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Crítica de Amores Materialistas: Vale a pena assistir ao filme?

Amores Materialistas (2025), dirigido e roteirizado por Celine Song, chega como uma comédia romântica que questiona o valor do amor na era do capitalismo. Com Dakota Johnson no centro da trama, ao lado de Pedro Pascal e Chris Evans, o filme explora dilemas modernos de relacionamentos em Nova York. Com duração de 1h57min, ele mistura humor afiado e drama introspectivo. Disponível no Prime Video e HBO Max, ou para aluguel na Apple TV, Google Play Filmes e YouTube, a produção da A24 promete ser um marco para fãs do gênero. Mas cumpre as expectativas? Analisamos a narrativa, o elenco e o impacto para decidir se vale o play.

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Uma premissa que equilibra romance e crítica social

A história gira em torno de Lucy (Dakota Johnson), uma matchmaker ambiciosa em Nova York. Ela ajuda clientes ricos a encontrar pares “competitivos” no mercado amoroso, tratando relacionamentos como equações financeiras. Dividida entre Harry (Pedro Pascal), um executivo de private equity que oferece luxo e estabilidade, e seu ex, John (Chris Evans), um ator desempregado que representa paixão imperfeita, Lucy enfrenta suas próprias contradições. O filme critica como valores progressistas colidem com pressões capitalistas, usando cenas como uma crise de noiva ciumenta para ilustrar ansiedades heteronormativas.

A premissa é fresca, transformando o rom-com em uma sátira sutil. Montagens de dates absurdos e expectativas sexistas capturam o caos millennial de apps e status social. No entanto, a trama se arrasta em um triângulo previsível, sem inovações que elevem o drama. O foco em temas como autovalor e segurança financeira ressoa, mas o ritmo lento dilui o humor prometido, tornando-o mais drama do que comédia.

Elenco estelar em papéis que demandam nuance

Dakota Johnson brilha como Lucy, alternando entre frieza profissional e vulnerabilidade interna. Sua performance é contida, ideal para cenas de consultoria amorosa, mas falha em transmitir química romântica. Pedro Pascal, como Harry, traz carisma e humor seco, roubando cenas com revelações vulneráveis sobre solidão. Chris Evans, no papel de John, injeta energia caótica, evocando seu charme de Knives Out, mas o triângulo amoroso sofre com atrações forçadas.

O elenco secundário, incluindo atores em papéis de clientes excêntricos, adiciona camadas cômicas. Pascal e Evans recebem elogios por papéis “suculentos”, mas Johnson parece distante em momentos emotivos, limitando o impacto do arco de crescimento. A dinâmica funciona em diálogos afiados, mas a falta de faísca romântica é notável, como destacado em resenhas que comparam o filme a um “encolher de ombros bonito”.

Direção sensível que prioriza emoção sobre espetáculo

Celine Song, após o aclamado Past Lives, demonstra maestria em dramas relacionais. Sua direção é elegante, com fotografia que captura o brilho frio de Manhattan e a intimidade de apartamentos apertados. O roteiro, escrito por ela, equilibra sátira e melancolia, usando simbolismo como “unicórnios” no mercado de dates para criticar o materialismo. Cenas não românticas, como uma conversa em um casamento, são o ponto alto, oferecendo insights profundos sobre inveja e valor próprio.

Contudo, a estrutura é irregular. Song luta para conectar ideias desafiadoras sem recorrer a tropos regressivos, resultando em um B-plot forçado que serve à redenção de Lucy. A edição é fluida, mas o final cínico e binário subverte a crítica inicial, deixando uma sensação de regressão. Visualmente, o filme é um deleite, mas carece da complexidade formal de seu antecessor.

Pontos fortes x Limitações

Os destaques incluem o elenco triplo, que entrega papéis carnudos e reflexivos. Pascal e Evans elevam cenas de flerte, enquanto Johnson convence na sátira profissional. A direção de Song cria momentos memoráveis, como montagens de dates que capturam o absurdo contemporâneo. O filme provoca pensamentos sobre medir o amor por status, tornando-o relevante para gerações conectadas por apps.

Esses elementos mantêm o engajamento, especialmente para quem busca rom-coms com cérebro. A produção da A24 garante polimento visual, e o R rating permite toques maduros sem excessos.

Apesar das qualidades, o filme tropeça em execução. A química romântica é fraca, com atrações de Lucy inexplicáveis. O ritmo é lento, priorizando drama sobre comédia, e o final regressivo anula a crítica ao materialismo. Detalhes como o salário implausível de Lucy em NYC quebram a imersão. Comparado ao brilho de Past Lives, parece um passo lateral, com escrita fraca e personagens subdesenvolvidos.

Vale a pena assistir a Amores Materialistas?

Sim, para fãs de rom-coms introspectivos. O filme entretém com seu elenco carismático e cenas afiadas, oferecendo uma pausa reflexiva sobre amor e ambição. Com 66% de aprovação do público, é relatable para quem navega dates modernos. Assista no Prime Video ou HBO Max para uma sessão leve de fim de semana.

No entanto, se você espera risadas incessantes ou reviravoltas, pode frustrar. É mais para quem aprecia dramas relacionais disfarçados de comédia. Uma visão única, mas não essencial.

Amores Materialistas reforça Celine Song como voz fresca em romances. Com estrelas como Johnson, Pascal e Evans, e uma crítica astuta ao capitalismo amoroso, o filme cativa apesar de falhas. Seu equilíbrio entre humor e melancolia o torna uma adição valiosa ao streaming. Para quem questiona o “math” do amor, é uma escolha recompensadora. Alugue agora e reflita sobre seus próprios matches.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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