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Mentirosos: 6 GRANDES diferenças entre o livro de E. Lockhart e a série do Prime Video

Toda adaptação de um best-seller enfrenta o desafio de honrar a obra original enquanto a expande para um novo meio. No caso de E. Lockhart e sua criação, o resultado é uma série que, embora fiel em espírito, a série do Prime Video “Mentirosos” (We Were Liars) ousou fazer mudanças significativas.

Prepare-se para desvendar as principais diferenças entre o livro e a aclamada série, e entender como essas escolhas criativas não só enriqueceram a narrativa, mas também a posicionaram para o sucesso no streaming.

Mentirosos: As Principais Diferenças Entre o Livro e a Série

A chegada de Mentirosos ao streaming da Amazon gerou grande burburinho entre os fãs do livro de E. Lockhart e novos espectadores. Enquanto a essência da história – a rica família Sinclair, uma ilha secreta e um acidente traumático – permanece a mesma, a adaptação televisiva, comandada pelas showrunners Julie Plec e Carina Adly MacKenzie, em colaboração com a própria autora, introduziu diversas alterações que moldaram a narrativa para a tela de forma estratégica e impactante.

Vamos explorar as principais diferenças que fazem da série uma experiência única, mesmo para quem já conhece cada segredo do livro.

1. A Linha do Tempo da Tragédia: Um Ano a Menos, Mais Impacto

Cadence

No romance original de E. Lockhart, há um intervalo de dois anos entre os eventos do “verão enigmático” (o Verão Quinze, quando Cadence tinha 15 anos e sua amnésia se manifestou) e a linha do tempo presente da história. A série, no entanto, opta por encurtar esse período para apenas um ano, com o incidente ocorrendo durante o Verão Dezesseis de Cadence.

Essa mudança não foi aleatória. Conforme explicou a própria E. Lockhart, um dos motivos era a idade dos atores escalados. Além disso, encurtar o tempo de separação intensifica a urgência e o impacto emocional do retorno de Cadence à ilha, tornando o trauma mais imediato e palpável para o espectador.

2. A Sexualidade de Johnny: O Que Era Sugestão Virou Confirmação

Johnny Mentirosos

O personagem Johnny Sinclair Dennis (Joseph Zada), um dos “Mentirosos” e primo de Cadence, ganha uma dimensão mais definida na série. Enquanto no livro sua sexualidade era apenas sugerida ou aludida, a adaptação do Prime Video o retrata explicitamente como gay, explorando sua paixão pelo seu parceiro de tênis, Blake (Cale Ambrozic).

Essa adição não apenas oferece a Johnny uma trama própria mais desenvolvida, mas também permite à série aprofundar temas de aceitação e as pressões enfrentadas pelos membros da família Sinclair, que, apesar da riqueza, ainda lidam com preconceitos velados. É uma forma de modernizar e complexificar os personagens para o público atual.

3. O Papel Ampliado das Mães Sinclair: Vilãs com Nuances

Maes Sinclair

No livro, Carrie, Penny e Bess – as mães dos “Mentirosos” – não recebem tanta exploração. Grande parte de suas histórias e traumas é detalhada no romance prequel de Lockhart, Family of Liars. A série, contudo, decide trazer essas complexidades para a linha do tempo principal, dando às três irmãs Sinclair um papel muito mais significativo.

A série mostra as fraturas em suas vidas, incluindo infidelidades e mentiras que contam umas às outras. Por exemplo, enquanto todas as três são divorciadas no livro, Bess é estabelecida como casada na série, escondendo seus próprios segredos conjugais. Essa expansão visa humanizá-las e construir uma narrativa familiar multigeneracional, onde as raízes dos problemas dos “Mentirosos” podem ser traçadas até as escolhas e traumas de suas mães.

4. A Presença Marcante da Família de Gat: Raça, Classe e Aprovação

Gat Mentirosos

Gat Patil e sua família recebem uma presença muito mais proeminente em Mentirosos. No livro, Ed (pai de Gat) é mencionado, mas na série ele se torna uma figura constante na Ilha Beechwood, buscando a aprovação do patriarca Harris (David Morse). A mãe de Gat, Maya (Karen David), também faz uma aparição física.

Essa ampliação do papel da família de Gat intensifica os temas de racismo e classismo que são centrais na obra. A série, com o auxílio de roteiristas de ascendência indiana, conseguiu trazer mais nuances e autenticidade para as experiências de Gat e Ed, explorando as tensões raciais e sociais que se manifestam no elitista universo dos Sinclair.

5. O Confronto Direto com Harris Sinclair: Sem Ignorância, Mais Malícia

Harris Mentirosos

Harris Sinclair, o patriarca da família, é a personificação do ciclo tóxico dos Sinclair. Na série, sua postura racista em relação a Gat e Ed é mais explícita. Além disso, a série deixa claro que Harris está plenamente ciente do que aconteceu no Verão Dezesseis (o incêndio), e seu silêncio não é de ignorância, mas sim um esforço deliberado para preservar a imagem pública da família.

Essa mudança torna a confrontação de Cadence com o avô mais direta e poderosa, e revela a crueldade de Harris em usar a tragédia para manipular Cadence e mantê-la sob seu controle.

6. O Final e as Implicações Sobrenaturais: Um Gato no Telhado para a 2ª Temporada

final Mentirosos

Uma das maiores e mais intrigantes mudanças da série em relação ao livro reside no final e nas suas implicações. No romance, Cadence finalmente desvenda a verdade: Johnny, Gat e Mirren (e os cães da família) morreram no incêndio que eles mesmos iniciaram no Verão Dezessete, e suas aparições para Cadence eram resultado de seu trauma e amnésia, como “fantasmas” em sua mente.

A série, no entanto, adiciona uma cena pós-revelação onde Carrie, a mãe de Johnny, também vê seu filho. Isso introduz uma ambiguidade crucial: os “Mentirosos” são realmente fantasmas? Ou as visões são um sintoma compartilhado de uma possível doença mental hereditária na família Sinclair?

Essa alteração foi uma escolha estratégica das showrunners Julie Plec e Carina Adly MacKenzie para abrir portas para uma segunda temporada. A cena final, inclusive, ecoa o início do segundo livro de E. Lockhart, Family of Liars, sinalizando que há muito mais história a ser contada sobre as gerações dos Sinclair e os mistérios da Ilha Beechwood.

A Essência Mantida, a Experiência Ampliada

Apesar das diferenças, a autora E. Lockhart expressou satisfação com a adaptação. Ela esteve ativamente envolvida no processo, inclusive co-escrevendo o episódio final, e elogiou a forma como a série conseguiu expandir os temas e personagens sem perder o “coração” da história. A escolha de aprofundar as histórias dos personagens secundários, as complexidades das mães e a questão de raça e classe, tudo isso contribui para uma narrativa mais rica e relevante para o público contemporâneo.

Mentirosos é um exemplo brilhante de como uma adaptação pode respeitar seu material de origem ao mesmo tempo em que o reinventa para um novo formato. As mudanças foram calculadas, com o objetivo de criar uma experiência visualmente deslumbrante, emocionalmente profunda e instigante, que te fará questionar cada verdade. Se você ainda não assistiu, prepare-se para ser surpreendido por essa complexa teia de segredos no Prime Video.

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