O cinema natalino tem um encanto único, especialmente nas produções leves que aquecem o coração durante as festas. O Brilho do Natal, lançado em 2019 e disponível na HBO Max desde 2021, é um drama romântico de 1h30min dirigido por Rhonda Freeman-Baraka. Com roteiro de Barbara Kymlicka, o filme reúne Kim Fields, Adrian Holmes e Parveen Dosanjh em uma história sobre família, amor e o espírito do Natal. Inspirado em eventos reais, ele promete nostalgia e emoção. Mas entrega o que anuncia? Nesta crítica, dissecamos os acertos e tropeços para você decidir se vale o play.
Uma trama previsível com toques de nostalgia
Emma Sanders, interpretada por Kim Fields, é uma publicitária bem-sucedida em Nova York. Ela retorna à cidade natal, Pinewood, para o Natal após a morte do pai. Lá, descobre que a fábrica de luzes natalinas da família, coração da comunidade local, enfrenta falência. Para salvá-la, Emma se une a Ben Campbell, seu ex-namorado e novo gerente da empresa, interpretado por Adrian Holmes.
A narrativa segue o molde clássico dos filmes de Natal: romance reacendido, desafios empresariais e redenção familiar. Elementos como o segredo póstumo do pai e a união da cidade adicionam camadas. No entanto, a trama avança de forma linear, sem surpresas. O ritmo inicial é lento, com diálogos expositivos que explicam o passado em vez de mostrá-lo. O clímax, centrado em um evento comunitário, resolve tudo de forma apressada, sem tensão real. Para fãs de histórias reconfortantes, isso funciona. Para quem busca inovação, parece mais uma receita repetida de Hallmark ou Lifetime.
Elenco carismático, mas com limitações
Kim Fields, conhecida por The Facts of Life, é o brilho do filme. Como Emma, ela irradia energia e vulnerabilidade, equilibrando ambição profissional com laços afetivos. Sua performance carrega cenas emocionais, como o reencontro com o pai falecido via memórias, e injeta humor natural. Fields também produz o filme, o que explica sua presença central e o tom afetuoso.
Adrian Holmes, como Ben, oferece solidez. Seu personagem é o arquétipo do amor perdido: charmoso, mas conflituoso. A química entre os dois é genuína, com olhares e toques que constroem o romance sem forçar. Parveen Dosanjh, como a mãe de Emma, adiciona calor maternal, enquanto cameos de atrizes de The Facts of Life, como Lisa Whelchel, trazem nostalgia deliciosa. Esses retornos curtos, com referências sutis à série original, são um deleite para fãs dos anos 80.
Ainda assim, o elenco de apoio decepciona. Alguns personagens secundários, como amigos da cidade, parecem estereotipados e subdesenvolvidos. Holmes, em particular, luta para transmitir profundidade além do romance, resultando em interações que soam superficiais. O conjunto é competente, mas não eleva o material além do mediano.
Direção funcional em uma produção modesta
Rhonda Freeman-Baraka dirige com eficiência, priorizando o aconchego sobre o espetáculo. A fotografia captura o encanto invernal de Pinewood, com luzes piscantes e neve fofa que evocam o Natal idealizado. Cenas na fábrica, com enfeites coloridos e máquinas antigas, criam uma atmosfera festiva palpável. O roteiro de Barbara Kymlicka foca em diálogos simples, cheios de lições sobre priorizar família sobre carreira.
A produção, típica de Lifetime, é modesta. O orçamento baixo se nota em locações genéricas e efeitos visuais mínimos, mas isso não atrapalha o tom íntimo. A trilha sonora natalina reforça o clima, com canções clássicas que pontuam momentos chave. Freeman-Baraka acerta ao equilibrar comédia leve e drama, evitando excessos sentimentais. No entanto, a direção peca na edição: transições abruptas e um terceiro ato corrido diluem o impacto emocional. É um filme que cumpre o dever de aquecer, mas sem ousadias visuais ou narrativas.
Vale a pena assistir a O Brilho do Natal?
- Nota: 6,5/10
Para quem busca um filme de Natal despretensioso, sim. Dura apenas 90 minutos, perfeito para uma noite chuvosa com chocolate quente. A performance de Kim Fields e os toques nostálgicos elevam o todo, tornando-o cativante para fãs de comédias românticas leves. Ele captura o essência das festas: união, perdão e luzes brilhantes. No entanto, se você prefere tramas complexas ou reviravoltas, pode achar monótono. A falta de conflito real e o final tidy frustram expectativas de drama mais profundo.
O Brilho do Natal é um filme acolhedor que ilumina o coração com simplicidade. Kim Fields brilha como Emma, guiando uma história de amor e legado familiar. Apesar de clichês e ritmo irregular, ele entrega o que promete: um Natal quentinho e nostálgico. Em meio a blockbusters, é um respiro leve. Se o seu dezembro precisa de doçura sem complicações, aperte o play. Caso contrário, opte por algo mais audacioso no catálogo.
Por fim, vale destacar que o filme está disponível na HBO Max.
Siga o Séries Por Elas no Google News e veja todas as nossas notícias!




