, mas é subutilizado.
Ariana DeBose, outra vencedora do Oscar por Amor, Sublime Amor, decepciona como Rose. Sua personagem é uma femme fatale teatral, mas falta profundidade. A química com Quan é inexistente, tornando o romance central forçado e sem convicção. DeBose tenta injetar intensidade, mas o roteiro a reduz a uma antagonista caricata. Daniel Wu, como Knuckles, traz ameaça física, mas seu arco é genérico. Mustafa Shakir e Marshawn Lynch, como assassinos, oferecem alívio cômico esporádico, mas suas cenas são cortadas abruptamente.
O elenco secundário, incluindo Lio Tipton e Rhys Darby, é desperdiçado. Tipton, como uma colega de trabalho, tem potencial para humor, mas a edição a marginaliza. É frustrante ver talentos como Quan e DeBose limitados por diálogos fracos e interações superficiais. O filme falha em explorar o que torna esses atores icônicos, priorizando piadas que não aterrizam.
Direção de Eusebio: Forças na Ação, Fraquezas no Tom
Jonathan Eusebio, famoso por coordenar lutas em John Wick e The Fall Guy, estreia na direção com credenciais sólidas. Suas coreografias brilham em sequências de combate. Movimentos inspirados em Jackie Chan e Bruce Lee misturam humor slapstick com violência estilizada. Uma luta em um escritório usa o ambiente de forma criativa, com objetos cotidianos como armas. A câmera circular em torno dos lutadores cria dinamismo, e Quan se destaca em coreografias fluidas.
No entanto, Eusebio tropeça no equilíbrio de tons. O filme oscila entre comédia romântica e ação sangrenta sem coesão. Piadas valentinianas colidem com tiroteios brutais, gerando whiplash tonal. A edição é agitada demais, cortando lutas prematuramente e reduzindo o impacto. Voice-overs constantes explicam motivações, roubando a sutileza.
A produção da 87North promete diversão irreverente, mas o orçamento médio limita os visuais. Cenários em Winnipeg simulam Milwaukee de forma convincente, mas a fotografia é genérica. A trilha sonora, com toques pop românticos, não une os elementos. Eusebio acerta na ação, mas falha em forjar uma narrativa envolvente.
Mistura de Gêneros que Não Cola
Amor Bandido ambiciona ser uma comédia de ação romântica, mas a fusão falha. Elementos de John Wick aparecem nas lutas, mas sem a elegância. O romance evoca comédias leves, mas sem química. O humor, com insultos e acidentes ambientais, mira no slapstick, mas diálogos over-the-top caem no vazio.
Comparado a Ninguém, que equilibra ação e drama familiar, Amor Bandido parece superficial. O primeiro ato estabelece o mundo de Marvin de forma rápida, mas sem profundidade emocional. Mortes são reservadas a extras, tornando a violência sem peso. O filme ignora o potencial de explorar redenção de forma madura, optando por reviravoltas previsíveis. No Rotten Tomatoes, acumula apenas 16% de aprovação crítica, com consenso sobre a falta de coesão.
Pontos Altos na Ação, Baixos no Resto
Os pontos fortes residem nas sequências de luta. Eusebio usa seu expertise para criar momentos divertidos, como uma briga com canudos e tasers. Quan brilha fisicamente, provando que merece papéis de ação aos 53 anos. A duração curta evita inchaço, mantendo o ritmo acelerado.
As fraquezas dominam. O roteiro é preguiçoso, com personagens unidimensionais e plotagens confusas. A falta de química entre Quan e DeBose mata o romance central. Humor não aterra, e o tom inconsistente confunde. Bilheteria modesta, com US$ 17,6 milhões globais até março, reflete a recepção morna. É uma oportunidade perdida para Quan pós-Oscar.
Vale a Pena Assistir Amor Bandido?
Amor Bandido divide opiniões. Fãs de ação leve podem curtir as coreografias e o carisma de Quan. É uma sessão rápida para o Dia dos Namorados, com toques nostálgicos via Astin. No entanto, para quem espera profundidade ou romance convincente, decepciona. A recepção crítica, com 19% no Rotten Tomatoes, alerta para os tropeços.
Se você ama John Wick ou The Fall Guy, as lutas valem o ingresso. Mas evite se busca química romântica ou narrativa sólida. Plataformas como Prime Video podem resgatá-lo para streaming casual. No geral, é passável, mas não essencial. Quan merece melhor; este é um passo em falso.
Amor Bandido tinha tudo para brilhar: um elenco de Oscar, direção experiente em ação e premissa divertida. Em vez disso, entrega uma mistura desajeitada de gêneros, com química fraca e tom instável. Ke Huy Quan salva o que pode com seu encanto, mas o roteiro e a edição sabotam o potencial. Jonathan Eusebio acerta nas lutas, mas erra no equilíbrio geral. Para fãs de ação campy, é uma diversão guilty pleasure. Para o resto, uma decepção que dói mais que o amor. Assista se o hype de Quan te atrai, mas ajuste expectativas baixas. Hollywood ainda deve um grande veículo para esse talento.
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