Lançado em 2020, O Ritmo da Vingança é um thriller de espionagem que conquistou atenção por sua protagonista feminina forte e uma trama cheia de ação. Dirigido por Reed Morano e estrelado por Blake Lively como Stephanie Patrick, o filme mergulha em uma jornada de vingança e autodescoberta após uma tragédia pessoal. Mas será que O Ritmo da Vingança se baseia em uma história real? Neste artigo, exploramos as origens do filme, sua relação com o romance de Mark Burnell e as possíveis inspirações na vida real.
Enredo de O Ritmo da Vingança
O Ritmo da Vingança acompanha Stephanie Patrick, uma jovem britânica cuja vida desmorona após a morte de sua família em um acidente aéreo. Atormentada pela culpa e mergulhada em um ciclo de autodestruição com drogas e prostituição, Stephanie descobre que o acidente foi, na verdade, um ataque terrorista.
Determinada a buscar justiça, ela é recrutada por uma agência de inteligência e treinada por Iain Boyd (Jude Law) para se tornar uma agente letal. Ao longo da trama, Stephanie assume múltiplas identidades, como Petra e Marina, enquanto enfrenta perigos globais e lida com questões de trauma e identidade.
O filme, produzido pela Eon Productions, conhecida pela franquia James Bond, combina ação intensa com um tom emocional. A direção de Morano, premiada por The Handmaid’s Tale, e a atuação visceral de Lively tornam a história cativante. Mas quão próxima da realidade é essa narrativa?
O Ritmo da Vingança se Baseia em uma História Real?

Para responder diretamente: não, O Ritmo da Vingança não se baseia em uma história real. O filme é uma adaptação do romance homônimo de Mark Burnell, publicado em 1999, que marca o início de uma série de quatro livros centrados em Stephanie Patrick. Burnell, que também escreveu o roteiro do filme, criou uma história fictícia que explora o mundo da espionagem através de uma perspectiva feminina. Em entrevistas, ele revelou que a inspiração para Stephanie veio parcialmente de La Femme Nikita, de Luc Besson, uma personagem fictícia que também transita de uma vida comum para o universo dos espiões.
Embora a trama seja ficcional, O Ritmo da Vingança incorpora elementos que ecoam realidades do mundo da espionagem. A representação de agências de inteligência, como o MI6, e a ideia de uma mulher assumindo papéis perigosos refletem a crescente presença de mulheres em serviços secretos. Figuras reais, como Odette Hallowes e Vera Atkins, que atuaram como espiãs durante a Segunda Guerra Mundial, e agentes modernas, como Michele Rigby Assad, ex-CIA, mostram que mulheres têm desempenhado papéis cruciais na inteligência há décadas.
Inspirações da Vida Real no Filme
Embora O Ritmo da Vingança não se baseie em um evento ou pessoa específica, sua autenticidade vem da maneira como aborda temas universais, como trauma, vingança e redenção. A jornada de Stephanie reflete o impacto psicológico de perdas devastadoras, algo que ressoa com experiências humanas reais.
A escolha de uma protagonista feminina em um gênero tradicionalmente dominado por homens, como o espionagem, também espelha uma mudança cultural. Filmes como Atomic Blonde e Wonder Woman pavimentaram o caminho para narrativas centradas em mulheres fortes, e O Ritmo da Vingança segue essa tendência ao retratar Stephanie como uma heroína complexa e imperfeita.
A pesquisa de Burnell para o romance incluiu estudos sobre operações de inteligência e o uso de identidades falsas, práticas comuns em agências como CIA e MI6. Por exemplo, a habilidade de Stephanie em alternar entre personas, como Petra, uma mercenária, e Marina, uma empresária suíça, reflete técnicas reais de espionagem, onde agentes adotam “lendas” para se infiltrar em ambientes hostis. Esses detalhes dão ao filme uma sensação de realismo, mesmo sendo uma obra de ficção.
A Representação das Mulheres na Espionagem
Um dos pontos fortes de O Ritmo da Vingança é sua protagonista feminina, que desafia estereótipos de gênero no cinema de ação. Historicamente, o gênero espionagem foi dominado por figuras masculinas, como James Bond. No entanto, a realidade mostra que mulheres têm desempenhado papéis significativos em serviços de inteligência. Durante a Segunda Guerra Mundial, espiãs como Odette Hallowes arriscaram suas vidas em missões secretas. Mais recentemente, Susan M. Gordon e Stephanie O’Sullivan ocuparam cargos de alto escalão na inteligência americana, provando a relevância das mulheres nesse campo.
A escolha de Blake Lively para o papel de Stephanie reforça essa narrativa. Lively se preparou intensamente, treinando artes marciais e mergulhando na psicologia da personagem. Em entrevistas, ela destacou a importância de retratar uma mulher que transforma sua dor em força, um tema que ressoa com muitas espectadoras.
Cenários e Produção: Realismo nas Locais
O Ritmo da Vingança foi filmado em locações reais, como Londres, Almería (Espanha) e Nova York, para criar uma atmosfera autêntica de um thriller global. A cinematografia de Reed Morano, com takes longos e uma abordagem quase documental, intensifica a sensação de imersão. Embora os eventos sejam fictícios, a escolha de cenários realistas e a atenção aos detalhes, como as operações de inteligência, dão ao filme uma qualidade verossímil.
Críticas no Rotten Tomatoes elogiaram a direção de Morano e a atuação de Lively, mas apontaram que o filme não inova no gênero. Ainda assim, a narrativa emocional e a construção de Stephanie como uma personagem multifacetada conquistaram fãs que buscam algo além da ação tradicional.
Por que O Ritmo da Vingança Parece Tão Real?
A sensação de realismo em O Ritmo da Vingança vem de sua base literária bem pesquisada e da abordagem humana à história de Stephanie. A personagem não é uma super-heroína; ela é falha, vulnerável e movida por emoções complexas. A direção de Morano, combinada com a atuação crua de Lively, cria uma conexão emocional com o público. Além disso, os temas de corrupção, terrorismo e operações secretas refletem preocupações do mundo real, mesmo que os eventos sejam fictícios.
A escolha de Burnell por uma protagonista feminina também adiciona relevância cultural. Em um mundo onde mulheres continuam a quebrar barreiras em campos dominados por homens, Stephanie Patrick é um símbolo de resiliência e transformação.
O Ritmo da Vingança não se baseia em uma história real, mas sua narrativa fictícia, adaptada do romance de Mark Burnell, captura verdades emocionais e temas relevantes. A jornada de Stephanie Patrick, de uma mulher quebrada a uma agente determinada, reflete questões universais de perda, identidade e superação. Com locações realistas, uma direção habilidosa e uma protagonista memorável, o filme é uma adição poderosa ao gênero de espionagem.
Disponível na Amazon Prime, O Ritmo da Vingança é imperdível para fãs de thrillers e histórias centradas em mulheres fortes.




