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Crítica de A Lenda de Tarzan: Vale a Pena Assistir ao Filme?

A Lenda de Tarzan (2016), dirigido por David Yates, tenta reacender o clássico herói de Edgar Rice Burroughs para uma nova geração. Com Alexander Skarsgård no papel principal, ao lado de Margot Robbie, Samuel L. Jackson e Christoph Waltz, o filme mistura ação, aventura e um toque de revisionismo histórico. Ambientado no final do século XIX, ele apresenta Tarzan como um homem dividido entre a civilização e a selva. Mas será que esta adaptação entrega algo memorável? Nesta crítica, exploramos a trama, o elenco, a direção e se o filme merece seu tempo.

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Uma trama ambiciosa com toques modernos

A Lenda de Tarzan começa com John Clayton III, o Lorde Greystoke (Alexander Skarsgård), vivendo em Londres com sua esposa Jane (Margot Robbie). Após anos afastado da selva, ele retorna ao Congo a convite do governo britânico, acompanhado por George Washington Williams (Samuel L. Jackson), um americano investigando abusos coloniais. Lá, descobre que foi atraído por uma armadilha do vilão Leon Rom (Christoph Waltz), que planeja entregar Tarzan a um chefe tribal em troca de diamantes.

A história tenta equilibrar ação clássica com comentários sobre colonialismo e escravidão, inspirando-se em eventos históricos como a exploração do Congo por Leopoldo II da Bélgica. Embora a abordagem seja louvável, o roteiro, escrito por Adam Cozad e Craig Brewer, é irregular. A narrativa alterna entre flashbacks da origem de Tarzan e a trama principal, mas carece de profundidade emocional, como apontado por críticos no Rotten Tomatoes. As cenas de ação são empolgantes, mas o enredo previsível e os diálogos fracos limitam o impacto.

Elenco estelar com química variável

Alexander Skarsgård impressiona como Tarzan, trazendo fisicalidade e vulnerabilidade ao papel. Sua transformação de aristocrata para homem da selva é convincente, especialmente nas cenas de ação, onde exibe força bruta. Margot Robbie, como Jane, é carismática, mas sua personagem é reduzida a uma donzela em perigo, um retrocesso em relação às versões mais independentes do livro, conforme notado pelo The Guardian. A química entre Skarsgård e Robbie é sólida, mas não inesquecível.

Samuel L. Jackson rouba cenas como Williams, injetando humor e energia, embora seu papel às vezes pareça desconexo da trama principal. Christoph Waltz entrega um vilão caricato, mas eficaz, com seu charme ameaçador característico. Apoiadores como Djimon Hounsou, como o chefe Mbonga, são subutilizados, com arcos que não exploram todo o potencial, segundo o Variety. O elenco é um ponto forte, mas o roteiro não dá espaço para todos brilharem.

Direção visualmente impressionante, mas narrativa irregular

David Yates, conhecido por Harry Potter e Animais Fantásticos, traz um estilo visual grandioso. As cenas na selva, filmadas em locações e com CGI, são deslumbrantes, capturando a vastidão da África. Sequências de ação, como Tarzan pulando entre cipós ou lutando contra gorilas, são coreografadas com energia, destacadas pela fotografia de Henry Braham. A trilha sonora de Rupert Gregson-Williams reforça o tom épico, mas não é memorável.

No entanto, Yates luta para equilibrar o tom. A tentativa de misturar aventura leve com crítica ao colonialismo resulta em uma narrativa desconexa. Flashbacks, embora úteis para contextualizar a origem de Tarzan, interrompem o ritmo, como criticado pelo Empire. O filme quer ser moderno, mas cai em tropos de “salvador branco”, o que enfraquece sua mensagem progressista.

Comparação com outras adaptações de Tarzan

O Tarzan de Burroughs já inspirou dezenas de adaptações, de clássicos dos anos 30 com Johnny Weissmuller a animações como a da Disney (1999). A Lenda de Tarzan tenta se diferenciar ao abordar o colonialismo, mas não vai tão fundo quanto Tarzan, O Rei da Selva (1984), que explorava temas semelhantes com mais ousadia. Comparado à animação da Disney, este filme é menos familiar, mas mais ambicioso em sua crítica social.

No contexto de 2016, A Lenda de Tarzan compete com blockbusters como Mogli: O Menino Lobo, que também revisita a selva com CGI impressionante. Enquanto Mogli equilibra ação e emoção, Tarzan foca demais nas sequências de aventura, sacrificando o desenvolvimento dos personagens. Ainda assim, sua tentativa de modernizar a história o torna relevante para fãs do mito.

Pontos fortes e limitações

Os pontos fortes de A Lenda de Tarzan incluem sua produção visual, com cenários exuberantes e sequências de ação bem executadas. Skarsgård e Jackson entregam atuações carismáticas, e a crítica ao colonialismo adiciona uma camada de relevância. No entanto, o roteiro previsível e os clichês do gênero, como o vilão estereotipado e a donzela em apuros, são fraquezas notáveis. A falta de profundidade emocional e o ritmo irregular, especialmente nos flashbacks, também pesam contra o filme, conforme apontado pelo Screen Daily.

Vale a pena assistir a A Lenda de Tarzan?

A Lenda de Tarzan é uma aventura visualmente impressionante que tenta modernizar um clássico, mas não alcança todo o seu potencial. Skarsgård e o elenco entregam atuações sólidas, e as cenas na selva são empolgantes, mas o roteiro fraco e o tom inconsistente limitam o impacto. Para fãs de ação e aventura, o filme oferece entretenimento despretensioso, ideal para uma sessão de fim de semana. No entanto, se você busca uma narrativa profunda ou uma reinvenção ousada, pode se decepcionar.

Comparado a outros blockbusters de 2016, A Lenda de Tarzan é mediano, mas sua abordagem histórica e visual o torna uma curiosidade. Se você gosta de Mogli ou clássicos de Tarzan, vale a pena dar uma chance, mas não espere um marco do gênero.

A Lenda de Tarzan é uma tentativa ambiciosa de revitalizar um ícone literário, com visuais impressionantes e um elenco talentoso. A direção de David Yates e a crítica ao colonialismo são pontos altos, mas o roteiro previsível e a falta de profundidade emocional impedem que o filme brilhe. Para quem busca ação leve e uma pitada de história, é uma escolha divertida. Para uma experiência mais marcante, outros filmes de aventura oferecem mais impacto. A Lenda de Tarzan diverte, mas não deixa saudades.

Magdalena Schneider
Magdalena Schneider
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