Crítica de Luta por Justiça: Vale a Pena Assistir o Filme?

Luta por Justiça (2019), dirigido por Destin Daniel Cretton, é um biopic impactante baseado nas memórias de Bryan Stevenson. Michael B. Jordan interpreta o advogado idealista que chega ao Alabama para combater injustiças raciais no sistema prisional. Ao lado de Jamie Foxx como Walter McMillian, um homem negro condenado à morte por um crime que não cometeu, e Brie Larson como a ativista Eva Ansley, o filme expõe as falhas do judiciário americano. A produção mistura drama legal e crítica social. Disponível na HBO Max, Amazon Prime Video e Netflix, ou para alugar na Apple TV e YouTube, continua relevante em 2025. Mas será que vale o tempo? Analisamos enredo, atuações e legado.

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Premissa Baseada em Fatos Reais

O filme reconta a luta de Stevenson pela exoneração de McMillian, preso em 1987 apesar de álibis sólidos de 20 testemunhas. Ambientado no condado de Monroe, berço de O Sol é Para Todos, ele destaca o racismo enraizado que transforma prisões em extensões da escravidão. Cretton usa flashbacks para mostrar o julgamento fraudulento, baseado em testemunhos falsos, e a resistência local contra a defesa. A narrativa avança com investigações meticulosas, revelando corrupção policial e judicial. Sem spoilers, o foco está na persistência de Stevenson contra um sistema que valoriza mais vidas brancas.

A premissa cativa por sua urgência. Diferente de thrillers processuais hollywoodianos cheios de reviravoltas, aqui a tensão vem da realidade crua. O enredo equilibra o caso principal com subtramas, como o de Herbert Richardson, veterano do Vietnã com TEPT, executado apesar de culpa parcial. Isso amplia o escopo para críticas ao pena de morte e ao abandono de minorias. No entanto, o ritmo pode parecer didático, priorizando lições sobre emoção pura.

Elenco Estelar e Atuações Humanas

Michael B. Jordan brilha como Stevenson. Seu retrato de um homem calmo por fora, mas fervendo de raiva interna, transmite urgência genuína. Os olhos de Jordan revelam fúria contida, elevando o personagem além do herói infalível. Jamie Foxx, como McMillian, traz cinismo inteligente e vulnerabilidade, com sotaque sulista que ecoa sofrimento acumulado. Sua performance, digna de Oscar ignorado, humaniza o condenado sem vitimismo excessivo.

Brie Larson oferece suporte sólido como Ansley, a cofundadora da Equal Justice Initiative, lidando com burocracia e preconceito diário. O elenco coadjuvante impressiona: Tim Blake Nelson como o delator manipulado adiciona camadas morais, enquanto Rob Morgan rouba cenas como Richardson, com gestos sutis que transmitem culpa e demônios internos. O’Shea Jackson Jr. e Rafe Spall completam o time, retratando tanto aliados quanto antagonistas com nuance. As atuações evitam caricaturas, tornando vilões brancos menos cartunescos e mais produtos de um sistema falho.

Direção Sensível e Estilo Contido

Cretton, de Nasce uma Estrela e O Ódio que Você Semeia, dirige com moderação. Ele opta por um tom contido, evitando discursos inflamados em favor de contextualizações quietas. A fotografia captura o Alabama rural, contrastando campos idílicos com celas opressivas. Cenas de execuções são perturbadoras, mas necessárias, sem sensacionalismo. O roteiro, coescrito por Cretton e Andrew Lanham, equilibra fatos com empatia, humanizando todos os lados – até o promotor local, assustado ao questionar normas racistas.

O estilo é acessível, tornando questões complexas digeríveis. No entanto, a cautela pode frustrar: o filme suprime raiva negra para não alienar públicos brancos, resultando em protagonistas nobres demais e sofrimento clichê, como trilhas sonoras com “humming” simbólico. Comparado a Clemency, mais ousado, Luta por Justiça parece uma mensagem dos anos 50, previsível em batalhas judiciais.

Temas Atuais e Legado Social

O filme denuncia racismo sistêmico, desigualdades na pena de morte e o impacto da pobreza em julgamentos. Ele questiona: por que vidas negras valem menos? O legado de Stevenson, fundador da EJI, é central, educando sobre reformas reais. Em 2025, com debates sobre justiça restaurativa, a produção ressoa, expondo como preconceito persiste disfarçado de lei.

Críticos elogiam sua relevância: “Um grito de desespero contra racismo e corrupção”, no Metacritic. Mas peca em simplificar vilões brancos como caricaturas, ignorando complexidade sistêmica. Ainda assim, humaniza vítimas e defensores, fomentando empatia sem ódio cego. O final, baseado em justiça sobre vingança, inspira.

Vale a Pena Assistir?

Sim, para quem busca dramas inspiradores com base real. Nota média de 7.0 no IMDb reflete impacto emocional. Ideal para discussões sobre direitos humanos, mas evite se preferir narrativas ousadas – opte por 13ª Emenda para documentário cru. Em plataformas como Netflix, é acessível e educativo. Assista com amigos para debater; a revolta pós-créditos perdura. Para fãs de Jordan e Foxx, é essencial. Brie Larson adiciona equilíbrio. No geral, supera fórmulas de biopic, valendo o investimento em tempo e reflexão.

Luta por Justiça é um biopic poderoso que humaniza a luta contra injustiça racial. Com atuações excepcionais de Jordan e Foxx, direção sensível de Cretton e temas eternos, ele educa e emociona. Apesar de tom cauteloso e clichês, sua verdade factual e empatia o elevam. Em 2025, permanece urgente, um lembrete de que justiça exige persistência. Recomendado para corações abertos à mudança.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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