A série As Mortas, dirigida por Luis Estrada e lançada na Netflix em 10 de setembro de 2025, é uma adaptação ambiciosa da novela homônima de Jorge Ibargüengoitia. Inspirada no caso real das “Poquianchis”, assassinas em série mexicanas que atuaram entre 1945 e 1964, a produção combina sátira, humor negro e drama para retratar a ascensão e queda das irmãs Arcángela e Serafina Baladro, interpretadas por Arcelia Ramírez e Paulina Gaitán. Com um elenco que inclui Alfonso Herrera como Simón Corona e Joaquín Cosío como Capitán Bedoya, a série de seis episódios conquistou o público com sua narrativa envolvente e crítica social. Neste artigo, explicamos o final de As Mortas, revelando o destino das irmãs Baladro e o significado por trás do desfecho. Aviso: contém spoilers!
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Contexto da trama de As Mortas
Ambientada no México dos anos 50 e 60, As Mortas acompanha as irmãs Arcángela e Serafina Baladro, que transformam uma rede de bordéis em um império criminoso. Protegidas por políticos, militares e homens poderosos, elas constroem sua fortuna explorando mulheres em seus estabelecimentos. A série, filmada em locações como Veracruz, San Luis Potosí e Guanajuato, destaca a corrupção e a violência sistêmica da época, usando o tom satírico de Ibargüengoitia para criticar a sociedade mexicana.
Simón Corona (Alfonso Herrera), um personagem que oscila entre torpeza e carisma, é uma peça central na trama. Ele se envolve com as irmãs, contribuindo para o caos que leva à sua queda. A série, descrita por Estrada como “seis filmes interconectados”, explora diferentes gêneros cinematográficos em cada episódio, criando uma narrativa rica e multifacetada.
A ascensão das irmãs Baladro
Arcángela e Serafina começam como empresárias de bordéis, aproveitando a demanda de uma sociedade patriarcal. Elas manipulam, exploram e, eventualmente, assassinam mulheres que trabalham para elas, escondendo seus crimes com a ajuda de aliados poderosos, incluindo o Capitán Bedoya (Joaquín Cosío). A série mostra como as irmãs constroem um império com base na violência e na corrupção, mas também revela suas personalidades complexas. Arcángela, interpretada por Arcelia Ramírez, é a mente estratégica, enquanto Serafina, vivida por Paulina Gaitán, é impulsiva e emocional.
A trama destaca a cumplicidade de instituições como o exército e a polícia, que protegem as irmãs em troca de favores. No entanto, a ganância e os erros, especialmente os de Simón, começam a expor suas operações. A imprensa sensacionalista, como o jornal Alarma!, amplifica o caso, transformando as “Poquianchis” em figuras infames.
O colapso do império
Nos episódios finais, a rede criminosa das irmãs começa a desmoronar. Simón Corona, cuja irresponsabilidade é descrita por Alfonso Herrera como um “veículo para o acabose”, comete erros que chamam a atenção das autoridades. Uma investigação policial, liderada por figuras que antes eram aliadas, ganha força. A cobertura da mídia, sensacionalista e distorcida, pressiona as irmãs, enquanto testemunhas começam a revelar os horrores de seus bordéis, incluindo assassinatos e tráfico humano.
Arcángela tenta manter o controle, mas Serafina, mais instável, entra em conflito com a irmã. A tensão entre elas culmina em uma traição: Serafina, desesperada para salvar a si mesma, entrega informações às autoridades, expondo Arcángela. No entanto, ambas são capturadas, como sugerido no trailer final: “Todos conhecem o destino das Poquianchis”. A prisão marca o fim de seu império, mas a série não se limita a um desfecho simplista.
O final explicado: Quem paga o preço?
No último episódio, as irmãs Baladro enfrentam as consequências de seus atos. Arcángela e Serafina são julgadas e condenadas por múltiplos assassinatos. A série mantém o tom satírico ao mostrar como a sociedade, que antes as apoiava, agora as demoniza. Simón Corona, apesar de sua culpa, escapa de uma punição severa devido à sua habilidade de manipular situações, refletindo a impunidade de certos homens na sociedade mexicana da época.
O destino das irmãs é selado na prisão, onde Arcángela assume a maior parte da culpa, protegendo Serafina de uma pena mais pesada. A série sugere que Arcángela morre na cadeia, enquanto Serafina, embora condenada, sobrevive por mais tempo, mas sem recuperar sua antiga glória. O desfecho reforça a ideia de que o sistema, embora corrupto, eventualmente se volta contra aqueles que o desafiam abertamente.
Não há cenas pós-créditos em As Mortas, mas o final deixa uma mensagem clara: os crimes das irmãs foram possibilitados por um sistema que explorava mulheres tanto quanto elas. A sátira de Estrada destaca como a corrupção e o machismo estrutural permitiram que as “Poquianchis” prosperassem por tanto tempo.
O significado do desfecho
O final de As Mortas vai além do julgamento das irmãs Baladro. A série usa o caso das “Poquianchis” como um espelho do México contemporâneo, abordando temas como corrupção, desigualdade de gênero e a exploração de vulneráveis. Como Luis Estrada afirmou, a história ressoa com o presente, mostrando que os problemas retratados ainda persistem. A escolha de adaptar a novela de Ibargüengoitia, com seu tom irônico, permite à série criticar a sociedade sem cair no moralismo.
A atuação de Arcelia Ramírez e Paulina Gaitán dá profundidade às irmãs, mostrando-as como vilãs, mas também como produtos de um sistema opressivo. Simón, interpretado por Alfonso Herrera, representa a masculinidade tóxica que escapa de punições, enquanto as mulheres arcam com as consequências. O desfecho, portanto, é uma reflexão sobre responsabilidade e cumplicidade.
Se você assistiu a As Mortas e tem sua própria interpretação do final, compartilhe nos comentários! A série está disponível na Netflix, perfeita para maratonar e refletir sobre suas camadas. Para mais detalhes sobre o caso real das “Poquianchis” ou a obra de Ibargüengoitia, confira os extras da plataforma.
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