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Crítica de Ladrões: Vale a pena assistir o filme?

Ladrões (2025), dirigido por Darren Aronofsky, é um thriller policial que mergulha no submundo de Nova York dos anos 90. Estrelado por Austin Butler, Zoë Kravitz e um elenco robusto, o filme adapta o romance homônimo de Charlie Huston, prometendo uma mistura de ação, comédia e suspense. Aronofsky, conhecido por obras intensas como Cisne Negro e Réquiem para um Sonho, surpreende com um tom mais leve e acessível. Mas será que o filme entrega? Nesta crítica, exploramos a trama, o elenco, a direção e se Ladrões vale seu tempo.

Uma trama vibrante, mas sem profundidade

Ladrões segue Hank Thompson (Austin Butler), um ex-jogador de beisebol que trabalha como barman em Manhattan. Após um acidente que acabou com sua carreira, Hank leva uma vida simples, apaixonado por sua namorada Yvonne (Zoë Kravitz) e pelo beisebol. Tudo muda quando ele aceita cuidar do gato de seu vizinho Russ (Matt Smith), um punk com segredos. O favor o joga no centro de uma caçada violenta por dinheiro roubado, envolvendo gângsteres russos, mafiosos hassídicos e policiais corruptos.

A premissa é eletrizante, com ecos de comédias policiais como Beijos e Tiros de Shane Black e Snatch de Guy Ritchie. O filme captura a energia crua de Nova York em 1998, um período de gentrificação e tensões sociais, conforme destacado pela Folha de S.Paulo. No entanto, a narrativa carece de profundidade. As reviravoltas são divertidas, mas previsíveis, e o filme evita explorar os traumas de Hank, algo que Aronofsky costuma dissecar, como notado pela IMDb. O resultado é uma aventura divertida, mas que não deixa marcas duradouras.

Elenco estelar com atuações marcantes

Austin Butler brilha como Hank, trazendo carisma e vulnerabilidade. Sua transformação de barman desleixado em anti-herói astuto é convincente, com um físico trabalhado para o papel, incluindo ganho de peso para refletir o alcoolismo de Hank, conforme revelado em entrevista à IMDb. Zoë Kravitz, como Yvonne, oferece uma presença magnética, com uma química explosiva com Butler. Matt Smith, como Russ, diverte com seu jeito excêntrico, enquanto Liev Schreiber e Vincent D’Onofrio entregam vilões caricatos, mas eficazes.

O elenco secundário, incluindo Regina King, Carol Kane e Bad Bunny, adiciona cores vibrantes ao filme. Kane, em particular, rouba cenas com seu humor peculiar, como apontado pela IMDb. No entanto, os personagens são “tipos” em vez de figuras complexas, uma escolha intencional de Aronofsky que reforça o tom leve, mas limita a conexão emocional.

Direção ousada com toques de Aronofsky

Aronofsky, conhecido por dramas psicológicos, surpreende com um filme mais comercial. Sua direção, apoiada pela fotografia de Matthew Libatique, captura uma Nova York vibrante e suja, com cores brilhantes contrastando com o caos. Cenas de ação, como perseguições de carro e tiroteios, são dinâmicas, com um plano de drone inspirado em Amor, Sublime Amor. A trilha sonora punk rock do Idles reforça a energia dos anos 90, conforme notado pela Folha.

Apesar do frescor, a direção não escapa de falhas. O humor, com momentos de comédia pastelão, às vezes destoa da violência gráfica, criando um tom irregular, como criticado pela IMDb. Aronofsky parece hesitar entre o caos cômico e sua tendência a narrativas sombrias, resultando em um filme que diverte, mas não inova.

Comparação com o gênero e contexto

Ladrões evoca thrillers policiais dos anos 90, como Depois de Horas de Scorsese e Jogo Duro dos irmãos Coen, mas com menos profundidade. Diferente de Uncut Gems, que mantém tensão constante, o filme de Aronofsky alterna entre comédia e noir, o que pode agradar ou frustrar, conforme apontado pela Sortiraparis. Comparado a Cisne Negro ou A Baleia, é o trabalho mais acessível do diretor, mas menos ambicioso.

O filme reflete a Nova York pré-11 de setembro, com referências à gentrificação e à cultura pop de 1998, como o caso de Bill Clinton, destacadas pela Folha. Essa nostalgia adiciona charme, mas a falta de uma temática mais profunda, como a obsessão em Pi, limita seu impacto.

Pontos fortes e limitações

Os pontos fortes de Ladrões incluem o elenco carismático, a direção estilizada e a recriação vibrante de Nova York. Butler e Kravitz formam uma dupla cativante, e as cenas de ação são bem executadas. A produção da Sony Pictures, com orçamento modesto, entrega um visual polido.

As limitações estão no roteiro previsível e na falta de profundidade emocional. A reviravolta final, embora divertida, não surpreende, e o filme não explora os temas de ganância e moralidade com a força esperada de Aronofsky. O tom oscilante entre comédia e violência pode alienar quem busca coerência.

Vale a pena assistir a Ladrões?

Ladrões é um thriller policial divertido, com atuações memoráveis e um visual cativante. Austin Butler prova seu talento como protagonista, e Aronofsky entrega um filme acessível, mas menos marcante que seus trabalhos anteriores. Com 84% no Rotten Tomatoes e 69/100 no Metacritic, a recepção é positiva, mas não entusiástica. Fãs de Snatch ou Dois Caras Legais vão gostar da energia, mas quem espera a intensidade de Cisne Negro pode se decepcionar.

Para uma sessão descompromissada, o filme é uma boa pedida, especialmente pela química de Butler e Kravitz e pela nostalgia dos anos 90. Disponível nos cinemas desde 28 de agosto de 2025, e provavelmente em streaming em breve, é ideal para quem busca ação com humor. Para algo mais profundo, outros títulos de Aronofsky são melhores escolhas.

Ladrões marca uma virada ousada na carreira de Darren Aronofsky, trocando dramas psicológicos por um thriller cômico. Austin Butler e Zoë Kravitz brilham, e a Nova York dos anos 90 é um cenário vibrante. Apesar de divertido, o filme peca pela falta de profundidade e tom irregular. Se você busca um entretenimento leve com ação e risadas, vale a pena assistir. Para fãs do Aronofsky introspectivo, a experiência pode ser apenas boa, não inesquecível.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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