Crítica de Manga | Vale a Pena Assistir o Filme?

Manga, o novo romance dinamarquês lançado na Netflix em 7 de novembro de 2025, mistura comédia, drama e toques românticos em uma trama leve e ensolarada. Dirigido por Mehdi Avaz e roteirizado por Milad Schwartz Avaz, o filme de 1h36min segue Lærke, uma gerente hoteleira ambiciosa, em uma missão na Espanha que vira lição de vida. Com Josephine Park e Dar Salim no centro, a produção cativa pelo visual, mas tropeça na previsibilidade. Nesta análise, destrinchamos os acertos e falhas para ver se vale o play.

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Uma trama doce, mas previsível

Lærke (Josephine Park) é uma arquiteta corporativa obcecada por promoções. Enviada a Málaga para transformar a fazenda de mangas de Alex (Dar Salim) em resort de luxo, ela leva a filha adolescente, Freja (Josephine Højbjerg), que sonha com férias relaxadas. O choque cultural entre o mundo acelerado de Lærke e a vida simples de Alex, um viúvo dedicado à terra, gera faíscas – tanto de conflito quanto de atração.

A narrativa avança com tropeços clássicos: mal-entendidos, momentos cômicos na colheita de frutas e revelações pessoais. O roteiro explora temas como equilíbrio entre carreira e família, e o valor da simplicidade. No entanto, o arco é linear demais, com reviravoltas que ecoam comédias românticas genéricas. O final, embora reconfortante, resolve tudo rápido, deixando um gosto de déjà-vu, como notado em resenhas da Decider.

Elenco carismático em papéis familiares

Josephine Park brilha como Lærke, capturando a transição de workaholic estressada para mulher redescobrindo alegrias simples. Sua química com Dar Salim, que traz vulnerabilidade charmosa a Alex, sustenta o romance. Salim, conhecido por papéis intensos, aqui opta por leveza, evocando um Hugh Jackman mais introspectivo. Josephine Højbjerg, como Freja, adiciona frescor adolescente, com cenas de rebeldia que humanizam a dinâmica mãe-filha.

O elenco secundário, incluindo fazendeiros locais, enriquece o pano de fundo espanhol. Ainda assim, os personagens secundários servem mais como alívio cômico do que como camadas profundas. Park e Salim carregam o filme, mas o roteiro não aprofunda suas dores – o luto de Alex e a culpa de Lærke ficam na superfície, conforme análise do But Why Tho.

Direção visualmente cativante

Mehdi Avaz dirige com um olhar poético, transformando Málaga em paraíso dourado. A cinematografia de Jasper Spanning destaca pomares de mangas sob o sol, com takes aéreos que contrastam o verde exuberante com o cinza corporativo de Copenhague. O ritmo flui como uma brisa mediterrânea nos atos centrais, mas patina no início lento e no fechamento apressado.

A trilha sonora, com toques folclóricos espanhóis e pop dinamarquês, reforça o tom feel-good. Avaz, em sua segunda parceria com o irmão roteirista, injeta humor sutil, como cenas de colheita caóticas. Contudo, a direção peca na sutileza emocional, priorizando visuais sobre diálogos afiados, o que dilui o impacto dramático, segundo o Nordic Watchlist.

Pontos fortes e tropeços

Os visuais de Málaga são um banquete, com mangas como metáfora doce para amadurecimento. A química entre Park e Salim eleva cenas românticas, e o humor familiar diverte sem exageros. O filme promove mensagens positivas sobre pausas na correria da vida, ideal para quem busca escapismo.

Por outro lado, a previsibilidade frustra: você adivinha o beijo e a promoção negada logo no primeiro ato. O desenvolvimento de Freja é raso, servindo mais como catalisador do que personagem plena. Com 1h36min, poderia ser mais conciso, evitando fillers na fazenda, como criticado no Ready Steady Cut.

Vale a pena assistir?

Manga é uma opção leve para noites de Netflix, perfeita para quem ama romances europeus charmosos. Com atuações sólidas e cenários idílicos, entretém sem exigir muito. No entanto, se você busca originalidade ou profundidade, pode soar genérico – uma manga madura, mas sem o suco surpreendente.

Para fãs de comédias românticas como Sobre Amor e Conselhos, vale o tempo curto. Com nota 6/10 no Rotten Tomatoes inicial, é inofensiva e reconfortante, mas não essencial. Assista se precisar de um boost de otimismo pós-eleições de 2025.

Manga captura o encanto de um romance simples em um mundo complicado, com visuais que transportam e atuações que aquecem o coração. Mehdi Avaz entrega um filme bonito, mas preso a fórmulas conhecidas, que diverte mais do que transforma. Em um ano de blockbusters pesados, sua doçura é bem-vinda, provando que às vezes, uma história familiar basta. Se prioriza leveza e sol espanhol, aperte o play – senão, há frutas mais exóticas no catálogo.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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