Rosario Tijeras, série mexicana de 2016 disponível na Netflix, adapta o romance de Jorge Franco em uma narrativa intensa de vingança e sobrevivência no submundo do narcotráfico. Com Bárbara De Regil no papel principal, a produção mistura ação, drama e elementos de telenovela, explorando a vida de uma jovem das favelas de Medellín que se torna sicária implacável. Ao longo de 4 temporadas, a série cativa com sua crueza social, mas peca em excessos melodramáticos. Nesta crítica, avalio os acertos e falhas para ajudar você a decidir se vale o tempo investido.
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Uma trama visceral de vingança e redenção
A história segue Rosario, uma garota pobre marcada por traumas familiares e violência urbana. Após uma tragédia pessoal, ela mergulha no mundo dos cartéis, aliando-se a assassinos e traficantes para vingar sua família. A primeira temporada constrói um arco poderoso, com cenas de tiroteios e dilemas morais que ecoam a realidade colombiana. A adaptação mexicana transfere o cenário para Guadalajara, adicionando camadas culturais locais.
O enredo avança com reviravoltas constantes: alianças frágeis, traições e um romance proibido com um jornalista. Essa dinâmica mantém o ritmo acelerado, mas nas temporadas posteriores, a narrativa se alonga. Subtramas de corrupção política e rivalidades familiares diluem o foco inicial. Críticos no IMDb notam que o script perde força ao priorizar sensacionalismo sobre profundidade, transformando tragédia em repetição.
Elenco forte liderado por Bárbara De Regil
Bárbara De Regil encarna Rosario com ferocidade convincente. Sua performance captura a vulnerabilidade por trás da fachada dura, especialmente em cenas de confronto emocional. Juan Pablo Campa, como o amor interesse, traz nuance a um personagem dividido entre jornalismo e atração perigosa. Marina Ruiz, em papéis secundários, adiciona intensidade como aliada leal.
O elenco de apoio, incluindo atores como José María Galeano, eleva o material. Destaques vão para as atuações em sequências de ação, onde a química impulsiona o drama. No entanto, alguns coadjuvantes caem em estereótipos: vilões caricatos e vítimas passivas. Avaliações no Rotten Tomatoes elogiam a autenticidade mexicana, mas criticam a falta de diversidade em arcos femininos além de Rosario.
Direção dinâmica com toques de telenovela
Dirigida por Anna Zepeda e outros, a série equilibra cenas de ação explosivas com diálogos carregados de emoção. A cinematografia urbana, filmada em locações reais de Guadalajara, cria uma atmosfera opressiva. Tiroteios são coreografados com precisão, e a edição mantém o suspense em momentos chave.
O estilo telenovela aparece nos closes dramáticos e na trilha sonora melancólica, que reforça temas de perda. Essa abordagem funciona na primeira temporada, mas nas seguintes, o excesso de cliffhangers artificiais cansa. Resenhas no Reddit apontam que a direção perde coesão na quarta temporada, com episódios arrastados que sacrificam tensão por extensão desnecessária.
Temas sociais relevantes no contexto narco
Rosario Tijeras aborda desigualdade, machismo e o ciclo de violência nos cartéis. A protagonista simboliza a mulher empoderada em um mundo patriarcal, desafiando normas com sua resiliência. A série critica a impunidade dos poderosos e o impacto da pobreza na juventude, ecoando debates reais sobre o narcotráfico na América Latina.
Esses elementos adicionam relevância cultural, especialmente para públicos latinos. No entanto, a glorificação sutil da vingança levanta questões éticas. Críticas no Girls With Guns destacam o alto índice de mortes, que transforma a trama em uma espiral de tragédia sem resolução catártica plena.
Pontos fortes e fraquezas evidentes
Os acertos incluem a performance de De Regil e a imersão cultural. A ação é crua e envolvente, com mensagens sobre empoderamento feminino que ressoam. A produção da Caracol Televisión e Azteca mantém qualidade visual apesar do orçamento modesto.
Fraquezas surgem no ritmo: temporadas finais se arrastam, com reviravoltas previsíveis. O melodrama excessivo, típico de telenovelas, afasta quem busca realismo puro. Avaliações mistas no Rotten Tomatoes refletem isso: elogiado por fãs de drama latino, mas criticado por enredo repetitivo.
Vale a pena assistir à série?
Rosario Tijeras atrai quem ama narrativas de superação no crime organizado. A primeira temporada é imperdível, com ação e emoção em doses certas. Para maratonas casuais na Netflix, oferece entretenimento sólido, especialmente se você curte empoderamento feminino em contextos violentos.
No entanto, se prefere tramas concisas, as temporadas posteriores podem frustrar. Com 60 episódios no total, comece pelas primeiras e avalie. Fãs de Narcos ou El Chapo encontrarão paralelos, mas com mais foco emocional. É uma série que entretém, mas não revoluciona o gênero.
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