Sra. Playmen: História Real Por Trás da Série

Lançada em 2025 na Netflix, Sra. Playmen é uma minissérie italiana no gênero biopic com toques de comédia. Criada por Mario Ruggeri e dirigida por Riccardo Donna, a produção explora os anos 1970 em Roma conservadora. Carolina Crescentini brilha como Adelina Tattilo, uma mãe católica que assume a direção da revista erótica Playmen após traição do marido. Com Filippo Nigro e Giuseppe Maggio no elenco, a série mistura escândalos, empoderamento e humor afiado. Disponível globalmente, ela questiona normas sociais. Mas Sra. Playmen se inspira em uma história real? Descubra a seguir.

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Raízes Verdadeiras: A Vida de Adelina Tattilo

Sra. Playmen baseia-se na trajetória real de Adelina Tattilo, editora pioneira que revolucionou o jornalismo erótico na Itália. Nascida em 1929, Tattilo era mãe de três filhos e devota católica. Em 1967, ao lado do marido Saro Balsamo, ajudou a lançar Playmen, resposta italiana ao Playboy – banido no país por conteúdo explícito. A revista misturava fotos sensuais com artigos intelectuais, alcançando 450 mil exemplares em quatro anos.

Tattilo assumiu o controle em 1970, após Balsamo sumir por medo de acusações de desvio de fundos. Sozinha, ela ditou rumos: escolhia capas com mulheres elegantes, aprovava fotos de celebridades como Brigitte Bardot nua na praia. Em entrevista à Time em 1971, defendeu que as mulheres em Playmen eram “sujeitos, não objetos”. Criticou o feminismo americano, alegando que as italianas precisavam se libertar de mitos autoimpostos. Seu estilo priorizava sofisticação: garotas que “sorririam com um Campari”, não conselhos sexuais como Hefner.

No contexto da Itália dos anos 1970, Playmen enfrentou repressão. Policiais apreendiam edições em cidades conservadoras, criando corridas entre leitores e autoridades – cópias esgotavam em 48 horas. Em 1972, uma edição com 14 fotos nuas de Jackie Kennedy Onassis, tiradas de um barco em 1971, gerou furor. Tattilo justificou: “Se ela não quisesse ser fotografada, não se exporia”. A revista debateu divórcio, aborto e desejo feminino, ecoando a luta por direitos das mulheres na Itália pós-fascista. Em 1975, a ONU a honrou como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo. Playmen fechou em 2001, vítima da pornografia online; Tattilo morreu em 2007, aos 78 anos.

Adaptação Fiel com Toques Dramáticos

A minissérie, escrita por Eleonora Cimpanelli, Chiara Laudani e outros, abre em 1975 com a homenagem da ONU a Tattilo, flashback para outubro de 1970. Fiel aos eventos, retrata a traição de Balsamo (Filippo Nigro), seu sumiço e o retorno para pressionar por conteúdo mais explícito. Adelina (Crescentini) gerencia crises: escândalos como publicar diário de uma marquesa assassinada pelo marido, expondo-a como “prisioneira”.

Dramatizações adicionam camadas. Personagens fictícios como o fotógrafo Luigi e a garçonete Elsa surgem: fotos dela publicadas levam a acusação de estupro, e Tattilo a contrata para evitar casamento forçado. Esses arcos fictícios ampliam temas de vitimização feminina, sem alterar o núcleo real. A série enfatiza contradições de Tattilo: católica em mundo erótico, defensora de liberdades em sociedade machista. Comédia surge em absurdos, como fugas de censores ou debates acalorados na redação.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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