João de Deus Aparece na Série Tremembé?

Lançada em 31 de outubro de 2025, Tremembé domina as buscas no Prime Video. A minissérie brasileira de cinco episódios, criada por Michel Tikhomiroff e inspirada nos livros de Ullisses Campbell, transforma o Presídio Feminino II de Tremembé – o “presídio dos famosos” – em palco de intrigas, amores proibidos e vinganças cruas. Com Marina Ruy Barbosa como Suzane von Richthofen e Carol Garcia como Elize Matsunaga, a trama revisita crimes que chocaram o Brasil. Mas uma dúvida viraliza: João de Deus aparece na série? A resposta curta: não. O curandeiro João Teixeira de Faria, condenado por estupros em 2019, não tem espaço na narrativa. E este artigo explica o porquê.

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O Universo de Tremembé

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Imagem: Prime Video

Tremembé não é um documentário; é ficcionalização afiada de true crime. Ambientada em 2015, a série explora dinâmicas carcerárias: alianças frágeis, triângulos amorosos e o peso da fama criminal. O presídio abriga detentas como Suzane (pelo assassinato dos pais em 2002) e Elize (pelo esquartejamento do marido em 2012). Letícia Rodrigues vive Sandra Regina (“Sandrão”), a qual se relacionou com Elize e Suzane. Outros arcos incluem os irmãos Cravinhos – Felipe Simas como Daniel e Kelner Macêdo como Cristian –, cúmplices de Suzane, que dividem cela com namorados fictícios como Duda (João Pedro Mariano).

A trama, baseada em Suzane: Assassina e Manipuladora e Elize: A Mulher que Esquartejou o Marido, levanta críticas ao sistema prisional: superlotação, corrupção e redenção questionável. Diretores como Vera Egito e Daniel Lieff priorizam o psicológico: closes em celas úmidas, sussurros no pátio. Sem glorificação, a série humaniza “monstros” – mas só os do presídio feminino. Roger Abdelmassih (Anselmo Vasconcelos) e Alexandre Nardoni (Lucas Oradovschi) inspiram personagens masculinos periféricos, mas o cerne é feminino. Bianca Comparato como Anna Carolina Jatobá fecha o time principal. Nada de figuras religiosas ou curandeiros.

Por Que João de Deus Não Entra na História?

joao de deus

João Teixeira de Faria, o “João de Deus”, não aparece porque Tremembé é estritamente sobre o ala feminina de Tremembé. Condenado a mais de 60 anos por abusos sexuais contra 120 mulheres, ele cumpre pena no Complexo Penitenciário de Anápolis, Goiás – presídio masculino, longe de SP. Preso em dezembro de 2018, após denúncias de 2017, seu caso explode pós-2015, recorte da série. Em 2025, ele segue isolado, com recursos negados pelo STF.

A produção evita anacronismos. Ullisses Campbell, consultor e autor base, foca em autos judiciais de 2002-2015. João de Deus? Seu império em Abadiânia (GO) ruía devagar; prisões só em 2019. Incluir ele forçaria salto temporal ou subplot externo – improvável em minissérie de 5x50min. Críticos no Omelete notam: elenco prioriza “criminosos civis famosos”, como estuprador Abdelmassih, mas não healers. No X, fãs confundem: posts como “João de Deus em Tremembé?” misturam com docs separados, como João de Deus: Cura e Crime (HBO, 2021).

Histórico reforça: Tremembé II é só para mulheres desde 1990s. Homens como Cravinhos vão para alas mistas ou transferidos, mas João de Deus nunca pisou lá. Sua fama veio de “cirurgias espirituais” – curas falsas, abusos reais. Vítimas como Sabrina Bittencourt (morta em 2019) expuseram o horror. Tremembé toca temas semelhantes: manipulação, poder abusivo. Sandrão, por exemplo, ecoa dinâmicas de controle. Mas sem menção direta.

João de Deus não precisa de Tremembé. Seu escândalo tem docs dedicados: João de Deus: Cura e Crime (Grifa Filmes, 2021) narra ascensão em Abadiânia – de médium pobre a império bilionário – e queda. Marco Nanini o viveu em minissérie Canal Brasil (2023), com Bianca Comparato como vítima.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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