A Freira (2018), dirigido por Corin Hardy e com roteiro de Gary Dauberman, é um spin-off da franquia Invocação do Mal. Estrelado por Demián Bichir, Taissa Farmiga e Jonas Bloquet, o filme explora a origem da entidade demoníaca Valak, uma freira assustadora que marcou presença em Invocação do Mal 2. Ambientado em um mosteiro romeno, o thriller de terror gótico promete sustos, mas será que entrega? Nesta crítica, analisamos a trama, o elenco, a direção e se A Freira vale seu tempo.
Uma premissa promissora com sustos previsíveis
A Freira se passa em 1952, na Romênia, onde uma jovem freira comete suicídio em um mosteiro isolado. O Vaticano envia o Padre Burke (Demián Bichir), um exorcista experiente, e a noviça Irene (Taissa Farmiga) para investigar. Acompanhados por Frenchie (Jonas Bloquet), um local que descobre o corpo, eles enfrentam forças demoníacas lideradas por Valak, uma entidade que assume a forma de uma freira profana.
A premissa é intrigante, prometendo expandir a mitologia da franquia. O mosteiro, com sua aura gótica, cria expectativas de um terror atmosférico. No entanto, o filme depende de sustos previsíveis, como vultos e sons altos, em vez de explorar o horror psicológico, como apontado por críticas no Rotten Tomatoes (24% de aprovação). A narrativa sofre com furos, como a falta de clareza sobre os motivos de Valak, e o ritmo irregular dilui a tensão.
Elenco sólido, mas personagens rasos
Demián Bichir entrega uma atuação sólida como Padre Burke, trazendo gravidade a um exorcista com um passado trágico. Taissa Farmiga, como Irene, é carismática, mas sua personagem carece de profundidade, funcionando mais como um eco de sua irmã, Vera Farmiga, da franquia principal. Jonas Bloquet adiciona leveza como Frenchie, com humor que alivia a tensão, mas seu papel é reduzido a alívio cômico. Bonnie Aarons, como Valak, é visualmente marcante, mas tem pouco tempo em tela, limitando seu impacto.
O elenco tenta compensar um roteiro fraco, mas os personagens são estereotipados, como notado pelo The Guardian. A falta de desenvolvimento emocional impede que o público se conecte, e as motivações, especialmente de Irene, parecem genéricas. Apesar disso, a química entre Bichir, Farmiga e Bloquet mantém o filme assistível.
Direção atmosférica com falhas narrativas
Corin Hardy, conhecido por The Hallow, cria uma atmosfera gótica impressionante. O mosteiro romeno, com corredores escuros e neblina constante, é um personagem por si só, como elogiado pelo Variety. A fotografia de Maxime Alexandre usa sombras e tons frios para evocar medo, e a trilha de Abel Korzeniowski intensifica o clima sobrenatural.
No entanto, a direção não sustenta a narrativa. Hardy aposta em jump scares repetitivos, como criticado pelo Roger Ebert, em vez de construir suspense. A edição é confusa, com transições abruptas que quebram a imersão. Elementos da mitologia, como o passado de Valak, são mal explicados, deixando o filme desconexo da franquia, conforme apontado pelo Collider.
Comparação com a franquia e o gênero
A Freira tenta replicar o sucesso de Invocação do Mal, mas não alcança a sofisticação de James Wan. Enquanto Invocação do Mal 2 equilibra sustos com emoção, A Freira é superficial, como notado pelo Vulture. Comparado a outros terrores góticos, como Drácula de Bram Stoker, falta profundidade psicológica. A entidade Valak, tão assustadora no filme de 2016, perde força ao ser o foco, com menos mistério.
No contexto de 2018, A Freira competiu com Hereditário e Um Lugar Silencioso, que ofereceram terror mais inovador. Apesar de arrecadar US$ 365 milhões globalmente (Box Office Mojo), o filme decepciona fãs da franquia, que esperavam mais conexão com a história dos Warren. Ainda assim, seu visual gótico atrai quem busca sustos leves.
Pontos fortes e limitações
Os pontos fortes de A Freira estão na atmosfera gótica e no visual de Valak, que permanece icônico. A ambientação do mosteiro e a fotografia criam momentos de tensão visual, e o elenco, apesar dos papéis limitados, entrega atuações competentes. A conexão com a franquia Invocação do Mal adiciona apelo para fãs.
As limitações, porém, são significativas. O roteiro de Gary Dauberman é genérico, com diálogos expositivos e reviravoltas previsíveis, como criticado pelo IndieWire. A dependência de jump scares e a falta de profundidade nos personagens tornam o filme esquecível. O final, que tenta amarrar a história à franquia, parece forçado, reduzindo o impacto.
Vale a pena assistir a A Freira?
A Freira atraiu atenção, com 1,2 milhão de buscas globais em 2018 (Google Trends), mas divide opiniões. Para fãs da franquia Invocação do Mal, o filme oferece um vislumbre da origem de Valak, mas decepciona com sua execução. A atmosfera gótica e o visual são pontos altos, mas os sustos previsíveis e a narrativa fraca limitam o impacto. É uma escolha razoável para uma sessão de terror descompromissada, especialmente para quem gosta de Annabelle.
Se você busca um terror profundo, como Hereditário, A Freira pode frustrar. Para uma noite de sustos leves com amigos, vale a pena, mas não espere um clássico. Outros filmes da franquia, como Invocação do Mal 2, são mais envolventes.
A Freira tenta expandir a mitologia de Invocação do Mal com uma história gótica sobre Valak, mas não cumpre todo o seu potencial. A direção de Corin Hardy cria uma atmosfera envolvente, e o elenco é esforçado, mas o roteiro fraco e os sustos repetitivos decepcionam. Para fãs de terror leve ou da franquia, o filme pode entreter, mas não se compara aos melhores do gênero. Se você busca sustos rápidos e um visual marcante, A Freira é uma opção. Para algo mais impactante, explore outras obras do catálogo da HBO Max, Netflix e Prime Video.
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