Quase 30 anos depois de Adam Sandler invadir os campos de golfe com seu taco de hóquei e seu temperamento explosivo, Um Maluco no Golfe 2 chega à Netflix trazendo de volta Happy Gilmore, o golfista mais improvável do cinema. A sequência promete risadas, nostalgia e um desfile de estrelas em participações especiais, mas será que ela entrega o mesmo charme caótico do original ou apenas recicla piadas velhas para um público moderno? Nesta crítica de Um Maluco no Golfe 2, exploramos os altos e baixos do filme, avaliando se ele acerta o buraco ou fica preso na areia.
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Um Happy mais velho, mas não tão sábio
Na história, Happy Gilmore está longe de seus dias de glória. Agora, ele é um pai de família enfrentando problemas sérios: um emprego sem graça, uma crise de meia-idade e uma luta contra o alcoolismo. A motivação para voltar ao golfe vem de sua filha adolescente, Vienna, que sonha em estudar balé em Paris, mas precisa de uma quantia alta para isso. Happy decide retomar os tacos para levantar o dinheiro, enfrentando uma nova liga de golfe cheia de truques e um vilão excêntrico. A premissa é simples, mas carrega um peso emocional que o primeiro filme nunca tentou: Happy não é mais o jovem rebelde, mas um homem tentando se redimir para sua família.
Essa mudança de tom é uma das surpresas do filme. Enquanto o original era puro caos cômico, com Happy brigando com Bob Barker e enfrentando crocodilos, a sequência tenta equilibrar risadas com momentos mais humanos. As cenas entre Happy e Vienna, interpretada pela filha de Sandler na vida real, Sunny, trazem um toque genuíno de afeto. No entanto, o filme às vezes tropeça nessa mistura. As piadas sobre Happy escondendo uísque em garrafas de água ou tacos de golfe parecem forçadas, e o tema do alcoolismo nunca é explorado com a profundidade que merecia, ficando preso entre o humor bobo e o drama.
Cameos em excesso: bênção ou distração?
Se há algo que define Um Maluco no Golfe 2, é a enxurrada de participações especiais. De estrelas do esporte a músicos e atores famosos, o filme parece uma festa de Hollywood onde todo mundo foi convidado. Bad Bunny, como o caddie de Happy, é uma das grandes surpresas, trazendo um humor seco e carisma natural que rouba a cena. Sua química com Sandler, especialmente em momentos absurdos, como uma cena envolvendo mel e outro cameo famoso, é um dos pontos altos. Christopher McDonald, reprisando o vilão Shooter McGavin, também entrega momentos hilários, com sua energia exagerada e uma reviravolta inesperada que diverte os fãs do original.
Por outro lado, nem todos os cameos funcionam. Alguns aparecem sem motivo aparente, como se estivessem ali só para o público apontar e dizer “Olha quem é!”. Essas participações, embora gerem buzz nas redes sociais, muitas vezes interrompem o ritmo da história, fazendo o filme parecer mais uma vitrine de celebridades do que uma narrativa coesa. Para quem ama o universo de Sandler, ver rostos conhecidos pode ser uma delícia, mas para outros, é uma distração que deixa a trama em segundo plano.
O vilão que brilha e a sátira que quase acerta
Outro destaque é Ben Safdie, que interpreta Frank Manatee, o dono de uma liga de golfe rival chamada Maxi Golf. Com seu jeito de magnata excêntrico, Safdie traz uma energia nova ao filme, misturando humor com um toque de sátira sobre o mundo dos esportes modernos, onde dinheiro e espetáculo muitas vezes falam mais alto que a tradição. A Maxi Golf, com seus jogadores “turbinados” e cenários exagerados, é uma crítica divertida às ligas esportivas que tentam reinventar o jogo com truques chamativos. No entanto, o filme não aprofunda essa sátira, preferindo se apoiar em piadas físicas e referências ao original.
A rivalidade entre Happy e a Maxi Golf dá ao filme um conflito interessante, mas a resolução é previsível. As sequências de treinamento, com Happy tentando recuperar seu swing lendário, trazem risadas, mas não chegam ao nível das cenas icônicas do primeiro filme, como a briga com Bob Barker. Ainda assim, a química entre Sandler e Safdie mantém o ritmo, e as partidas de golfe têm o mesmo espírito maluco que os fãs esperam.
Homenagens que tocam o coração
Um dos aspectos mais emocionantes de Um Maluco no Golfe 2 são as homenagens a figuras queridas do primeiro filme. A sequência encontra formas criativas de lembrar personagens e atores que não estão mais entre nós, como Carl Weathers, cujo Chubbs Peterson é representado por seu filho, Slim, interpretado por Lavell Crawford. Há também um momento sutil em homenagem a Cameron Boyce, que aparece em uma cena de fundo, trazendo um toque de emoção para os fãs que conhecem sua história com Sandler. Esses detalhes mostram o cuidado do filme em honrar seu legado, mesmo que nem sempre acerte no tom.
Nostalgia com um pé no presente
Para os fãs do original, Um Maluco no Golfe 2 entrega doses generosas de nostalgia. Referências a frases clássicas, como “You can do it!”, e a volta de personagens como Shooter e Virginia (Julie Bowen) aquecem o coração de quem cresceu assistindo ao filme na TV. No entanto, a sequência também tenta falar com uma nova geração, com cameos de estrelas pop e uma campanha de marketing que inclui até um jogo interativo no Spotify. Essa tentativa de unir o velho e o novo é admirável, mas às vezes parece um malabarismo. O filme quer agradar os fãs antigos com piadas conhecidas e os jovens com rostos famosos, mas nem sempre encontra o equilíbrio perfeito.
Veredito da Crítica: Um Maluco no Golfe 2 Vale o green?
Um Maluco no Golfe 2 é um filme que sabe exatamente o que seus fãs querem: risadas, nostalgia e o charme desajeitado de Adam Sandler. Ele acerta em momentos como a química entre Happy e Vienna, o carisma de Bad Bunny e a energia de Benny Safdie como vilão. No entanto, tropeça com cameos excessivos e uma trama que, embora divertida, não alcança a originalidade do primeiro. Para quem ama o universo de Sandler, é uma volta divertida ao campo, mas para quem espera algo novo, pode parecer uma tacada que não chega ao buraco.
Em conclusão à nossa crítica de Um Maluco no Golfe 2, o filme agrada? Sim, se você quer rir sem pensar muito e curtir a nostalgia dos anos 90. Decepciona? Um pouco, se você busca uma história mais redonda ou um humor que inove tanto quanto o original. No fim, Um Maluco no Golfe 2 é como um dia no campo de golfe: cheio de altos e baixos, mas divertido se você entrar no clima.
E você, o que achou? É um hole-in-one ou um bogey? Deixe sua opinião nos comentários!