Depois da Terra (2013), dirigido por M. Night Shyamalan, é uma aventura sci-fi que une pai e filho em uma jornada de sobrevivência. Com Will Smith e Jaden Smith no centro, o filme explora um futuro onde a humanidade abandonou a Terra, agora hostil. Lançado há mais de uma década, ele ainda desperta debates sobre legado familiar e ambição cinematográfica. Disponível no Mercado Play e Amazon Prime Video, ou para aluguel na Apple TV, Google Play e YouTube, o longa mistura ação, drama e lições de vida. Mas será que resiste ao tempo? Nesta análise, dissecamos enredo, atuações e legado para decidir se vale o play.
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Premissa audaciosa em um mundo inóspito
A história se passa em 3000 d.C. A humanidade migrou para Nova Nova, deixando a Terra como um planeta selvagem, infestado por criaturas alienígenas chamadas Ursas. Cypher Raige (Will Smith), um lendário general da Frota Unida, e seu filho Kitai (Jaden Smith), um recruta ansioso por aprovação, sofrem um acidente de nave. Presos no antigo lar humano, Cypher, ferido, envia Kitai em uma missão perigosa: atravessar 100 quilômetros de floresta hostil para ativar um sinal de socorro.
Shyamalan, roteirista ao lado de Gary Whitta, constrói um universo visualmente rico, inspirado em ecossistemas mutados. Árvores que exalam toxinas, animais evoluídos e a ameaça invisível das Ursas criam tensão constante. O tema central – “o perigo é real, o medo é escolha” – ecoa em metáforas de superação pessoal. No entanto, a narrativa linear, sem twists shymalanescos marcantes, torna o filme previsível. A jornada de Kitai segue um arco clássico de herói, com testes físicos e emocionais que, embora inspiradores, carecem de surpresa.
Will e Jaden Smith: Química familiar ou nepotismo?
Will Smith interpreta Cypher com autoridade estoica, limitando-se a comandos via comunicador enquanto Kitai avança. Sua presença carismática segura o filme, mas o personagem fica preso à nave, reduzindo interações diretas. Jaden Smith, aos 14 anos, carrega o peso como Kitai, mostrando determinação em cenas de ação. Sua evolução de garoto inseguro para guerreiro é o coração emocional, com momentos de vulnerabilidade que tocam, como flashbacks de uma infância marcada por perdas.
O elenco de apoio é mínimo. Sophie Okonedo como Faia Raige, mãe de Kitai, aparece em vislumbres, adicionando calor familiar. Isabelle Fuhrman e Zoë Kravitz têm papéis breves, enquanto Kristofer Hivju e David Denman reforçam o tom militar. A química entre pai e filho é autêntica – afinal, é real –, mas críticos da época, como no Rotten Tomatoes (11% de aprovação), apontaram o “nepotismo” como fraqueza. Jaden entrega uma performance esforçada, mas imatura, com diálogos expositivos que soam forçados. Will, por sua vez, parece em piloto automático, longe do brilho de Eu, Robô.
Direção de Shyamalan: Visuais impressionantes, mas narrativa rígida
M. Night Shyamalan, pós-O Sexto Sentido, buscava reinventar-se com um sci-fi introspectivo. A direção prioriza longos takes de exploração, filmados em Costa Rica, que capturam a beleza alienígena da Terra. A fotografia de Keith Frazier e os efeitos visuais da Sony criam um planeta vivo, com criaturas CGI convincentes nas Ursas – predadores que caçam pelo medo humano. A trilha de James Newton Howard, minimalista e percussiva, amplifica a solidão.
Contudo, o estilo de Shyamalan revela falhas. Ausente o terror psicológico de seus melhores trabalhos, o filme vira um “video game” linear, com Kitai coletando “upgrades” como respiração em altitude ou camuflagem. O orçamento de US$ 130 milhões brilha na escala, mas o roteiro ignora dilemas éticos, focando em lições paternas clichês. Em 2025, com sci-fi como Duna, Depois da Terra parece datado, mais um capítulo no declínio de Shyamalan pré-Fragmentado.
Pontos fortes e tropeços na jornada
Os acertos incluem a imersão ecológica: a Terra como antagonista viva, com evoluções darwinianas que educam sobre adaptação. As cenas de ação, como Kitai escalando falésias ou fugindo de babuínos mutantes, são empolgantes e bem coreografadas. O tema do medo como fraqueza ressoa, especialmente para jovens, promovendo resiliência sem moralismo excessivo.
Os tropeços são evidentes: diálogos didáticos (“Sinta o perigo, não o tema”) soam artificiais, e o final, com reconciliação paternal, é abrupto. A ausência de antagonistas humanos ou Ursas mais ameaçadoras dilui o conflito. Com bilheteria de US$ 243 milhões, o filme recuperou custos, mas marcou o fim da fase “Smith familiar” no cinema.
Vale a pena assistir em 2025?
Depois da Terra atrai quem busca sci-fi acessível, com mensagens inspiradoras para famílias ou maratonas de Will Smith. Os visuais envelheceram bem, e a duração curta facilita o consumo. No entanto, para quem espera reviravoltas ou profundidade, decepciona – especialmente pós-Velozes e Furiosos ou Guardiões da Galáxia.
Em plataformas como Amazon Prime, é uma opção barata para nostalgia. Nota média no IMDb (4.8/10) reflete divisão: fãs dos Smith amam, críticos rejeitam. Se curte sobrevivência com toques espirituais, aperte play. Caso prefira narrativas complexas, opte por Ad Astra. É um filme falho, mas honesto em sua ambição paterna.
Depois da Terra é uma cápsula do cinema sci-fi dos anos 2010: ambicioso visualmente, mas narrativamente contido. Will e Jaden Smith entregam coração, Shyamalan inova na ecologia hostil, mas clichês e imaturidade limitam o impacto. Em 2025, serve como curiosidade para entender o “legado Smith”, mas não redefine o gênero. Para uma sessão reflexiva sobre medo e família, vale o tempo. Para ação inovadora, há opções melhores no streaming.
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