David Berkowitz, conhecido como “O Filho de Sam” ou “.44 Caliber Killer”, marcou a história de Nova York com uma onda de crimes que aterrorizou a cidade entre 1976 e 1977. Usando um revólver .44, ele matou seis pessoas e feriu pelo menos sete, deixando a população em pânico. Após sua prisão em agosto de 1977, graças a uma multa de estacionamento, Berkowitz confessou os assassinatos e foi condenado a seis penas de 25 anos a prisão perpétua. Mais de quatro décadas depois, onde está David Berkowitz agora? Este artigo explora sua vida na prisão, sua transformação pessoal e o que o futuro reserva para o infame serial killer.
Quem é David Berkowitz?
Nascido em 1º de junho de 1953, em Brooklyn, Nova York, David Richard Berkowitz foi adotado por Pearl e Nathan Berkowitz, um casal do Bronx. Sua infância foi turbulenta, marcada por episódios de depressão e crises semelhantes a convulsões. “Desde pequeno, minha vida parecia cheia de tormento. Eu tinha ataques onde rolava no chão, derrubando móveis”, escreveu Berkowitz em seu site. A morte de sua mãe adotiva por câncer, quando ele tinha 14 anos, intensificou seus problemas emocionais.
Após o ensino médio, Berkowitz serviu no Exército dos EUA entre 1971 e 1974, onde se destacou como atirador. Ao retornar, ele descobriu sua mãe biológica e soube que foi um filho indesejado, o que abalou sua identidade. Em 1975, ele se envolveu com o ocultismo, leitura da Bíblia Satânica e rituais, conforme relatou. Esses fatores culminaram em sua onda de crimes, que começou em julho de 1976 e terminou com sua captura em 1977.
A onda de crimes do “O Filho de Sam”
Entre julho de 1976 e julho de 1977, Berkowitz realizou oito ataques, alvejando principalmente mulheres jovens e casais em carros estacionados. Suas vítimas incluíram Donna Lauria, Christine Freund, Virginia Voskerichian, Valentina Suriani, Alexander Esau e Stacy Moskowitz, além de sobreviventes como Joanne Lomino, que ficou paraplégica, e Robert Violante, que perdeu um olho. Em 2024, a NYPD confirmou Wendy Savino como uma vítima adicional, baleada em 1976.
Berkowitz aumentou o terror com cartas provocadoras enviadas à polícia e à imprensa, assinadas como “O Filho de Sam”. Ele alegava que um demônio, manifestado no cachorro de seu vizinho Sam Carr, ordenava os assassinatos. Mais tarde, ele admitiu que essa história era uma farsa para justificar seus atos. “Eu precisava de uma justificativa. Convenci-me de que uma força sinistra me controlava”, disse em entrevista à CBS News em 1980.
Como Berkowitz foi capturado?
A prisão de Berkowitz, em 10 de agosto de 1977, foi um marco na história de Nova York. Uma multa de estacionamento emitida na noite do assassinato de Stacy Moskowitz levou a polícia até ele. Cecelia Davis, uma testemunha, relatou ter visto um homem removendo uma multa de seu carro pouco antes de ouvir disparos. A polícia de Yonkers, onde Berkowitz morava, já suspeitava dele por cartas ameaçadoras enviadas a vizinhos.
No dia 9 de agosto, a NYPD encontrou o carro de Berkowitz fora de seu apartamento, com uma metralhadora no banco traseiro. Ao abordá-lo, encontraram balas no bolso e o revólver .44 no banco da frente. Berkowitz confessou imediatamente, detalhando os crimes com uma memória impressionante. “Ele lembrou tudo passo a passo. Não há mais nada a investigar”, disse o jornalista Jimmy Breslin, segundo a Dateline. Em 8 de maio de 1978, ele se declarou culpado de seis assassinatos e foi condenado a 365 anos de prisão.
Onde está David Berkowitz hoje?
Atualmente, aos 72 anos, David Berkowitz está encarcerado na Shawangunk Correctional Facility, uma prisão de segurança máxima em Ulster County, Nova York, cerca de 60 milhas ao norte de Nova York. Ele passou por várias prisões, incluindo Attica, que descreveu como um “pesadelo” em entrevista ao Larry King Live. Em 1979, outro preso cortou sua garganta com uma navalha, mas Berkowitz sobreviveu, chamando o incidente de “milagre”.
Berkowitz expressa remorso por seus crimes. “Nunca esqueço as pessoas que machuquei. Isso pesa muito em mim”, disse à CBS News. Ele se tornou um cristão renascido em 1987, após um colega de prisão compartilhar sua fé. “Eu me ajoelhei e chorei, pedindo perdão a Jesus. Uma paz me inundou”, escreveu em seu site, Arise and Shine, mantido por apoiadores evangélicos. Ele trabalha como auxiliar de capelão na prisão e escreve blogs sobre fé e redenção.
Ele será libertado?
Berkowitz é elegível para audiências de liberdade condicional a cada dois anos desde 2002, mas foi negado em todas, incluindo a mais recente em maio de 2024. Ele não busca a liberdade. Em 2002, escreveu ao então governador George Pataki pedindo o cancelamento de sua audiência inicial, afirmando que merece permanecer preso. “Ele está genuinamente arrependido e não quer sair”, disse a ministra Roxanne Tauriello à PEOPLE em 2017. Sua próxima audiência está marcada para 2026.
O impacto cultural do caso
O caso “O Filho de Sam” continua fascinando o público, como mostra o documentário da Netflix Conversando com um assassino: O Filho de Sam, lançado em 30 de julho de 2025. A série explora entrevistas de 1980 com Berkowitz, revelando sua psique complexa. O caso inspirou filmes como Summer of Sam (1999), de Spike Lee, e influenciou legislações como a “Son of Sam Law”, que impede criminosos de lucrar com seus crimes.
David Berkowitz, o “O Filho de Sam”, continua na Shawangunk Correctional Facility, onde abraçou o cristianismo e expressa remorso por seus crimes. Condenado a 365 anos, ele não busca liberdade condicional, aceitando sua punição. Sua história, marcada por terror, captura e redenção, segue capturando a atenção do público, como visto em documentários recentes e discussões online.
