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Crítica de Tomb Raider: A Origem | Vale a pena assistir ao filme?

Tomb Raider: A Origem (2018), dirigido por Roar Uthaug, é um reboot da icônica franquia baseada no videogame, com Alicia Vikander no papel de Lara Croft. Diferente das adaptações dos anos 2000 com Angelina Jolie, esta versão busca um tom mais realista, inspirado nos jogos de 2013. Com ação, aventura e uma protagonista forte, o filme tenta conquistar fãs antigos e novos. Mas será que entrega uma experiência marcante? Nesta crítica, analisamos a trama, o elenco, a direção e se Tomb Raider (2018) vale seu tempo.

Uma premissa de origem com potencial

Tomb Raider: A Origem apresenta Lara Croft, uma jovem de 21 anos que trabalha como entregadora de bicicleta em Londres, lutando para pagar as contas. Após a morte de seu pai, Lord Richard Croft (Dominic West), ela herda pistas sobre seu desaparecimento. Relutante, Lara embarca em uma aventura para a ilha de Yamatai, no Japão, onde enfrenta a organização Trinity e desvenda segredos sobre uma tumba mítica. A trama foca na transformação de Lara em uma aventureira destemida.

A premissa, inspirada no jogo de 2013, é promissora, oferecendo uma Lara mais humana e vulnerável que a de Jolie. No entanto, o roteiro de Geneva Robertson-Dworet e Alastair Siddons cai em clichês de ação, com vilões genéricos e reviravoltas previsíveis, como apontado por críticos no Rotten Tomatoes. Apesar disso, a jornada de autodescoberta de Lara mantém o filme envolvente, especialmente para fãs do jogo.

Alicia Vikander brilha como Lara Croft

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Imagem: Warner Bros. Pictures

Alicia Vikander é o coração do filme. Sua interpretação de Lara combina vulnerabilidade e força, mostrando uma heroína em formação. Diferente da abordagem glamourosa de Jolie, Vikander traz um realismo físico, realizando muitas de suas cenas de ação, como lutas e escaladas. Sua performance é elogiada por capturar a essência da Lara dos jogos recentes, segundo o IMDb.

O elenco secundário, incluindo Dominic West como o pai de Lara e Walton Goggins como o vilão Mathias Vogel, é competente, mas subutilizado. Goggins entrega um antagonista ameaçador, mas o roteiro não explora sua motivação, como notado pela Variety. Daniel Wu, como o capitão Lu Ren, adiciona um toque de humor, mas sua participação é limitada. A química entre Vikander e o elenco sustenta a narrativa, mas os personagens coadjuvantes carecem de profundidade.

Direção dinâmica, mas visual genérica

Roar Uthaug, conhecido por The Wave, traz energia às cenas de ação, com sequências de perseguição e combate bem coreografadas. A abertura, com Lara em uma corrida de bicicleta, estabelece o ritmo frenético. A ilha de Yamatai é visualmente interessante, com tumbas e florestas que remetem ao jogo, mas a fotografia de George Richmond é criticada pelo TheWrap por parecer “genérica”, com cores dessaturadas que não destacam a aventura.

A trilha sonora de Junkie XL é funcional, mas não memorável, diferente de clássicos como Indiana Jones. O filme acerta em evitar o exagero dos filmes de Jolie, mas peca por não explorar mais a mitologia da tumba, um ponto forte do jogo. A direção mantém o espectador engajado, mas falta ousadia para elevar Tomb Raider acima da média.

Comparação com os jogos e outros filmes

Tomb Raider: A Origem (2018) é fiel ao jogo de 2013, focando na origem de Lara e em sua luta pela sobrevivência. Comparado aos filmes de Jolie, como Lara Croft: Tomb Raider (2001), esta versão é menos caricata, mas também menos divertida, segundo o Metacritic. Enquanto Jolie era uma heroína pronta, Vikander mostra a construção de uma, o que atrai fãs do reboot do jogo, mas pode desapontar quem busca ação exagerada.

No gênero de aventura, Tomb Raider: A Origem fica atrás de Indiana Jones ou Uncharted (2022), que equilibram ação e carisma melhor. A tentativa de ser mais realista é louvável, mas a narrativa previsível e os vilões genéricos, como destacado pelo Roger Ebert, limitam seu impacto. Ainda assim, o filme oferece sequências de ação sólidas, como uma fuga em um avião naufragado, que agradam fãs do gênero.

Pontos fortes e limitações

Os pontos fortes de Tomb Raider: A Origem estão na performance de Vikander e nas sequências de ação bem executadas. A abordagem realista, inspirada no jogo, dá frescor à franquia, e a ambientação em Yamatai é visualmente envolvente. O filme acerta ao focar na jornada de Lara, tornando-a uma protagonista relatable.

No entanto, o roteiro é um ponto fraco. Os vilões carecem de complexidade, e a mitologia da tumba é subexplorada, como criticado pela Empire. O ritmo desacelera no segundo ato, com momentos redundantes, e o final, embora satisfatório, não surpreende. A falta de humor e carisma, comparada aos filmes de Jolie, também é uma limitação, segundo o Collider.

Vale a pena assistir a Tomb Raider: A Origem?

Tomb Raider: A Origem (2018) é uma aventura sólida, mas não inesquecível. Alicia Vikander carrega o filme com uma Lara Croft convincente, e as cenas de ação são empolgantes, especialmente para fãs do jogo. No entanto, o roteiro genérico e a falta de ousadia impedem que a produção se destaque no gênero. Com 52% no Rotten Tomatoes e 6,3/10 no IMDb, a recepção mista reflete suas qualidades e falhas.

Se você gosta de filmes de ação como Uncharted ou é fã do jogo de 2013, Tomb Raider vale uma sessão, especialmente pela performance de Vikander. Para quem busca algo inovador ou com a energia dos filmes de Jolie, pode ser decepcionante. É uma boa opção para um fim de semana na Netflix, mas não um clássico.

Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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