Crítica de A Negociação: Vale a pena assistir ao filme?

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A Negociação (The Negotiator), lançado em 1998 e dirigido por F. Gary Gray, é um thriller policial que brilha pela tensão e pelas atuações de Samuel L. Jackson e Kevin Spacey. Com um roteiro de James DeMonaco e Kevin Fox, o filme mergulha em um jogo de inteligência, corrupção e redenção. Ambientado em Chicago, ele segue um negociador de reféns acusado injustamente, forçado a tomar medidas extremas. Mas será que este clássico dos anos 90 ainda cativa em 2025? Nesta crítica, analisamos a trama, o elenco, a direção e se vale a pena assistir.

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Uma trama tensa e cheia de reviravoltas

O filme centra-se em Danny Roman (Samuel L. Jackson), um experiente negociador de reféns do Departamento de Polícia de Chicago. Após ser acusado de corrupção e assassinato, Danny se vê traído por colegas e sem saída. Desesperado para provar sua inocência, ele toma reféns em um prédio do governo, exigindo negociar com Chris Sabian (Kevin Spacey), outro especialista em negociações. O que se segue é um confronto psicológico, com Danny enfrentando policiais corruptos e Sabian tentando evitar um desfecho violento.

A premissa é envolvente, combinando suspense com dilemas morais. O roteiro mantém o ritmo com diálogos afiados e reviravoltas que, embora previsíveis em alguns momentos, sustentam a tensão. Comparado a outros thrillers da época, como Velocidade Máxima, A Negociação se destaca por focar na inteligência dos personagens, não apenas na ação. No entanto, algumas subtramas, como a relação de Danny com sua esposa, são subdesenvolvidas, o que pode frustrar quem busca maior profundidade emocional.

Elenco estelar com atuações marcantes

Samuel L. Jackson entrega uma performance poderosa como Danny Roman. Ele equilibra vulnerabilidade e determinação, tornando o personagem crível como um homem encurralado. Kevin Spacey, como Chris Sabian, complementa com uma atuação calma e calculada, criando um contraste perfeito. A química entre os dois é o coração do filme, com diálogos que revelam tanto estratégia quanto emoção. David Morse, como o comandante Beck, e atores secundários como J.T. Walsh e John Spencer, adicionam peso à narrativa, apesar de papéis limitados.

Embora o elenco seja um ponto alto, alguns personagens coadjuvantes, como os policiais corruptos, caem em estereótipos. Ainda assim, Jackson e Spacey carregam o filme, fazendo cada confronto verbal parecer um duelo de xadrez. Suas atuações mantêm A Negociação relevante, mesmo décadas após seu lançamento.

Direção ágil e ambientação imersiva

F. Gary Gray, conhecido por Straight Outta Compton, demonstra habilidade em criar tensão visual. A direção usa o espaço confinado do prédio sitiado para intensificar o suspense, com câmeras que capturam a claustrofobia e a urgência da situação. A fotografia, com tons escuros, reflete o caos interno de Danny, enquanto a trilha sonora de Graeme Revell reforça o clima de incerteza.

As cenas de ação, como tiroteios e confrontos táticos, são bem coreografadas, mas o foco está nos embates psicológicos. Gray equilibra esses elementos, mantendo o espectador preso. No entanto, alguns cortes rápidos e transições datadas podem parecer menos polidos para o público moderno, especialmente em comparação com thrillers atuais como O Homem do Norte. Apesar disso, a direção mantém a narrativa coesa e envolvente.

Comparação com outros thrillers policiais

A Negociação se inspira em clássicos como Um Dia de Cão, com um protagonista acuado desafiando o sistema. Comparado a Duro de Matar, ele troca explosões por estratégia, focando na inteligência de Danny e Sabian. A dinâmica entre os dois negociadores lembra Fogo Contra Fogo, mas com menos ação e mais diálogo. Em 2025, o filme ainda ressoa por sua abordagem realista de corrupção policial, um tema atual em séries como The Undoing.

Críticas da época, como as do Rotten Tomatoes, elogiaram a tensão e as atuações, mas apontaram falhas no roteiro, como conveniências narrativas. O filme mantém uma pontuação sólida de 74% no Rotten Tomatoes, refletindo sua recepção positiva. Contudo, o ritmo pode parecer lento para quem prefere thrillers mais acelerados, como John Wick.

Pontos fortes e limitações

Os pontos fortes de A Negociação incluem as atuações de Jackson e Spacey, a direção tensa de Gray e a premissa que mistura suspense psicológico com ação. O filme aborda corrupção e lealdade de forma acessível, mantendo relevância em debates sobre justiça. A ambientação em Chicago e os confrontos verbais são destaques, criando momentos memoráveis.

As limitações estão no roteiro, que às vezes depende de coincidências, e em personagens secundários pouco desenvolvidos. O final, embora satisfatório, pode parecer simplista, com resoluções rápidas para conflitos complexos. Além disso, a estética dos anos 90 pode não agradar quem busca produções mais modernas. Apesar dessas falhas, o filme permanece envolvente e bem executado.

Vale a pena assistir a A Negociação?

A Negociação é um thriller policial que resiste ao teste do tempo, graças às atuações de Samuel L. Jackson e Kevin Spacey e à direção habilidosa de F. Gary Gray. Ideal para fãs de suspense psicológico e tramas de corrupção, o filme oferece tensão e diálogos inteligentes. Embora tenha momentos datados e subtramas fracas, ele cativa como um clássico dos anos 90.

Se você gosta de Fogo Contra Fogo ou O Silêncio dos Inocentes, A Negociação é uma escolha sólida para uma sessão nostálgica. Disponível em plataformas como HBO Max em 2025, é perfeito para quem busca um thriller com cérebro, não apenas ação. Não é uma obra-prima, mas entrega entretenimento de qualidade.

A Negociação continua sendo um thriller policial envolvente, com atuações marcantes e uma trama que equilibra suspense e drama. Samuel L. Jackson e Kevin Spacey elevam o material, enquanto F. Gary Gray cria uma atmosfera tensa. Apesar de um roteiro com falhas e uma estética datada, o filme mantém sua força em 2025, especialmente para fãs do gênero. Se você busca um confronto psicológico com doses de ação, A Negociação vale a pena. Para uma experiência mais moderna, outros thrillers podem ser mais atraentes.

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