Crítica de Tudo é Justo: Vale A Pena Assistir a Série?

Tudo é Justo, série de 2025 da Hulu disponível no Disney+, marca a estreia de Kim Kardashian como produtora e estrela em um drama jurídico. Criada por Ryan Murphy, Jon Robin Baitz e Joe Baken, a produção de oito episódios segue uma equipe de advogadas de divórcio em Los Angeles. Com um elenco estelar, incluindo Naomi Watts e Niecy Nash, a série promete empoderamento feminino e intrigas legais. Mas entrega substância ou só glamour vazio? Nesta análise, avalio enredo, atuações e impacto, ajudando você a decidir se vale o play.

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Premissa ambiciosa, execução fraca

A trama gira em torno de Allura Grant (Kim Kardashian), uma advogada de divórcio implacável que comanda um escritório de elite em LA. Ao lado de Liberty Ronson (Naomi Watts), uma veterana cínica, e Emerald Greene (Niecy Nash), uma especialista em casos de alto perfil, ela lida com uniões tóxicas da elite hollywoodiana. Cada episódio explora um divórcio, misturando julgamentos acirrados com dramas pessoais, como traições e segredos familiares.

A ideia é ousada: um “girlboss” jurídico inspirado em Suits e The Good Wife, mas com toques de Murphy, como sátira social e reviravoltas exageradas. No entanto, o roteiro patina em clichês. Diálogos soam artificiais, e os casos legais resolvem-se de forma conveniente, sem tensão real. Como nota a Variety, é uma “fantasia condescendente” que prioriza poses empoderadoras sobre narrativas críveis. O tom oscila entre drama sério e comédia involuntária, diluindo o suspense.

Elenco estelar desperdiçado

Kim Kardashian, em seu primeiro papel dramático extenso, interpreta Allura com carisma inegável. Sua presença de reality star injeta autenticidade em cenas de confronto, mas falta profundidade emocional – ela parece mais uma versão glamorosa de si mesma do que uma advogada complexa. Naomi Watts, como Liberty, rouba cenas com sua intensidade contida, capturando o ceticismo de uma profissional queimada. Niecy Nash, como Emerald, traz humor afiado e vulnerabilidade, elevando diálogos fracos.

O suporte brilha com Sarah Paulson como uma juíza manipuladora e Glenn Close em um arco de convidada como uma cliente excêntrica. Teyana Taylor, como assistente de Allura, adiciona frescor. Contudo, o elenco sofre com personagens unidimensionais: as advogadas são “fortes” de forma estereotipada, sem falhas reais. O Hollywood Reporter critica isso como “televisão do nada”, onde estrelas servem de enfeite para um roteiro vazio.

Direção de Murphy: estilo sobre substância

Ryan Murphy dirige os primeiros episódios com seu estilo signature: visuais polidos, trilha sonora pop e transições rápidas. A fotografia de LA reluzente contrasta com os divórcios sujos, criando uma atmosfera aspiracional. No entanto, a direção prioriza espetáculo – close-ups dramáticos e monólogos teatrais – em detrimento de ritmo coeso. Episódios médios arrastam-se em subtramas irrelevantes, como romances periféricos, enquanto o final acelera reviravoltas previsíveis.

Baitz e Baken, veteranos de Feud, tentam infundir sátira ao patriarcado legal, mas o resultado é superficial. Sem o horror de Murphy ou a acidez de suas antologias, a série vira um procedural genérico. Críticos como Lucy Mangan, do Guardian, comparam a um “melodrama sem alma”, onde o glamour mascara a falta de inovação.

Pontos fortes e limitações evidentes

Os acertos incluem o elenco diversificado, que traz representatividade – Nash e Taylor destacam vozes negras e queer em um gênero dominado por brancos. Cenas de tribunal, quando afiadas, oferecem catarse, e a produção Hulu é impecável, com figurinos de alta costura. O tema de divórcio como metáfora para empoderamento ressoa, especialmente pós-pandemia.

Limitações dominam: roteiro repetitivo, com diálogos ecoando “justiça para mulheres” sem explorar interseccionalidade. O pacing irregular – lento no meio, apressado no fim – frustra. Como aponta o The Wrap, Kardashian’s inexperiência dramática expõe as rachaduras, tornando Allura mais ícone do que personagem. Orçamento alto não compensa a falta de ousadia.

Vale a pena assistir Tudo é Justo?

Tudo é Justo atrai fãs de Kardashian ou Murphy pela curiosidade, mas decepciona quem busca drama jurídico robusto. Com 3/5 estrelas, é assistível para uma maratona casual, especialmente pelos monólogos de Watts. No Disney+, compete com The Dropout, mais substancial. Se você curte empoderamento leve, dê uma chance aos primeiros episódios. Para narrativas afiadas, pule – há opções melhores no catálogo.

Tudo é Justo tenta reinventar o legal drama com estrelas e sátira, mas cai em superficialidade. Kardashian mostra potencial, apoiada por Watts e Nash, mas o roteiro de Murphy prioriza brilho sobre profundidade. Em 2025, é uma distração glamorosa, não um marco. Para quem busca inspiração feminina, oferece vislumbres. Caso contrário, invista tempo em clássicos do gênero – a verdadeira justiça está na qualidade.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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