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Crítica de Doutor Sono: Vale a Pena Assistir o filme?

Doutor Sono (2019), dirigido e roteirizado por Mike Flanagan, é uma sequência ambiciosa de O Iluminado, o clássico de terror de Stanley Kubrick. Com Ewan McGregor no papel principal, o filme adapta o romance de Stephen King, explorando o legado sombrio de Danny Torrance. Ao lado de Kyliegh Curran e Rebecca Ferguson, a produção mistura horror sobrenatural, drama psicológico e redenção. Mas será que honra o original? Nesta crítica, analisamos a trama, o elenco e a direção para ajudar você a decidir se vale a pena assistir.

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Uma trama que expande o universo de O Iluminado

A história segue Dan Torrance (Ewan McGregor), agora adulto, lutando contra os fantasmas do Overlook Hotel e seu vício em álcool. Ele encontra Abra (Kyliegh Curran), uma garota com poderes “iluminados” mais fortes que os seus. Juntos, enfrentam Rose the Hat (Rebecca Ferguson), líder de um culto que devora o “brilho” de crianças dotadas. A narrativa alterna entre o presente e flashbacks, conectando-se ao livro de King, ignorando algumas mudanças de Kubrick.

O filme equilibra o terror com emoção, focando na jornada de Dan para superar traumas. Os poderes psíquicos criam cenas intensas, como visões aterrorizantes. No entanto, o ritmo inicial é lento, construindo personagens antes da ação. A volta ao Overlook no final é um destaque visual, mas divide fãs por sua fidelidade ao livro em vez do filme de 1980.

Elenco estelar com atuações marcantes

Ewan McGregor brilha como Dan, capturando a vulnerabilidade de um homem assombrado. Sua transição de criança traumatizada para mentor relutante é convincente. Kyliegh Curran, como Abra, rouba cenas com energia feroz, equilibrando inocência e força. Rebecca Ferguson é hipnótica como Rose, uma vilã carismática e cruel, que eleva o filme com sua presença magnética.

O elenco secundário, incluindo Cliff Curtis e Zahn McClarnon, adiciona profundidade ao culto. Alex Esso, reprisando o fantasma do pai de Dan, traz um toque nostálgico. As atuações são o coração da produção, tornando os personagens relacionáveis apesar do sobrenatural.

Direção habilidosa de Mike Flanagan

Mike Flanagan, mestre do terror psicológico em O Espelho e Meia-Noite em Massa, dirige com maestria. Ele usa iluminação sombria e som imersivo para criar tensão. A recriação do Overlook é precisa, com corredores labirínticos que evocam Kubrick. O roteiro de Flanagan adapta o livro com fidelidade, mas insere toques pessoais, como o foco em recuperação.

A trilha sonora de The Newton Brothers reforça o clima opressivo. Flanagan evita sustos baratos, priorizando horror emocional. Ainda assim, o filme sofre com uma duração longa, que testa a paciência em partes intermediárias.

Comparação com O Iluminado e o livro de King

Doutor Sono dialoga diretamente com O Iluminado de Kubrick, mas segue mais o romance de King, onde Danny sobrevive e cresce. Fãs de Kubrick podem estranhar as diferenças, como o destino de Wendy. Comparado ao original, o filme é menos minimalista e mais acessível, com mais ação.

Em relação ao livro, Flanagan preserva temas de legado e abuso, mas simplifica subtramas. Diferente de adaptações recentes como It: A Coisa, que priorizam espetáculo, Doutor Sono é introspectivo. Ele se destaca no terror moderno por sua maturidade, mas não atinge o status de clássico do antecessor.

Pontos fortes e limitações da produção

Os pontos fortes incluem visuais impressionantes e atuações sólidas. As cenas de “brilho” são criativas, com efeitos que misturam CGI e prático. O tema de redenção ressoa, especialmente na luta de Dan contra o alcoolismo. A produção da Warner Bros. é polida, com um orçamento que permite fidelidade ao material.

Limitações surgem no ritmo desigual e em alguns diálogos expositivos. O culto de Rose, embora ameaçador, carece de motivação profunda. Para um filme de 2h30, certas sequências se arrastam, e o final, apesar de catártico, pode parecer previsível.

Vale a pena assistir a Doutor Sono?

O filme Doutor Sono é essencial para fãs de Stephen King e terror psicológico. Ewan McGregor e Rebecca Ferguson entregam performances memoráveis, enquanto Mike Flanagan honra o legado de Kubrick com respeito. O filme oferece sustos, emoção e reflexão sobre trauma, ideal para uma maratona de Halloween.

Doutor Sono expande o universo de O Iluminado com inteligência e coração. Mike Flanagan cria um equilíbrio entre fidelidade ao livro e homenagem ao filme, apoiado por um elenco excepcional. Apesar de um ritmo irregular, o terror emocional e as visões assombradas o tornam uma adição valiosa ao gênero. Se você ama histórias de superação sobrenatural, Doutor Sono merece sua atenção. É um filme que assombra e inspira, provando que o brilho de King ainda ilumina o cinema.

Se você prefere ação rápida, o ritmo lento pode cansar. Mas para quem aprecia narrativas profundas, como Hereditário, vale cada minuto. Disponível na HBO Max e Netflix, é uma ponte perfeita entre o clássico e o moderno. Assista se busca um terror que vai além do medo.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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