Mente Criminosa (2016), dirigido por Ariel Vromen, é um thriller de ação que mistura ficção científica com espionagem. O roteiro de Douglas Cook e David Weisberg apresenta uma premissa ousada: memórias de um agente da CIA morto são implantadas no cérebro de um criminoso sociopata. Com Kevin Costner no papel principal, ao lado de Gary Oldman e Tommy Lee Jones, o filme tenta reviver o estilo de ação dos anos 90. Mas será que entrega? Abaixo, analiso aqui o enredo, o elenco e a produção para ajudar você a decidir se vale o tempo na tela.
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Premissa inovadora, mas cheia de furos
O filme segue Bill Pope (Ryan Reynolds), um agente da CIA que persegue o hacker “O Holandês” (Michael Pitt), capaz de lançar mísseis nucleares. Após a morte de Pope, o agente Quincy (Gary Oldman) implanta suas memórias no cérebro de Jericho Stewart (Kevin Costner), um presidiário violento sem empatia devido a um trauma infantil. Jericho acorda confuso, lidando com flashes de uma vida que não é sua, enquanto tenta completar a missão antes que os vilões estrangeiros interfiram.
A ideia é inspirada em Flowers for Algernon, com toques de O Silêncio dos Inocentes. Jericho ganha habilidades de espião, mas luta com emoções novas, como amor pela família de Pope. Isso cria dilemas morais interessantes. No entanto, o roteiro ignora inconsistências científicas. Por que implanta em um criminoso instável? O ritmo arrasta no início, com cenas repetitivas de confusão mental. As reviravoltas finais parecem forçadas, sem lógica.
Kevin Costner carrega o peso do papel
Kevin Costner entrega sua melhor performance em anos como Jericho. Ele transforma um sociopata bruto em um homem atormentado, misturando fúria animal com momentos de vulnerabilidade. Seus grunhidos e olhares perdidos capturam o conflito interno, elevando o material fraco. É um papel físico e emocional, lembrando Um Mundo Perfeito.
Gary Oldman, como o cientista excêntrico, adiciona intensidade, mas seu personagem é subdesenvolvido. Tommy Lee Jones brilha brevemente como o superior de Pope, trazendo autoridade natural. Ryan Reynolds tem apenas minutos iniciais, desperdiçando seu carisma. Gal Gadot, como a viúva de Pope, tenta injetar emoção, mas o roteiro a reduz a estereótipo. O elenco estelar é um atrativo, mas muitos atores talentosos parecem perdidos em papéis genéricos.
Direção eficiente, mas sem alma
Ariel Vromen dirige com energia, usando locações europeias para um visual dinâmico. Cenas de ação, como perseguições em Londres, são bem coreografadas, com tiroteios intensos e lutas corpo a corpo. A fotografia de James Whitaker captura a transição de Jericho, do caos prisional à sofisticação espiã. A trilha sonora de Mark Isham reforça a tensão, com batidas eletrônicas para os momentos de memória.
Porém, Vromen não equilibra os tons. O filme oscila entre drama psicológico e ação exagerada, sem profundidade. Diálogos soam datados, como traduções ruins de thrillers Besson. O final, com um “felizes para sempre” forçado, trai o potencial sombrio, como notado em resenhas da Variety. É competente, mas genérico, sem o brilho de O Bourne Identity.
Pontos fortes em meio aos tropeços
O maior acerto é Costner, que humaniza Jericho e torna a jornada assistível. As sequências de ação entregam adrenalina, especialmente o clímax em Amsterdã. O tema da empatia forçada levanta questões éticas breves, como o custo de alterar mentes. Para fãs de ação sci-fi, há entretenimento puro, com violência gráfica que justifica o rating R.
As fraquezas dominam. O pacing lento no meio cansa, e subtramas, como a família de Pope, são resolvidas superficialmente. Orçamento de US$ 31 milhões resulta em efeitos visuais medianos, e o humor slapstick destoa do tom sombrio. No Metacritic, 28/100 confirma: é subestimado por alguns, mas majoritariamente esquecível.
Vale a pena assistir Mente Criminosa?
Mente Criminosa divide opiniões. Se você curte Kevin Costner em papéis intensos ou thrillers de ação sem pretensões, vale uma sessão noturna. A performance dele e as cenas de luta compensam os furos. No entanto, para quem busca inteligência ou originalidade, pule. É melhor que Self/less, mas longe de clássicos. Com bilheteria de US$ 38 milhões, foi um fracasso comercial, mas ganhou culto online por sua bobagem divertida.
Assista se quiser nostalgia dos anos 90, mas prepare-se para risadas involuntárias. No streaming, é uma opção barata para maratonas de ação. Não redefine o gênero, mas diverte quem baixa as expectativas.
Mente Criminosa é um thriller ambicioso que tropeça em seu roteiro previsível e tom inconsistente. Costner salva o dia com uma atuação comprometida, apoiado por Oldman e Jones, mas Vromen não transforma a premissa em algo memorável. Com violência estilizada e dilemas éticos superficiais, é entretenimento passageiro. Para fãs de ação sci-fi, é uma curiosidade. Caso contrário, opte por Bourne ou Inception. Vale? Depende do seu humor para bobagens hollywoodianas.
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