Baramulla, lançado na Netflix, mergulha no coração gelado do Vale do Caxemira. Dirigido por Aditya Suhas Jambhale e roteirizado por ele e Aditya Dhar, o filme de 1h52min mistura suspense, terror sobrenatural e drama familiar. Manav Kaul lidera o elenco como o investigador DSP Ridwaan Shafi Sayyed, ao lado de Bhasha Sumbli, Arista Mehta e Rohaan Singh. Ambientado em 2016, durante tensões militantes, a trama explora o desaparecimento de crianças e assombrações que borram o real e o fantasmagórico. Com visuais hipnóticos e temas sensíveis, Baramulla promete um olhar único sobre traumas regionais. Mas entrega arrepios ou apenas calafrios superficiais? Nesta crítica, dissecamos a obra para você decidir se vale o play.
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Uma Premissa Intrigante em Terras Geladas
A história começa com Ridwaan, um capitão de polícia transferido para Baramulla, uma cidade nevada e isolada. Sua primeira missão: desvendar o sumiço de meninos locais, em meio a rumores de sequestros por militantes ou algo mais sombrio. Ele se instala em uma casa velha e rangente com a esposa Gulnaar e os filhos Noorie e Ayaan. Logo, eventos estranhos invadem o lar – flores brancas misteriosas, sons noturnos e visões que ecoam o passado traumático de Ridwaan.
O filme tece fios de investigação policial com horror psicológico. O tulip branco surge como símbolo recorrente, evocando medo e memória. Ambientado contra o êxodo de pandits cachemires em 1996 e a instabilidade de 2016, Baramulla humaniza o conflito no Caxemira, longe dos clichês bollywoodianos. A premissa cativa ao equilibrar o terreno – pedras atiradas, checkpoints – com o etéreo, como névoa escura e olhos luminosos. No entanto, a fusão de elementos reais e sobrenaturais cria confusão inicial, exigindo paciência do espectador.
Elenco e Performances Marcantes
Manav Kaul é o pilar da narrativa. Como Ridwaan, atormentado por TEPT de um incidente passado, ele transmite vulnerabilidade crua e determinação estoica. Seus silêncios falam mais que diálogos, capturando o peso de um homem rachado pela perda e pelo dever. Bhasha Sumbli, como Gulnaar, traz intensidade maternal, navegando entre apoio e frustração familiar. Os jovens Arista Mehta e Rohaan Singh impressionam com naturalidade, especialmente em cenas de inocência ameaçada.
O elenco secundário, incluindo Ashwini Koul como o suspeito Khalid, adiciona camadas de ambiguidade cultural. Kaul eleva o material, mas outros personagens, como aliados de Ridwaan, ficam subdesenvolvidos, servindo mais como engrenagens do plot do que figuras tridimensionais. A ausência de estrelas maiores reflete o foco indie, mas reforça a dependência em Kaul para sustentar o ritmo emocional.
Direção e Atmosfera Cativante
Aditya Suhas Jambhale dirige com confiança, alternando tons de mistério policial a terror atmosférico. A cinematografia de Arnold Fernandes transforma Baramulla em personagem principal: neve implacável, canais congelados e casas decrépitas criam um claustrofobia gelada. Sem jumpscares baratos, o horror constrói-se em sugestões – uma trilha sonora inquietante do duo Shor Police, com batidas minimalistas que ecoam como sussurros ancestrais.
O roteiro, coescrito por Aditya Dhar, inova ao mesclar gêneros: vingança familiar vira thriller social, com toques de The Haunting of Hill House. A casa da família, com rachaduras simbólicas, reflete traumas coletivos do Caxemira. Ainda assim, a direção vacila no equilíbrio: o primeiro ato é tenso e imersivo, mas o clímax apressa revelações, sobrecarregando com infos demais.
Pontos Fortes e Fracos
Baramulla brilha na autenticidade regional. Diferente de romances idealizados, mostra o Caxemira cru: luto pandit, militância e pedras como protesto silencioso. O terror psicológico aprofunda o tema do trauma como assombração real, mais assustador que fantasmas. Visuais e som criam uma tapeçaria sensorial, com tulips brancos como MacGuffin poético que une terror e memória.
Fraquezas surgem na execução. O plot, simples no cerne, torna-se previsível após o twist médio, com reviravoltas que não surpreendem. Personagens secundários evaporam pós-revelação, e o final joga seguro, diluindo o impacto. Com 112 minutos, o filme arrasta em cenas reflexivas, mas corre no desfecho, deixando furos emocionais. Apesar do orçamento modesto, a produção Netflix polida eleva, mas não compensa o roteiro irregular.
Vale a Pena Assistir?
Baramulla divide opiniões. Com 3/5 médio em agregadores como Rotten Tomatoes, atrai quem busca terror reflexivo. Kaul e a atmosfera gelada justificam o tempo para fãs de suspense psicológico ou histórias cachemires autênticas. É streamable para noites chuvosas, demandando paciência para recompensas sutis.
Evite se prefere ação frenética ou plots lineares – o ritmo lento e final apressado frustram. Para uma estreia Netflix pós-RRR, é sólida, mas não revolucionária. Assista se curte explorações culturais com arrepios; pule por entretenimento puro.
Baramulla é um mosaico gelado de perda e assombração, com Manav Kaul ancorando uma visão ousada do Caxemira assombrado. Pontos altos na atmosfera e sensibilidade superam tropeços no ritmo e previsibilidade. Jambhale e Dhar ousam misturar gêneros, oferecendo um terror que cutuca feridas reais. Em 2025, destaca-se como joia indie indiana na Netflix, perfeita para quem valoriza profundidade sobre sustos baratos. Vale o play? Sim, para mentes curiosas sobre sombras humanas. Uma sessão que ecoa, como os tulips brancos na neve.
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