Terror em Shelby Oaks, dirigido e roteirizado por Chris Stuckmann, estreia nos cinemas em 30 de outubro de 2025. Com 1h31min de duração, o filme mescla fantasia, suspense e terror, estrelado por Camille Sullivan, Sarah Durn e Brendan Sexton III. Financiado inicialmente via Kickstarter e refinado pela Neon, o longa marca a estreia do crítico de YouTube Stuckmann no cinema. Ambientado em um mundo de investigações paranormais online, ele evoca o found footage dos anos 2000. Mas, em um ano de sucessos como Sinners e Weapons, será que essa tentativa de reviver o medo de A Bruxa de Blair convence? Nesta análise, destrinchamos os acertos e falhas para guiar sua escolha.
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Estreia ambiciosa de um crítico no cinema
Chris Stuckmann, com milhões de inscritos no YouTube, sempre exaltou o terror found footage. Seu salto para a direção era aguardado, especialmente após o sucesso de Longlegs pela Neon. O filme abre com um mockumentary sobre os Paranormal Paranoids, um grupo de youtubers liderado por Riley (Sarah Durn), que some em 2008 durante uma investigação em Shelby Oaks, uma cidade fantasma com um antigo parque de diversões assombrado.
Essa introdução captura o zeitgeist da era pré-TikTok: câmeras tremidas, entusiasmo juvenil e mistério viral. Stuckmann acerta ao recriar a inocência perigosa dos anos 2000, com referências sutis a Paranormal Activity. No entanto, a transição para uma narrativa cinematográfica convencional revela inexperiência. O que poderia ser uma expansão criativa vira uma caçada linear, sem a imersão crua do formato original. Críticos como os do Roger Ebert notam que o amor de Stuckmann pelo gênero o leva a copiar demais, sacrificando originalidade.
Narrativa plana e busca sem emoção
Mia (Camille Sullivan), irmã de Riley, assume o protagonismo anos depois. Obsessiva, ela segue pistas de uma fita VHS que aponta para Shelby Oaks. Acompanhada por um detetive cético (Brendan Sexton III), Mia desenterra segredos do parque abandonado, onde lendas de entidades sobrenaturais ecoam.
A premissa promete tensão: uma mulher atormentada por perda familiar, confrontando o paranormal. Sullivan entrega uma performance intensa, com camadas de luto e determinação que elevam cenas solitárias. Sexton III, contra tipo, adiciona humor seco, aliviando o tom opressivo. Robin Bartlett surge como alívio cômico em um papel excêntrico, roubando momentos com sua energia caótica.
Mas a busca de Mia arrasta. A trama avança por pistas previsíveis – fitas antigas, vislumbres espectrais, confrontos em ruínas – sem construir urgência. O filme dura menos de 90 minutos, mas parece eterno, com flashbacks repetitivos que revisitam o trauma de 2008. A Variety descreve isso como “derivativo”, ecoando The Ring e Blair Witch sem inovação. O gore adicionado pela Neon, como mutilações gráficas, choca superficialmente, mas não sustenta o horror psicológico prometido.
Produção low-budget com tropeços visuais
Stuckmann usou crowdfunding para um orçamento modesto, expandido pela Neon para polir efeitos. A fotografia de Justin Martinez captura a decadência de Shelby Oaks: ferrugem nos brinquedos enferrujados, névoa nos bosques, sombras que engolem silhuetas. Cenas noturnas evocam isolamento, e o design de som – sussurros, rangidos, silêncios abruptos – cria calafrios iniciais.
Contudo, limitações técnicas traem o projeto. Edições abruptas quebram o fluxo, e CGI para entidades sobrenaturais parece datado, como criticado pelo Hollywood Reporter. O mockumentary inicial brilha com autenticidade digital, mas o “real-world” soa forçado, com diálogos expositivos que explicam lore em vez de mostrá-lo. Stuckmann joga tropos no espectador – jumpscares baratos, twists familiares – na esperança de colar algo, mas nada adere. Comparado a Obsession, de Curry Barker, outro debut de youtuber no TIFF 2025, Terror em Shelby Oaks falta swagger, parecendo um rascunho inacabado.
Temas de obsessão e o digital assombrado
O filme toca em obsessão online: como o viral perpetua traumas, e o found footage transforma vítimas em conteúdo eterno. Mia representa a geração presa ao passado digital, revivendo a perda de Riley via telas. Há um subtexto sobre família fragmentada, com paralelos entre o desaparecimento e o luto não resolvido.
Esses elementos ressoam em 2025, com o boom de true crime podcasts. Stuckmann, como ex-crítico, critica o voyeurismo, mas não aprofunda. O final, apressado e incoerente, desperdiça potencial: revelações sobre entidades e traições chegam sem lógica, levando a um clímax que confunde em vez de aterrorizar. Fãs no Reddit elogiam Sullivan, mas lamentam o “pastiche preguiçoso”, alinhando-se à nota 2/5 da Guardian.
Vale a pena assistir?
- Nota: 2/5.
Terror em Shelby Oaks não é um desastre total. Sullivan e o mockumentary inicial entretêm, e Stuckmann mostra paixão genuína. Para curiosos sobre debuts de youtubers, ou fãs de terror low-budget, vale uma sessão noturna. Mas espere decepção: narrativa plana, tropes exaustos e final confuso o tornam dispensável.
Se busca sustos autênticos, pule. Em 2025, o terror precisa de voz própria; este ecoa demais o passado. Assista se ama o gênero por obrigação, mas prepare-se para um treat sem truques – ou vice-versa.
Terror em Shelby Oaks é uma estreia corajosa, mas imatura. Stuckmann acerta na atmosfera digital e em Sullivan, mas tropeça em originalidade e ritmo. Com 1h31min de clichês reciclados, ele não revive o found footage. Em um Halloween escasso, priorize clássicos. Para o diretor, é lição valiosa: critique menos, inove mais.
Disponível nos cinemas – mas reflita antes de comprar o ingresso.
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