Lançado em 2021, Mundo em Caos é um thriller distópico de ficção científica que explora um planeta onde os pensamentos dos homens ecoam como ruído audível. Dirigido por Doug Liman e estrelado por Tom Holland, Daisy Ridley e Demian Bichir, o filme adapta o primeiro livro da trilogia homônima de Patrick Ness. Com um roteiro de Patrick Ness e Christopher Ford, a produção mistura ação, mistério e drama adolescente em um mundo colonizado e hostil. Mas será que Mundo em Caos se inspira em uma história real?
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As Origens Literárias de Mundo em Caos
Mundo em Caos surge diretamente da trilogia Chaos Walking, escrita pelo autor americano-britânico Patrick Ness. O filme adapta The Knife of Never Letting Go, o primeiro volume publicado em 2008. A série é ambientada em New World, um planeta colonizado por humanos vindos da Terra (chamada Old World). Lá, uma anomalia chamada “Noise” faz com que todos os seres vivos ouçam os pensamentos uns dos outros em uma torrente de imagens, palavras e sons. O título da trilogia vem de uma frase icônica do livro: “The Noise is a man unfiltered, and without a filter, a man is just chaos walking”.
Patrick Ness concebeu a ideia a partir de duas premissas: uma séria, sobre o impacto da sobrecarga de informação na juventude, e outra leve, sobre como cães falantes em histórias de ficção raramente soam autênticos. Ele imaginou um mundo onde a privacidade mental não existe, criando dilemas éticos e sociais. O livro ganhou prêmios como o Guardian Children’s Fiction Prize e vendeu milhões de cópias, traduzido para mais de 20 idiomas. O filme, anunciado em 2011 pela Lionsgate, passou por múltiplos roteiristas, incluindo Charlie Kaufman, antes de Liman assumir a direção em 2016.
Mundo em Caos é Inspirado em uma História Real?
Não, Mundo em Caos não se baseia em uma história real. Trata-se de uma obra de ficção científica pura, criada por Patrick Ness sem referências diretas a eventos históricos ou biográficos. A trama gira em torno de Todd Hewitt (Tom Holland), um jovem de 17 anos em Prentisstown, uma vila onde só vivem homens devido a um suposto vírus que matou as mulheres e gerou o Noise. Quando uma misteriosa garota, Viola (Daisy Ridley), cai do céu, Todd descobre segredos sombrios sobre sua comunidade, liderada pelo prefeito David Prentiss (Mads Mikkelsen). Juntos, eles fogem, enfrentando perigos e revelações sobre o planeta.
A ausência de inspirações reais é confirmada pelas declarações de Ness. Ele descreveu o conceito como uma exploração criativa de temas como machismo, colonialismo e o peso da informação constante. Diferente de adaptações baseadas em memórias, como 127 Horas, Mundo em Caos constrói seu universo do zero, com elementos sci-fi como o Noise servindo como metáfora para a era digital, onde privacidade é rara.
O Conceito do “Noise”: Uma Invenção Distópica
O elemento central do filme, o Noise, é uma criação original de Ness. Nesse mundo, os pensamentos dos homens se manifestam como um caos audível e visual, visível na tela como nuvens de som e imagem ao redor dos personagens. Isso afeta a sociedade: sem silêncio mental, segredos são impossíveis, levando a opressão e loucura coletiva. Mulheres, imunes ao Noise, representam uma ameaça ao status quo patriarcal de Prentisstown.
No livro, o Noise é mais nuançado, com o cachorro de Todd, Manchee (dublado por Nick Jonas no filme), oferecendo alívio cômico e emocional. A adaptação cinematográfica simplifica isso para cenas visuais impactantes, mas mantém a essência: um comentário sobre vulnerabilidade masculina e o custo da “transparência forçada”. Críticos, como os do Roger Ebert, elogiaram o conceito, mas notaram que o filme não explora o suficiente o backstory indígena do planeta, os Spackle, que adicionam camadas de culpa colonial nos livros.
Diferenças Entre o Livro e o Filme
A adaptação toma liberdades para caber no formato cinematográfico. No livro, Todd tem 12 anos, quase 13, e sua fuga evita um ritual de iniciação misterioso. O filme envelhece o personagem para 17, adicionando tensão romântica implícita entre ele e Viola, ausente na versão original mais inocente. Viola chega de forma diferente: no livro, ela é uma sobrevivente de um acidente de nave; no filme, sua entrada é mais abrupta para acelerar o ritmo.
Outras mudanças incluem a redução do papel dos Spackle, nativos do planeta escravizados pelos colonos, e a simplificação da trama para evitar spoilers de sequências. Manchee, crucial no livro como companheiro falante, tem uma presença menor no filme, o que decepcionou fãs. Apesar disso, o roteiro de Ness e Ford preserva o núcleo: a jornada de autodescoberta de Todd e a crítica à sociedade opressiva. Com filmagens na Nova Zelândia em 2017, o visual captura a vastidão de New World, mas o filme recebeu críticas mistas, com 21% no Rotten Tomatoes por pacing irregular.
Temas Atemporais na Ficção de Mundo em Caos
Mesmo sem raízes reais, Mundo em Caos ressoa com questões contemporâneas. O Noise metaforiza a sobrecarga informacional das redes sociais, onde pensamentos “vazam” constantemente. A ausência de mulheres em Prentisstown satiriza o patriarcado, e a guerra com os Spackle nos livros reflete colonialismo histórico, como a colonização da América. Ness, em entrevistas, ligou isso a debates sobre empatia em um mundo hiperconectado.
O filme também aborda amadurecimento: Todd, criado para odiar o “outro”, aprende compaixão através de Viola. Demian Bichir, como o pai adotivo de Todd, adiciona profundidade emocional, contrastando com a frieza do prefeito Prentiss. Esses temas universais elevam a narrativa além do sci-fi, tornando-a acessível a jovens adultos.
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