Após o impacto causado por Tremembé, série brasileira do Prime Video que mistura drama e true crime em uma narrativa intensa e polêmica, o público quer mais. A produção mergulha no cotidiano do presídio que abriga alguns dos criminosos mais conhecidos do país — como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Roger Abdelmassih — e revive os casos que chocaram o Brasil. Mas o que assistir depois de Tremembé? Este guia definitivo traz indicações de filmes e séries que exploram os mesmos personagens e temas, oferecendo um mergulho ainda mais profundo na mente e nas motivações dos psicopatas retratados na série.
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Sobre Tremembé
Ambientada na Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, mais conhecida como Tremembé II, a série acompanha a convivência tensa entre detentos que ganharam notoriedade nacional. Entre eles estão Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos pais; Elize Matsunaga, que esquartejou o marido; os irmãos Cravinhos, cúmplices de Suzane; Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, condenados pela morte da filha Isabella; e Roger Abdelmassih, ex-médico acusado de abusos sexuais.
A trama mistura fatos reais com elementos ficcionais, mostrando alianças improváveis, disputas de poder e as contradições humanas dentro do cárcere. Dirigida por Vera Egito e estrelada por Marina Ruy Barbosa e Carol Garcia, Tremembé vai além do relato criminal: é um retrato psicológico das figuras que o Brasil transformou em símbolos do mal.
O que assistir após Tremembé?
Depois de acompanhar as histórias entrelaçadas em Tremembé, os espectadores naturalmente querem saber mais sobre os crimes que inspiraram a série. Felizmente, várias produções já exploraram esses casos em profundidade — e estão disponíveis em plataformas de streaming. Abaixo, uma seleção de títulos que funcionam como complemento ideal à série.
A Menina que Matou os Pais (Amazon Prime Video – 2021)
Dirigido por Mauricio Eça, o filme reconstrói o assassinato dos pais de Suzane von Richthofen sob a perspectiva de Daniel Cravinhos, seu então namorado. O longa é uma dramatização tensa que revela o ponto de vista masculino da história, retratando Suzane como uma figura fria e manipuladora. A atuação de Carla Diaz é um dos grandes destaques, oferecendo nuances de vulnerabilidade e crueldade.
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O Menino que Matou Meus Pais (Amazon Prime Video – 2021)
Lançado simultaneamente com o filme anterior, esta versão apresenta o mesmo crime, mas agora sob a ótica de Suzane. A estratégia de narrativas duplas é um dos grandes acertos da produção, permitindo ao espectador comparar versões contraditórias e questionar o que realmente aconteceu. O formato também antecipa o tipo de tensão psicológica que Tremembé explora tão bem.
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A Menina Que Matou os Pais: A Confissão (Amazon Prime Video – 2023)
Nesta sequência, o foco está no período pós-crime. O filme aborda o interrogatório e o julgamento de Suzane, expondo o comportamento dela sob pressão e sua frieza diante das consequências. A obra complementa perfeitamente a versão de Tremembé, mostrando o início da trajetória que a levaria até a penitenciária retratada na série.
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Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime (Netflix – 2021)
O documentário da Netflix mergulha na história da mulher que chocou o país ao confessar o assassinato e esquartejamento do marido, o empresário Marcos Matsunaga. Dividida entre o papel de vítima e de algoz, Elize narra em primeira pessoa os motivos e as emoções que a levaram ao crime. A série documental expõe os contrastes entre o amor e o horror, e ajuda o público de Tremembé a entender melhor a personagem vivida por Carol Garcia.
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Isabella – O Caso Nardoni (Netflix – 2023)
Baseada em um dos crimes mais impactantes do país, a série dramatiza os acontecimentos que levaram à morte da menina Isabella Nardoni, em 2008. Lucas Oradovschi e Bianca Comparato, que vivem Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá em Tremembé, dão continuidade ao drama nesta produção ficcional, que investiga o colapso familiar e a repercussão pública do caso. A minissérie é essencial para compreender a representação desses personagens na trama do presídio.
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Assédio (Globoplay – 2018)
Esta série de ficção inspirada em casos reais apresenta uma visão mais ampla sobre o poder e o abuso. A história é livremente baseada nos crimes de Roger Abdelmassih, retratado em Tremembé por Anselmo Vasconcelos. Com direção de Amora Mautner, Assédio acompanha mulheres que denunciam o médico após anos de silêncio, revelando o impacto devastador da violência sexual e a luta por justiça. É uma produção densa, que equilibra emoção, denúncia e retrato social.
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Abdelmassih: Do Milagre ao Crime (Discovery+ / Prime Video / HBO Max – 2023)
A série documental mostra o percurso do médico desde a fama como referência em fertilização até sua queda em desgraça após as denúncias de dezenas de mulheres. Com depoimentos inéditos e imagens de arquivo, o título faz um retrato realista e impactante de um homem que usou o prestígio científico como instrumento de manipulação. É um complemento direto à representação ficcional vista em Tremembé.
Análise das Personagens de Tremembé
Tremembé se destaca por trazer figuras conhecidas do noticiário para um mesmo espaço dramático, explorando suas personalidades em conflito.
Suzane, interpretada por Marina Ruy Barbosa, surge como o centro magnético da trama: uma mulher que alterna fragilidade e frieza, movida por desejo de controle.
Elize, vivida por Carol Garcia, é retratada com mais complexidade emocional — dividida entre culpa e autojustificação.
Já Anna Carolina Jatobá (Bianca Comparato) e Alexandre Nardoni (Lucas Oradovschi) simbolizam o colapso moral da família de classe média que se destrói de dentro para fora.
Roger Abdelmassih (Anselmo Vasconcelos) encarna o poder e a arrogância de quem acreditava estar acima da lei.
Essas figuras, embora condenadas, são apresentadas sob um olhar humanizado, sem eximir responsabilidades, mas questionando os limites da empatia e da justiça. O presídio se transforma em um microcosmo social, onde convivem culpa, vaidade, desejo e arrependimento.
Por que essas produções se conectam
O fascínio do público por Tremembé reflete o interesse crescente pelos true crimes brasileiros. As produções citadas não apenas ampliam o contexto dos personagens, mas também ajudam a compreender como o país retrata a criminalidade e a mídia transforma assassinos em ícones culturais. Juntas, essas obras constroem um retrato multifacetado da violência e da sociedade que a observa — chocada, mas sempre curiosa.
