Crítica de Despedida em Grande Estilo | Vale A Pena Assistir o Filme?

Despedida em Grande Estilo, lançado em 2017 e dirigido por Zach Braff, é um remake leve do clássico de 1979. Com Michael Caine, Morgan Freeman e Alan Arkin no centro da ação, o filme segue três aposentados que planejam um assalto a um banco para recuperar pensões perdidas. Disponível na Netflix ou para alugar em plataformas como Apple TV, Amazon Prime Video, Google Play Filmes, iTV e YouTube, esta comédia policial promete risos e coração. Mas entrega mais do que diversão passageira? Abaixo, analiso o filme com foco em sua relevância atual, misturando nostalgia e frescor.

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Premissa clássica com toques modernos

A história gira em torno de Joe (Michael Caine), Willie (Alan Arkin) e Albert (Morgan Freeman), velhos amigos de Nova Jersey. Ameaçados pela falência de suas pensões após a crise de 2008, eles decidem roubar o banco que financia sua estabilidade. Inspirado no original de Martin Brest, o roteiro de Theodore Melfi atualiza o enredo para criticar o sistema financeiro americano, com toques de humor sobre envelhecimento e lealdade.

O filme abre com cenas cotidianas: Joe lidando com a saúde da filha, Willie em um emprego humilhante e Albert flertando em uma loja de donuts. Essa construção cria empatia imediata, mas o ritmo inicial é lento, priorizando diálogos afiados sobre planejamento. O assalto, ponto alto, mistura tensão cômica com improvisos hilários, como disfarces improvisados e erros de iniciante. No entanto, o tom oscila entre sátira social e sentimentalismo, diluindo o impacto. Em 2025, com debates sobre aposentadoria em alta, a premissa ressoa, mas não aprofunda questões como desigualdade geracional.

Elenco estelar que salva o dia

Michael Caine, aos 84 anos na época, é o coração do filme como Joe, o líder determinado e charmoso. Sua presença britânica adiciona elegância ao caos, especialmente em cenas familiares que evocam vulnerabilidade. Morgan Freeman, como Albert, traz sabedoria serena, roubando cenas com observações irônicas sobre a vida. Alan Arkin, em seu último grande papel antes da morte em 2023, brilha como Willie, o rabugento com timing cômico impecável – seu monólogo sobre imigração é um destaque emocional.

O trio tem química invejável, construída em anos de colaborações como em O Discurso do Rei. Atrizes como Ann-Margret e Joey King oferecem suporte sólido, mas o elenco secundário, como o banqueiro interpretado por Peter Serafinowicz, é subutilizado. As atuações elevam um roteiro mediano, tornando o filme assistível. Críticos como Roger Ebert elogiaram essa dinâmica, chamando-a de “mais prazerosa do que o esperado”, enquanto o The Guardian viu manipulação forçada. Em resumo, os astros compensam falhas, criando momentos memoráveis.

Direção de Braff: Leveza com tropeços

Zach Braff, conhecido por Entre Facas e Segredos, adota um estilo visual limpo e colorido, filmado em locações reais de Nova Jersey para autenticidade. A cinematografia de óscar-nominado Dariusz Wolski capta a rotina suburbana com humor sutil, e a trilha de Rob Simonsen mistura jazz leve com tensão orquestral. Braff equilibra comédia física – como uma perseguição de carrinho de compras – com drama, mas falha em manter consistência.

O filme evita violência gráfica, focando em empolgação leve, o que o diferencia de heists como Onze Homens e um Segredo. No entanto, o pacing irregular arrasta o meio, com subtramas como o romance de Albert que parecem fillers. Comparado ao original de 1979, mais cru e cínico, esta versão é polida demais, perdendo mordacidade. Variety chamou de “concoção feel-good”, mas o Film Inquiry criticou o tropeço genérico. Braff acerta na nostalgia, mas não inova, resultando em entretenimento inofensivo.

Pontos fortes e limitações evidentes

Os trunfos incluem o trio principal, cuja camaradagem gera risos genuínos e lágrimas contidas. Cenas como o ensaio do roubo, com diálogos improvisados, capturam essência de amizade eterna. A crítica social, embora superficial, toca em pensões e saúde, ecoando preocupações reais. Sem gore, é acessível a famílias, com humor inclusivo.

Limitações pesam: roteiro previsível, com twists óbvios e final açucarado que trai o tom heist. Subtramas românticas distraem, e o humor, dependente de estereótipos etários, envelhece mal. O New York Times chamou de “romp agradável”, mas o IMDb users notaram desperdício de talento. Em 96 minutos, é conciso, mas carece de ousadia para elevar-se além do forgettable.

Vale a pena assistir em 2025?

Sim, para uma noite descontraída. Na Netflix, é binge fácil, ideal para fãs de Caine ou heists leves como Logan Lucky. Alugar em Apple TV ou Amazon custa pouco por diversão garantida pelo elenco. No entanto, evite se busca profundidade – opte por Ocean’s Eleven para sofisticação. Com 6 milhões de views na Netflix em 2024, mantém apelo nostálgico. Em tempos de estresse, sua mensagem de rebeldia tardia inspira, mas não revoluciona.

Despedida em Grande Estilo é um remake carinhoso que prioriza coração sobre ousadia. Com Caine, Freeman e Arkin brilhando, oferece risos e reflexão sobre lealdade e legado. Braff entrega leveza, mas tropeça em originalidade, resultando em entretenimento mediano. Vale para quem ama comédias geracionais, especialmente na Netflix. Em 2025, serve como lembrete: idade não limita aventuras. Uma despedida digna, se não grandiosa.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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