A Freira 2 (2023), dirigido por Michael Chaves e escrito por Ian B. Goldberg, Richard Naing e Akela Cooper, é a sequência do spin-off da franquia Invocação do Mal. Estrelado por Taissa Farmiga, Jonas Bloquet e Storm Reid, o filme traz de volta a freira demoníaca Valak para aterrorizar a Europa dos anos 1950. Prometendo sustos intensos e uma expansão do universo de James Wan, a produção tenta superar o primeiro filme, mas divide opiniões. Vale a pena assistir? Nesta crítica, vamos analisar tudo!
Uma trama mais aventureira que assustadora
Ambientado em 1956, quatro anos após os eventos de A Freira (2018), A Freira 2 segue a Irmã Irene (Taissa Farmiga), agora em um convento italiano, enfrentando novamente Valak (Bonnie Aarons). Após assassinatos de clérigos por toda a Europa, o Vaticano convoca Irene para investigar. Ela se une à Irmã Debra (Storm Reid), uma noviça cética, e descobre que Valak possui Maurice (Jonas Bloquet), que trabalha em um internato francês. A trama gira em torno da busca por uma relíquia, os “olhos de Santa Luzia”, para derrotar o demônio.
O roteiro, assinado por Ian B. Goldberg, Richard Naing e Akela Cooper, tenta mesclar terror com elementos de aventura, remetendo a Indiana Jones, como notado pelo No es cine todo lo que reluce. A abordagem explora a mitologia do Invocaverso, mas a narrativa perde força com sustos previsíveis e uma história que, segundo o Plano Crítico, parece “amontoar sustos sem cadência”. O final, embora amarre a trama, é apressado e depende de efeitos visuais exagerados.
Elenco forte, mas subaproveitado
Taissa Farmiga brilha como Irmã Irene, trazendo uma mistura de doçura e força que a diferencia de sua irmã, Vera Farmiga, no Invocaverso. Sua evolução de noviça ingênua para uma figura confiante é um destaque, conforme apontado pelo Host Geek. Jonas Bloquet, como Maurice, entrega uma performance comovente, mas sua possessão por Valak é inconsistente com a linha temporal da franquia, como criticado por alguns fãs. Storm Reid, como Debra, adiciona representatividade e carisma, transformando uma freira descrente em aliada essencial, mas seu arco é subdesenvolvido.
Bonnie Aarons retorna como Valak, icônica, mas menos assustadora devido à repetição de jump scares. Anna Popplewell e Katelyn Rose Downey, como Kate e Sophie, trazem momentos emotivos no internato, mas seus papéis são secundários. O elenco é talentoso, mas o roteiro não explora plenamente suas dinâmicas, limitando o impacto emocional.
Direção de Chaves: audácia e excessos
Michael Chaves, conhecido por A Maldição da Chorona e Invocação do Mal 3, adota uma abordagem visual ousada. A fotografia de Tristan Nyby usa o chiaroscuro para criar tensão, com ângulos que sugerem sustos iminentes, como destacado pelo cinematório. Cenas como a da livraria e o prólogo em Tarascón são brutais e criativas, utilizando sombras e arquitetura para evocar medo. A trilha sonora de Marco Beltrami intensifica a atmosfera, especialmente nas sequências mais discretas.
No entanto, Chaves exagera nos jump scares e efeitos CGI, como o “Demônio Bode”, que provocam mais risos do que medo, segundo o cinematório. A tentativa de misturar terror com ação, como lutas corpo a corpo contra Valak, afasta o filme do suspense psicológico, aproximando-o de um blockbuster genérico. A direção é competente, mas a falta de sutileza prejudica a imersão.
Comparação com o primeiro filme e o Invocaverso
A Freira 2 é amplamente considerado superior ao primeiro A Freira, que arrecadou US$ 365 milhões, mas foi criticado por sua narrativa fraca. A sequência corrige erros ao explorar a mitologia de Valak e o passado de Irene, mas não alcança a qualidade de Invocação do Mal (2013), de James Wan. Comparado a Annabelle 2, outro spin-off, A Freira 2 é mais dinâmico, mas menos assustador, como apontado pelo Film Feeder.
A conexão com o Invocaverso é reforçada por referências, como a cena do corredor de Invocação do Mal 2, mas inconsistências temporais, como o destino de Maurice, confundem fãs. O filme tenta inovar com elementos de aventura, mas a dependência de sustos genéricos o torna menos memorável que os melhores da franquia.
Pontos fortes e limitações
Os pontos fortes de A Freira 2 incluem as atuações de Farmiga e Reid, a fotografia atmosférica e cenas criativas, como a da livraria. A exploração da relíquia de Santa Luzia adiciona profundidade à mitologia, e a trilha sonora eleva o suspense. No entanto, o excesso de jump scares, o ritmo irregular e os efeitos visuais exagerados, como o Bode, enfraquecem a narrativa. O final, embora satisfatório, é apressado, e a falta de uma história coesa, segundo o Reel Film Reviews, torna o filme “sem vida”.
Vale a pena assistir a A Freira 2?
A Freira 2 é uma sequência que melhora o original, mas não atinge o potencial de Valak, um dos demônios mais icônicos do Invocaverso. Em suma, o filme atrai fãs do gênero, mas decepciona quem busca terror psicológico profundo. É ideal para quem gosta de sustos rápidos e não se importa com clichês, como os do Invocaverso. Para uma experiência mais robusta, Invocação do Mal ou Annabelle 2 são escolhas melhores.
Fãs de Taissa Farmiga e do universo de James Wan encontrarão momentos divertidos, especialmente com a cena pós-créditos, que anima para o futuro da franquia. Se você busca um terror leve para uma maratona, A Freira 2 vale a pena, mas não espere um clássico.
A Freira 2 tenta equilibrar terror sobrenatural e aventura, com atuações sólidas e uma direção visualmente interessante. Taissa Farmiga e Storm Reid elevam a narrativa, mas o excesso de jump scares e um roteiro desconexo limitam o impacto. Melhor que o primeiro, o filme ainda fica aquém dos melhores do Invocaverso. Para uma sessão despretensiosa, é uma escolha divertida. Se você busca inovação no terror, outras opções da HBO Max podem ser mais satisfatórias.