Lançado em 2020, Luta Por Justiça é um drama biográfico de 2h17min dirigido por Destin Daniel Cretton. Com roteiro de Andrew Lanham e o próprio Cretton, o filme conta com Michael B. Jordan como o advogado Bryan Stevenson, Jamie Foxx como Walter McMillian e Brie Larson em um papel de apoio. Disponível na HBO Max, Amazon Prime Video e Netflix, além de opções de aluguel na Apple TV, Google Play Filmes e YouTube, essa produção de 2019 continua relevante em 2025, especialmente em debates sobre justiça racial nos EUA. Neste artigo, dissecamos o final explicado, explorando quem vence, o que ele significa e por que sua mensagem otimista pode ser problemática. Vamos direto ao ponto, sem rodeios desnecessários.
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Resumo da Trama: Uma Luta Contra o Sistema Injusto
Luta Por Justiça abre com a fundação da Equal Justice Initiative (EJI), organização sem fins lucrativos de Bryan Stevenson (Michael B. Jordan), dedicada a defender condenados à morte, muitos deles inocentes e vítimas de racismo sistêmico. O foco central é o caso de Walter McMillian (Jamie Foxx), um homem negro do Alabama condenado à morte em 1987 por um assassinato que não cometeu. Preso por um policial racista (Michael Harding), McMillian enfrenta evidências fabricadas, testemunhas coagidas e um júri enviesado. Stevenson, recém-formado em Harvard, chega ao sul dos EUA determinado a provar sua inocência, apesar das ameaças de autoridades locais.
Ao longo de quatro anos e meio de apelações, o filme expõe as falhas do sistema judiciário americano: corrupção policial, preconceito racial e a pena de morte como ferramenta de opressão. Paralelamente, uma subtrama com Herbert Richardson (Rob Morgan), um veterano do Vietnã com problemas mentais, ilustra as execuções de culpados, mas com circunstâncias atenuantes. Críticos elogiam as atuações – Foxx ganhou indicação ao Screen Actors Guild por ator coadjuvante –, posicionando o filme no subgênero de “filmes de exoneração”, ao lado de O Furacão e Quando Eles Nos Veem. No entanto, essa estrutura familiar leva a um final que, embora vitorioso, levanta questões profundas sobre otimismo versus realidade.
O Clímax e o Final Explicado
O desfecho de Luta Por Justiça ocorre no tribunal, onde Stevenson consegue uma nova audiência para McMillian. Uma testemunha chave, Ralph Myers (Tim Blake Nelson), reconta seu depoimento falso, admitindo ter sido pressionado pela polícia. Evidências esmagadoras de inocência emergem: álibis de toda a comunidade de McMillian, inconsistências no caso e a confissão de outro suspeito. O novo promotor distrital (Rafe Spall) finalmente reconhece a obviedade da injustiça, levando à absolvição total de todas as acusações.
McMillian sai livre após quase seis anos no corredor da morte, abraçando a família em uma cena emocionante. Stevenson, exausto mas triunfante, reflete sobre o custo humano da lentidão judicial. O filme fecha com um texto explicativo: estatísticas da EJI revelam que, para cada nove execuções, uma pessoa inocente é exonerada. Essa vitória parece inspiradora – um advogado persistente derrota o sistema com inteligência e coragem. Mas o final explicado vai além da celebração: ele questiona se essa “correção” é a norma ou a exceção.
Estruturalmente, o clímax resolve o arco principal com um veredicto de inocência, contrastando com a subtrama de Richardson, cuja execução por bomba caseira é retratada como cruel, apesar de sua culpa admitida. PTSD do Vietnã e falta de defesa adequada tornam sua morte um símbolo de punição desumana. Assim, o final equilibra triunfo (McMillian livre) e tragédia (Richardson morto), reforçando a rejeição à pena de morte. No entanto, como o único executado mostrado é culpado, o filme inadvertidamente sugere que a lei, quando aplicada, pune os errados – uma tese que depende da visão política do espectador sobre a pena capital.
Afinal, Walter McMillian morre?
Assumindo que “ele” se refere a Walter McMillian, o protagonista condenado à morte, não, ele não morre. No clímax, após anos de apelações e investigações, Stevenson prova sua inocência total. Uma testemunha chave reconta o depoimento falso, evidências de álibis da comunidade são irrefutáveis, e o novo promotor distrital reconhece o erro grotesco do sistema.
McMillian é absolvido em 1993 (o filme encurta o timeline para drama), sai livre do corredor da morte e abraça a família em uma cena de alívio emocional. Na vida real, Walter viveu até 2013, aos 71 anos, e o filme o retrata como um homem resiliente que reconstrói a vida pós-injustiça.
Há uma subtrama trágica com Herbert Richardson (Rob Morgan), um veterano do Vietnã executado por uma bomba caseira. Ele admite o crime, mas o filme destaca seu PTSD não tratado como atenuante, criticando a pena de morte como punição cruel. Sua morte motiva Stevenson, mas não é o foco central.
E quem Matou a Menina?
A “menina” é Ronda Lee Morrison, uma jovem de 18 anos, funcionária de uma lavanderia no Alabama, assassinada em 1986 com tiros nas costas. O filme não revela o culpado real, e isso é intencional: a história é sobre a condenação injusta de McMillian, baseado em racismo sistêmico, evidências fabricadas e um policial com bandeiras confederadas no carro. McMillian foi acusado sem álibi sólido contra ele – ele estava em uma reunião da igreja no momento do crime, corroborado por dezenas de testemunhas negras, ignoradas pelo júri branco.
Na trama, uma testemunha coagida (Ralph Myers, vivido por Tim Blake Nelson) mente sob pressão policial, e outra confissão falsa é desmascarada. Quando McMillian é exonerado, o assassino verdadeiro permanece um mistério no filme, simbolizando as falhas irremediáveis do sistema: inocentes sofrem enquanto culpados escapam. Na vida real, o caso de Ronda nunca foi resolvido oficialmente; investigações posteriores apontaram para possíveis suspeitos locais, mas sem condenação. O foco de Luta Por Justiça é expor como o racismo transformou um homem inocente em bode expiatório, não em um whodunit.
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