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Crítica de Paternidade: Vale a pena assistir ao filme?

Paternidade (2021), disponível na Netflix, é um drama familiar com toques de comédia, dirigido por Paul Weitz e estrelado por Kevin Hart. Baseado no livro de memórias Two Kisses for Maddy de Matt Logelin, o filme explora os desafios de um pai solo após uma tragédia pessoal. Com um elenco que inclui Alfre Woodard e Lil Rel Howery, a produção busca equilibrar emoção e humor. Mas será que entrega uma experiência marcante? Nesta crítica, analisamos a trama, o elenco, a direção e se Paternidade merece seu tempo.

Paternidade: Uma história emocional com potencial

Paternidade acompanha Matt (Kevin Hart), um homem que se torna pai solo após a morte inesperada de sua esposa, Liz (Deborah Ayorinde), logo após o nascimento de sua filha, Maddy. A narrativa segue sua jornada para criar Maddy, enfrentando dúvidas, pressões sociais e o luto. Com o apoio de amigos e da sogra (Alfre Woodard), Matt lida com os desafios da paternidade, desde trocar fraldas até navegar pela adolescência de Maddy.

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Imagem: Netflix

A premissa, inspirada em uma história real, é comovente e aborda temas universais como perda, resiliência e amor parental. O filme tenta misturar momentos leves com drama, mas, como apontado por críticas no Rotten Tomatoes, às vezes se apoia em clichês de comédias familiares, diluindo o impacto emocional. A história é previsível, mas sua autenticidade mantém o espectador engajado.

Kevin Hart em um papel surpreendente

Kevin Hart, conhecido por comédias como Jumanji, surpreende em um papel dramático. Como Matt, ele combina vulnerabilidade e humor, capturando a luta de um pai inexperiente. Sua performance, elogiada pelo The New York Times, mostra um lado mais contido, embora o roteiro o force a recorrer ao seu estilo cômico em momentos desnecessários. A química com Frankie Faison e Lil Rel Howery, que interpretam amigos de Matt, adiciona leveza à narrativa.

Alfre Woodard brilha como Marian, a sogra que oscila entre apoio e crítica, oferecendo um contraponto emocional. A jovem Melody Hurd, como Maddy, é encantadora, mas seu papel é limitado por diálogos simplistas, como notado pelo Roger Ebert. Apesar do elenco talentoso, os personagens secundários, como a avó paterna (Thedra Porter), poderiam ter mais profundidade.

Direção sólida, mas tom desigual

Paul Weitz, de About a Boy, dirige Paternidade com sensibilidade, focando na jornada emocional de Matt. A fotografia, com tons quentes, cria uma atmosfera acolhedora, refletindo o amor entre pai e filha. Cenas como Matt aprendendo a cuidar de Maddy bebê são bem executadas, com um equilíbrio entre humor e ternura. A trilha sonora, com canções suaves, complementa o clima emotivo.

No entanto, o tom oscila. O filme alterna entre comédia exagerada e drama pesado, o que pode confundir o espectador. Críticas do The Guardian destacam que a tentativa de agradar tanto fãs de comédia quanto de drama resulta em momentos desconexos, como piadas fora de lugar durante cenas de luto. A edição, embora fluida, acelera o final, resolvendo conflitos de forma abrupta.

Comparação com outros dramas familiares

Paternidade se encaixa no gênero de dramas familiares como The Pursuit of Happyness e Kramer vs. Kramer, mas é menos impactante. Enquanto The Pursuit explora pobreza e determinação com profundidade, Paternidade fica na superfície, especialmente ao abordar o luto. Comparado a Life as We Know It, outro filme sobre paternidade inesperada, Paternidade é mais emocional, mas menos coeso, segundo o Variety.

A autenticidade da história real diferencia Paternidade de comédias genéricas, mas a dependência de tropos, como o pai desajeitado que “aprende no caminho”, limita sua originalidade. A série This Is Us, com temas semelhantes, oferece mais complexidade emocional. Ainda assim, o filme ressoa com quem busca histórias de superação.

Pontos fortes e limitações

Paternidade brilha pela performance de Kevin Hart, que prova seu talento dramático, e pela história comovente baseada em fatos reais. A química entre Matt e Maddy é genuína, e momentos como a escolha de Matt por ficar com sua filha em vez de seguir a carreira são tocantes. A produção, apoiada pela Higher Ground Productions de Barack e Michelle Obama, tem um apelo universal.

Por outro lado, o filme sofre com um tom inconsistente e clichês narrativos. O luto de Matt é subexplorado, e as piadas, embora divertidas, às vezes quebram a emoção, como apontado pelo IndieWire. O final apressado e a falta de desenvolvimento dos coadjuvantes, como os avós, deixam lacunas. Apesar disso, a mensagem sobre resiliência é clara e inspiradora.

Vale a pena assistir a Paternidade?

Paternidade é uma escolha sólida para quem busca um drama familiar com toques de humor. A história de Matt, enfrentando a paternidade solo após uma perda, é comovente, e Kevin Hart entrega uma atuação surpreendente. A produção é ideal para uma sessão de fim de semana na Netflix, especialmente para pais ou fãs de histórias reais. No entanto, o tom desigual e a previsibilidade podem frustrar quem espera profundidade emocional.

Se você gosta de filmes como Big Daddy ou The Pursuit of Happyness, Paternidade oferece uma experiência semelhante, mas menos marcante. Para uma narrativa mais complexa, séries como This Is Us podem ser mais satisfatórias. Ainda assim, o filme é uma opção envolvente para quem busca emoção leve e inspiradora.

Paternidade é um drama familiar que mistura emoção e humor, apoiado pela atuação carismática de Kevin Hart e uma história real tocante. Apesar de sua autenticidade e momentos de ternura, o filme peca pelo tom inconsistente e pela falta de profundidade em alguns personagens. Dirigido por Paul Weitz, é uma adição sólida ao catálogo da Netflix, mas não um clássico.

Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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